31 dezembro, 2006
Muito dinheiro no bolso, saúde pra dar e vender!
Entre mortos e feridos 2006 finalmente está acabando.
O saldo foi positivo no fim das contas.
Eu continuo grávida, graças a Deus e ao Utrogestan.
Piso em 2007 com toda fé do mundo em um ano de muitas realizações pessoais e profissionais. Que seja um ano de mudanças positivas, de crescimento e de saúde!
Pra nós e para todos.
FELIZ 2007!
Amém!
25 dezembro, 2006
23 dezembro, 2006
Cara de Palhaço, pinta de palhaço...
Assim foi contado por uma amiga:
Então que os passageiros revoltados do aeroporto de Congonhas tomaram o microfone do operador da sala de som e transmitiram a seguinte mensagem:
"Atenção senhores clientes, precisamos com urgência de 10.000 narizes de palhaço para os passageiros que se encontrão no saguão deste aeroporto. Temos 10.000 palhaços neste saguão, porém nenhum deles com nariz adequado. Temos urgência em receber estes narizes. Obrigado!"
Pra alguém ter que chegar neste ponto... este país não é sério!!
20 dezembro, 2006
Dr. Jekyll and Mr. Hyde
Pelo menos duas vezes por dia os remédios me dão um sono que eu me sinto a Bela Adormecida. No resto do tempo altero entre mau humor e fome.
This too will pass...
Enquanto isso a família vem chegando para o Natal, já que Maomé não poderá ir até a Montanha, ou melhor, ao Paraná, este ano.
Leio compulsivamente. Três livros, indo para o quarto, em uma semana. O Livreiro de Cabul em um dia e meio.
Mas não tenho conseguido escrever. Só dormir, dormir muito.
Boa noite!
16 dezembro, 2006
Pré-Natal
Na maternidade que minha casa se tornou, mamãe Beija-Flor não tem mais onde se alojar, pois os próprios filhos, os dois, ficaram tão grandes que já não cabem mais no ninho.
A minha gestação já não é tão simples como a de Dona Beija-Flor e requer um tanto massivo de repouso inicial na horizontal quase negativa (derrier e perninhas para riba) combinado com altos coquetéis hormonais.
Em outras palavras, inaugurei às vésperas do meu aniversário/Natal minha vida de marajá, com o pequeno senão de só ter um servo, ops, marido pra dar conta do recado. Este, pobre, que tem dormido de exaustão onde quer que encoste...
13 dezembro, 2006
07 dezembro, 2006
À moda antiga
Espírito de Natal
As pessoas que se enfiam nas suas tocas em dias de inverno e de chuva existem e estão por toda parte, como se se multiplicassem a cada dia que se aproxima do Natal.
Há concertos todo dia no Teatro. Ontem especialmente a Orquestra de Sopro da cidade deu um show de música popular, educando os ouvidos menos treinados, e flertou com os clássicos de todos os tempos, alegrando os iniciados no assunto.
Voltei pra casa com a alma mais leve, cantando hinos de Natal dedilhados nas flautas e trompetes que me levaram de volta à minha infância. Aos preparativos da ceia na casa da minha avó, que agregava todo recém chegado à família como se sempre àquele lugar ele pertencesse.
Assim foram chegando os maridos e esposas, noivos e namoradas que acabaram somando os sessenta e tantos membros que somos hoje. Os frangos já não cabem em um único forno e as receitas de família são feitas aos pares para que cheguem a todos. As crianças já não circundam a mesa enquanto as mães preparam a maionese.
Mas ainda enfeitamos o salão juntos, ainda fazemos a prece da ceia de mãos dadas, ainda acreditamos que algo melhor virá depois de tudo isso, mesmo no escuro da meia noite.
Ainda nos alegramos de nos encontrar ainda que seja menos do que costumávamos e ainda que estejamos começando a perder as contas dos novos rebentos que engordam a prole a cada ano.
Gosto do natal no verão. Talvez gostasse do Natal com neve, mas nasci aqui, com árvores de mentirinha e o sol na cara, durante o casamento da minha tia, uma semana antes do Natal.
Por isso me parecer tão familiar, afinal foi uma das primeiras coisas que experimentei neste mundo.
E continuo curtindo, a cada ano, como se fosse o primeiro.
05 dezembro, 2006
Merry, merry Christmas
03 dezembro, 2006
Naftalina e outras histórias
* Perdemos Os Monólogos da Vagina do Miguel Falabella no Teatro Municipal da cidade mas acabamos acompanhando a comoção geral que fechou a avenida central. Adivinhem? Santa Claus was coming to town! Numa pickup com mais luzinhas de Natal que a favela da Rocinha inteira, acompanhado de três caminhões da Coca-Cola devidamente paramentados com todo seu esplendor natalino... Não tinha espaço na porta do restaurante nem pra tirar foto. E não estamos falando de crianças aqui. Só tinham adultos na minha frente, desacompanhados de pimpolhos...
* Quatro horas da manhã perco o sono e ligo a TV. Esfrego os olhos e quase me belisco pra ver se eu não tinha viajado no tempo, mas estava passando She-Ra!!! Aquela, a irmã do He-Man! Este, aliás, que eu também não vejo desde o fim da minha infância. O modelito era bem Mulher-Maravilha dos anos 90 acompanhada do cavalo alado e aquele bichinho com cara de elfo que ficava escondido no cenário e depois "explicava" a lição de moral no final da história. Dos fundilhos do baú!!
* Por fim, nasceram os dois filhotinhos de beija-flor que estavam sendo chocados no ninho em cima da lâmpada da garagem. Dona Beija-Flor anda muito dona do pedaço, nem a faxineira conseguiu chegar perto. Fica a foto do ninho...
01 dezembro, 2006
Ainda assim, por falta de ter o que fazer altas horas da noite, resolvi desconstruir Beatles.
Alguém já prestou atenção na letra de Strawberry Fields Forever???
E alguém pode me explicar??
Deixa pra lá. Talvez seja só um dia de mau humor pq eles fizeram milhões usando cogumelos alucinógenos e eu não...
Também nunca tentei com os cogumelos...
28 novembro, 2006
Modern-idades
Coloco Milton Nascimento, e coloco o fone de ouvido nele.
Ele ouve um pouco e me diz:
“Não tia Calol, põe uma música radical!!! Essa não é radical.”
Ok, então vamos de Led Zeppelin, mesmo.
E eu aqui achando que rock fosse coisa de adolescente...
22 novembro, 2006
A outra fome do mundo
O escândalo das meninas anoréxicas que morreram na última semana vítimas dos novos padrões do mundo da moda trouxe de volta a minha batalha pessoal para colocar a cabeça nos eixos depois de uma luta silenciosa contra o mesmo problema, apesar de que não nas mesmas proporções.
Tudo começa devagar e quando você vê perdeu o controle sobre aquilo.
A idade é sempre essa, adolescência, onde você é a opinião que os outros têm de você, onde a andança em manadas faz com que as meninas se vistam iguais, falem iguais, façam tudo igual.
Com dezesseis anos fui morar fora de casa, e fora do país, com uma bolsa de estudos. Eu comparo esta experiência a nascer de novo. Principalmente naquela época quando uma carta demorava de sete a dez dias pra chegar ao seu destinatário, onde a conversa em tempo real era feita única e exclusivamente pelo telefone, onde dava pra ver os cifrões correndo junto com o diálogo. Tudo era novo, a casa, as pessoas, a língua, praticamente como nascer de novo.
Na fase de adaptação acabei afogando as minhas mágoas na comida. As dificuldades e os medos também. Comia compulsivamente, comia escondido, comia tudo que aparecia na frente. E quando vi tinha ganhado dez novos quilos em dois meses, se tudo isso.
Até então eu sempre fui do mesmo tamanho. Sempre. Nem um quilo a mais ou a menos. Na minha família ninguém é obeso, nem tem tendência para isso. Então acho que eu nunca havia pensado no assunto até as minhas calças aumentarem para 44.
Tudo acabou contribuindo para que eu fizesse o caminho de volta. O fato de não me reconhecer mais no meu corpo, o estilhaço que as estrias faziam a cada quilo novo, os comentários das pessoas.
Comecei elaborando um plano de dieta, mas eu sentia fome. Na verdade eu sentia ansiedade, mas ainda não sabia disso. Então caminhei até a farmácia e comprei um inibidor de apetite, que era vendido sem receita alguma, pendurado nas prateleiras como cotonetes. Tomava escondido e fui perdendo peso. Até aí ainda não havia tanto problema. O problema é que em algum lugar do caminho, que você não sabe identificar exatamente, a meta de perder 8 quilos vira a meta de perder mais 2 e mais 2 e mais 2. E você simplesmente não sabe a hora de parar. Então começam os outros sintomas e a vida que você comanda passar a ter controle sobre você. A sua vida gira em torno daquilo e nada mais.
Eu lembro de mentir que já tinha jantado pra não ter que comer. Eu lembro de reduzir as minhas refeições pra míseras 800 calorias, que é menos da metade que um ser humano saudável deve ingerir diariamente. Entre outras coisas fazia exercícios freneticamente e quando as pessoas começaram a achar que era demais, comecei a fazer exercícios escondida. Tinha horror a festas, pois tudo girava em torno da comida, e a comida, neste grau do problema é vista como inimiga, como uma coisa ruim. Ainda assim o espelho dos olhos não vê a verdadeira imagem que está refletida. É como deixar de enxergar direito, é uma distorção da própria imagem que hoje eu não consigo mais entender como acontecia.
E apesar de tudo, a fome passa a dar prazer, a pele grudada no osso dá prazer. Mórbido, mas dá.
Não perdi tanto peso assim. Apesar disso foram quatorze quilos, e levando em conta que eu já era magra no começo do processo, eu estava esquálida ao final.
Tive desidratação, febre alta, não tinha força pra subir as escadas, mas voltei pra casa antes que pudesse ficar pior.
Minha menstruação simplesmente não se manifestou durante este tempo, mostrando que realmente as coisas não estavam bem e agravando um distúrbio hormonal com o qual vou ter que lidar o resto da minha vida.
Voltei ao meu peso normal, ganhei mais peso, perdi mais peso. Fiz terapia, nutricionista. Foram cinco anos até que eu finalmente me desse alta deste quadro que acabou sendo acompanhado por outros adjacentes no caminho, mas que é assunto pra outra história.
Mas o mais importante foi que em algum momento eu percebi, graças à iniciativa também de um professor na época que foi o primeiro a nos mostrar um filme sobre anorexia, que havia algo de errado.
Nem todas conseguem enxergar, parar, nem todas têm pessoas para ajudá-las neste processo. Pelo menos na indústria da moda é o contrário que se vê. O que me gerou uma revolta sem tamanhos ao ver em plena televisão brasileira o Clodovil criticar bestamente uma menina com anorexia que ele entrevistava falando que isso era frescura, pois tantas meninas queriam ser magras e ela estava reclamando à toa. Para mim equivale a falar para uma pessoa à beira de um precipício: “então pula”.
Este assunto é sério e deve ser tratado como tal.
Nem todo magro é anoréxico, mas a perda de peso excessiva e rápida deve ser analisada como doença, como já faziam nossos antepassados, para que mais meninas não precisem morrer para mostrar que nossos padrões estão como os espelhos delas: distorcidos.
20 novembro, 2006
Memórias – parte I
Sábado chegou e os amigos de São Paulo vieram pro “findisemana” na roça. Como tinha baile beneficente para angariar dinheiro para o hospital acabamos comprando quatro convites e lá fomos nós.
Vira e mexe eu acabo, junto com as minhas amigas e amigos, freqüentando lugares que ficam gravados na retina da pessoa anos após o acontecido, do tipo bailão de CTG, pagode de periferia, festa de rodeio e agora, pra se juntar à categoria de “festa estranha com gente esquisita”, um autêntico baile da saudade!
Não que eu nunca tivesse ido a um desses, mas a última vez que eu me lembre eu tinha uns sete anos de idade e ia acompanhar o meu vô e a minha vó nos tais bailes do Sesc em plena matinê.
Para os leigos no assunto um Baile da Saudade reúne viúvos, viúvas, desquitados e pessoas procurando companhia pra dançar, se divertir ou viver uma nova história de amor. Ou simplesmente casais de senhores e senhoras que querem resgatar os velhos tempos.
Trilha sonora: esta é a parte principal que faz a coisa ser tão característica. Para um bom Baile reúna todas as canções do Roberto Carlos pós-jovem guarda e pré-Acústico MTV. Acrescente uma pitada de Luis Miguel e todos os outros boleros já gravados na face da terra. Adicione um ou outro sambinha, mas nada que esteja na última moda. Pra terminar, Frank Sinatra com ‘New York, New York’ para dar o toque final.
Coloque um tecladista (mas teclado bom, daqueles que já vem com o som de todos os outros instrumentos) e um cantor de terno branco e gravata borboleta pra tocar.
Para dar dinâmica na coisa (e essa foi a minha parte favorita), coloque vários meninos novinhos, bonitinhos, arrumadinhos na sua roupinha preta básica para tirar as senhouras solitárias pra rodar pelo salão. Achei de uma gentileza sem tamanho e vislumbrei que, caso eu vire uma senhoura solteirona algum dia na minha vida, nem tudo está perdido... Não vi se tinha a versão feminina dos moçoilos, mas com a proporção de 7 mulheres pra cada homem presente acho que seria uma deselegância.
Pagamos os convites, mais duas cocas, mais uma água, duas danças e com a nossa beneficência cumprida rumamos pra casa. Eu, sinceramente, tendo música “dançável”, agüentava mais um pouco, mas meu público já estava apoiando o segundo cotovelo na mesa, então achei por bem dançar conforme a música deles.
As visitas prometeram que vão voltar a nos visitar depois disso.
Eu acho melhor esperar pra ver.
17 novembro, 2006
Hoje
Hoje falta um mês pro meu aniversário. O último da década “dos 20” antes de estrear a comissão de frente do número 3!
Hoje faz três anos que a gente veio parar aqui! Que a gente largou tudo que a gente conhecia e foi começar de novo. Emprego novo, amigos novos, casa nova, vida nova.
Hoje faz dois meses que eu mudei de emprego, de vida, de conceito, de realidade.
Hoje eu sou grata por cada um dos dias até aqui.
E que venham os próximos!
14 novembro, 2006
Day After
11 novembro, 2006
As bruxas estão soltas
Então que resolvemos ir ao melhor restaurante da cidade tomar umas garrafadas de vinho pra curar o frio que assola este meio de novembro. hic. Abrimos a porta do carro e um - hic - barulho estridente sai de dentro do restaurante. Há, hic, música ao vivo, com teclado e um cantor com voz de taquara rachada cantando "Robéééértaaaa ascoltami,ritorna ancor ti prego..." O nome do cantor? John Lennon!! hahahaha hic hahaha. Tô rindo até agora!
Daí que na volta vi dois piratas e um padre andando de carro na avenida. Uma odalisca e uma anja conversando na esquina da igreja, enquanto um poeta do século XVIII falava ao celular. Acho que vai ter festa a fantasia... Ou isso ou a minha ressaca amanhã vai ser braba. Hic!
09 novembro, 2006
Cotidiano...
Há dias que eu não sei o que me passa
Eu abro o meu Neruda e apago o sol
Misturo poesia com cachaça
E acabo discutindo futebol
Mas não tem nada, não
Tenho o meu violão
(...)
Às vezes quero crer mas não consigo
É tudo uma total insensatez
Aí pergunto a Deus: escute, amigo
Se foi pra desfazer, por que é que fez?
Mas não tem nada, não
Tenho o meu violão
Cotidiano nº 2
Vinícius de Moraes
Just for the record
01 novembro, 2006
O Patolinha
Há algumas semanas chegaram os bichos: codornas, galinhas caipiras, outras d’angola, que logo foram trocadas por patos, por causa do barulho enlouquecedor que gerou a ira dos vizinhos mais próximos. Chácara urbana tem dessas coisas...
Patos alojados, laguinho instalado com rampa e tudo e começou a produção de ovos. Ovo de pata, de galinha de codorna. Ovo pra dar e vender, mas principalmente vender.
Nessa “fábrica de ovos” apenas uma galinha não botava. Independente dos esforços dos donos, vinha dia, passava dia e lá estava ela, ciscando ao léo na sua solidão desovada.
Eis que uma das patas deu de botar de uma só leva doze ovos e o dono da chacrinha resolveu “repartir” um pouco a prole, pra alegrar a gregos e troianos – ou seria a patas e galinhas?
Foi assim que a galinha desovada acabou por adotar o ovo da pata chocadeira. Passados alguns dias e a orgulhosa galinha-mãe ganhou para si um lindo e amado patinho-filho, um patolinha!
E lá foi a orgulhosa galinha-mãe a passear pela chacrinha com seu desajeitado rebento que, seguindo seu instinto natural, foi inaugurar seu primeiro dia de galinheiro... no laguinho!
Qual não foi o desespero da galinha-mãe ao ver a cena. Na índole protetora típica das mães, se prostrou à beira do laguinho batendo as asas e cacarejando em desespero de dar dó, sem saber se pulava pra salvar seu filhote e deixava ele órfão de mãe-galinha ou o que.
O que se sucedeu àquele dia nem Freud-galo poderá resolver...
Patolinha toma banho no laguinho todos os dias. Sai de lá pra refestelar-se na terra, banhando-se de poeira como todo bom frango deve fazer. Fica parecendo um tiçãozinho ao final de toda a romaria.
Galinha-mãe continua prostrada à beira do laguinho acompanhando os banhos do filho adotivo. Já não se descabela mais, ou melhor, não se despena... mas também não entende de maneira alguma aquele ritual masoquista.
Também, em suas ciscadas pelo terreiro vira e mexe acaba arremessando o pobre patolinha desavisado que a segue por todo canto, ao contrário de seus primos pintinhos que ficam instintivamente na frente de suas mães-galinhas enquanto chafurdam a terra.
São uma dupla e tanto, galinha-mãe e patolinha.
Um bom exemplo de que a natureza é sábia, e que nós é que bagunçamos o galinheiro.
29 outubro, 2006
Casa nova
As crônicas mais longas e alguns outros textos vão se mudar pra lá, pois são mais difíceis de ler neste blog. São todos bem-vindos por lá!
E quanto a eleições e assuntos do gênero concordo com o que escreveram aqui
27 outubro, 2006
23 outubro, 2006
Expedição Pé-na-Estrada 2006
E aqui vão os dez melhores de 2006:
- Três Corações, churrasco, amigos, conversas boas e muito sol na moleira comendo poeira de moto;
- O melhor cruzamento que podia dar de uma Choupana com uma Paineira. Senhora Paineira, avistando os montes do Sul de Minas, soberana. Noite sem lua e sem estrelas, mas cheia de prosa da boa até o nascer do sol regado por comida de fogão a lenha e um vinho pra acompanhar;
- Campos do Jordão, chocolate, piscina quente e lareira;
- Estrada Real Cunha-Paraty, estrada de terra, zigue-zague de curvas, sobe e desce da Serra da Bocaina (onde descobrimos que o freio ABS do carro funciona de verdade). Lindo, lindo, lindo de não poder mais, apesar (e também por causa) da chuva, lama, neblina, etc...
- Paraty, para mim, para nós, para sempre Paraty, secular, fenomenal;
- A vista da usina de Angra, um misto de medo e fascinação;
- Casarios, casarões, palácios e mansões de Petrópolis. De um Brasil que a gente ainda está tentando entender...
- Rio de Janeiro, ainda que com chuva. Praia, mar, água de côco e pôr-do-sol;
- A estrada. Em qualquer lugar, de qualquer jeito, nossa eterna companheira, nosso lugar pra desafogar o stress, pra discutir, pra fazer planos pro futuro ou só pra ir de um canto ao outro;
- A natureza, presença constante, bela, magnânima, protetora, desafiadora, incompreensível e eternamente divina!
Este ano não tiveram dez menos. Teve, sim, a chuva, constante, frequente, e até algumas vezes irritante, que nos fez adaptar as férias a ela e guardar o(s) biquini(s) na mala, sequinhos, com a rara exceção da piscina quente em Campos... Algumas estranhas picadas de bichos que eu desconheço, a aranha que voltou pra casa na minha mala (sabe lá desde onde)... Mas principalmente a chuva, que pra nos fazer chacota, parou na fronteira entre Rio e SP, voltando pra casa...
E é claro que se houvesse mais dinheiro a gente já estaria na Bahia por agora...
Fica pro próximo ano!
18 outubro, 2006
09 outubro, 2006
Debates
Os azuizinhos tucanos e os vermelhinhos petistas.
O saldo de ontem na minha opinião foi péssimo e mais um pouco. Pros dois lados.
Pra mim, sinceramente, a maior atração foi a plástica mal feita da Marta Suplicy. E como essa mulher fala mal!
Aliás esses canditados deviam saber com quem andar pra ganhar e perder votos. O Lula ficar passeando com Marta é um tiro no pé em SP, e Alckmin andando com Garotinho no Rio idem. Ou seja, Alckmin se mantém em SP e Lula no Rio. Acho que isso esta rescussitando velhas rixas...
04 outubro, 2006
Época de fazer diferença
"Eles descobriram seu próprio jeito de construir um novo Brasil, mais solidário e menos desigual. Por isso, são mais felizes. E você?"
Encontre aqui os relatos emocionantes de quem se incomodou com os problemas à sua volta e fez a diferença.
Tem também o link para o Projeto Generosidade, pra quem tem sua própria história pra contar ou quer ajudar só dando um clique.
03 outubro, 2006
Frase Bumerangue pra quem ainda não entendeu o 2º turno
Luiz Inácio Lula da Silva, em 1998
30 setembro, 2006
Eu desliguei na cara do Antônio Palocci
Dele, precisamente não, mas da gravação que mal deixou eu falar alô e já saiu dizendo...
"Alô, aqui é o Antônio Palocci falando. Estou te ligando pq amanhã é dia de eleição e você..." blang.
Não sei o que ele tinha a dizer. Não me interessa. Agora é tarde, Inês é morta e ele perdeu a grandissíssima chance de dizer a que veio quando tava lá no Planalto.
Agora vem ligar na minha casa pra se justificar e pedir meu voto?
Pois vá plantar batatas!!!
25 setembro, 2006
Considerações esparsas sobre coisa alguma
Andei por aí, revendo velhas amigas, revivendo uma adolescência inteira e acabei feliz da vida por ter a minha vida exatamente onde ela está (dadas as opções apresentadas).
E logo após o casamento (tecnicamente, no dia seguinte) fui viver outra catarse assistindo O Diabo veste Prada.
Quem já teve chefe entende o que eu digo! Quem já teve chefe também entende o filme!
E teje entendido!
Os livros?
Acabei impressionadíssima com Os caçadores de Pipa e o seu Afeganistão pré-Osama.
E assumo, pra quem quiser ouvir, que eu não entendo Garcia Marques e suas Putas Tristes, ou qualquer outro livro seu que eu tenha tentado. As putas são tristes, ninguém escreve ao coronel e a solidão dura cem anos. E eu? Eu quero pular da ponte de tanta tristeza antes mesmo de acabar de ler!
Prefiro as pipas, Prada e as bodas!
17 setembro, 2006
A Teoria das Panelas de Inox
Talvez esta pessoa não esteja por perto, talvez tenha nascido lá em Timbaktu, enquanto você nasceu aqui, neste nosso Brasil, e por isso, muito justificadamente, só se meteu em relacionamentos furados, que não deram certo, que viraram um Titanic em franco mergulho ao fundo do mar.
Pois bem, eu também ouvia essa história, nas suas mais diferentes versões: a da panela com tampa, a do sapato com o pé, e outras menos ortodoxas.
Aí um dia eu casei. Mas o homem com quem eu casei não tem nada a ver com a tal teoria, independente dos muitos atributos que ele tenha pra ser a tampa da minha panela.
É que no meio do caminho eu ganhei de presente de casamento um lindo jogo de panelas, daquelas de aço inox, com não sei quantas camadas pra melhor conservar os alimentos, e outros tantos atributos que uma boa cozinheira (o que eu não sou) deveria saber.
O que de fato me chamou atenção é que, com a exceção de uma panelinha pequenininha que vinha no conjunto, todas as outras eram “intercambiáveis”.
Ou seja, todas as tampas serviam pra todas as panelas e vice versa.
Eu achei a coisa mais sensacional do mundo, pra dentro e pra fora da cozinha.
Primeiro por que eu não teria mais que ficar caçando tampa de panela. É só esticar a mão que qualquer uma serve, da caçarola à frigideira.
Segundo por que isso abria um novo leque de possibilidades no velho ditado da tampa e da panela.
Ninguém teria mais que esperar a sua cara metade que mora em Timbaktu.
Haveria outras tantas possibilidades de tampas para a sua panela, ou de ser a tampa da panela de outra pessoa.
Pensem bem: há pelo menos cinco panelas “intercambiáveis” no jogo. O que quer dizer que há pelo menos outras quatro tentativas, caso esta tenha ido pras cucuias.
Ou como dizem os Whitlams, uma das minhas bandas favoritas, numa excelente sacada: “Yes, you are one in a million, so there’s 5 more just in New South Wales.”
Portanto, nada de desespero.
O mundo é grande e as possibilidades finitas, mas variadas.
E agradeça, no final, à Tramontina, por ter mudado tão sabiamente as regras do jogo!
11 setembro, 2006
"Há quem diga que todas as noites são de sonhos.
Mas há também quem diga nem todas, só as de verão.
Mas no fundo isso não tem muita importância.
O que interessa mesmo não são as noites em si, são os sonhos.
Sonhos que o homem sonha sempre.
Em todos os lugares, em todas as épocas do ano, dormindo ou acordado".
William Shakespeare
Traumas
Ontem foi assim.
Quem me conhece sabe que os meus cabelos são naturalmente crespos. Não são cacheados, nem encaracolados ou outra palavra bonitinha que se possa usar. São crespos mesmo, pixaim, cabelo difícil.
Tudo bem, pois depois de anos de cabeleireiros e experiências esdrúxulas eu me acertei com eles e eles comigo. Mas não foi sempre assim.
Para um bom conhecedor de cabelos crespos, lavou, acabou. Não dá pra colocar a mão, escovar, mexer, brincar com ele, sem ficar parecendo um dos Jackson 5, ou Caetano Veloso versão Tropicália.
Mais ou menos pela pior fase de crise de identidade entre eu e os malfadados cachos, a Barbie era o sonho de qualquer menina.
Ainda não havia a versão Chinesa/Paraguaia, e toda menina queria uma Barbie para arrumar, vestir, pentear os cabelos que iam até a cintura e fingir que ela era a mulher que queríamos ser quando crescer, mas elas ainda eram extremamente caras.
Assim, só viria como presente de aniversário ou Natal.
Para a minha felicidade total e completa, meu aniversário caía (e ainda cai, obviamente) exatos sete dias antes do Natal, o que fazia as duas possibilidades virarem uma só.
De qualquer maneira, eis que minha tia se voluntariou a me dar a boneca que eu já queria ter fazia tempo.
Entendam que eu não era muito de bonecas. Preferia brincar de escritório, jogar algum jogo, ler qualquer coisa, mas a Barbie com seus longos cabelos loiros era a minha desforra, minha válvula de escape da realidade crespa em que eu vivia.
Eu deveria saber que quando a esmola é demais, o santo deve, sempre, desconfiar.
E onde fomos buscar minha boneca? No Hospital de Brinquedos, onde podiam ser achadas partes perdidas de diversos brinquedos para fazê-los ficar novinhos em folha.
Pois minha tia descobriu que podia comprar duas pernas, dois braços, um tronco e uma cabeça por metade do preço de uma boneca de caixa!
Foi assim que minha boneca veio ao mundo, numa cirurgia com toques de Frankenstein, fazendo-se assim, a nova criatura.
E qual não foi o meu choque, pânico, espasmo, síncope, quando a ÚNICA cabeça disponível era uma black power loira, com aquele sorriso plástico reluzente e aquele batom rosinha olhando pra mim.
Fui para casa com uma Barbie nua em pêlo e um cabelo black power, achando, desde cedo, que o mundo era realmente um lugar bastante sarcástico.
A Barbie ficou lá, com seus cabelos intocados por escova ou pente que fosse. Graças a ela e a uma catapora, aprendi a tricotar aos dez anos para vesti-la apropriadamente.
Fiz um guarda roupa completo. Aprendi até a fazer umas costurinhas.
Acho que ela me fez um pouco fashionista e muito pouco conformada com a minha realidade.
Não tive outras depois dessa.
Hoje sei que fazem as bonecas de várias etnias, para serem, de certa maneira, politicamente corretos.
Eu tenho cá pra mim que uma menina que compra uma boneca dessas quer o que ela almeja ser, quer fantasia, e não realidade.
Por isso, se eu fosse ter outra Barbie, desta vez compraria uma japonesa, por que estas, com certeza, vêm com o tal cabelo liso!
05 setembro, 2006
Brrrrrr
29 agosto, 2006
Full circle
À esquina de completar um ano de vida, e voltando de volta às raízes longínquas de onde saiu, publico um texto de uma amiga de muitas horas, escondido que estava como comentário.
Comentário não é. É poesia!
Sonhava com o belo em abstrato...
Recebia o estranho em concreto...
Achava que pudesse haver algum controle...
Saquei que isso fazia parte do sonho... O sorriso era o reflexo das esperanças...
Notei que elas também eram parte do sonho...
Talvez o segredo esteja em desnudar o sonho e identificar as pedras que colocamos no chão do nosso caminho como o estranho que pula repentinamente sobre nós, surgido de um indesejado pesadelo..
E só então, quem sabe, consigamos transformar o belo em concreto...
E a realidade em nosso mais íntimo belo, trazendo dentro do olhar, a concretude do sonho mais belo...
27 agosto, 2006
Tempos Modernos
Me perco mesmo assim. Se sou eu ou se são os outros... Essa tristeza besta que sisma em me cutucar, em me atormentar.
A cabeça gira e os pés continuam no chão, seguindo passo a passo o caminho a ser percorrido. A estrada, antes que os tijolos amarelos cheguem.
Não vejo tijolos amarelos de onde estou. Nem vejo o céu azul. Só relances de céu e nuvens e o verde gramado das colinas pela janela trancada, acortinada, envidraçada.
Espero amanhã chegar, pra me refazer do hoje e aguardar novamente um amanhã, onde tudo se repete milimetricamente e sistematicamente, para o bem do todo, passo a passo, dia a dia, sempre igual.
A cabeça, o corpo, o coração, a alma se abarrotam de sentimentos empilhados em estantes empoeiradas, esperando sua senha para sair, para ser.
Há problemas no sistema, não há senhas suficientes, não há tempo ou lugar fora das estantes para os sentimentos.
Teremos que aguardar. Chamar a assistência técnica para liberar as senhas, deixar esvaziar as estantes de sentimentos.
Não há papel suficiente onde colocá-los, não há pessoas interessadas em tê-los.
Há um mercado em declínio.
Há alguns produtos em consumo crescente e infinito: há stress, nervoso, tristeza, angústia e desapontamento.
Mas há um nicho.
Faremos papel, pintaremos o sol mais amarelo, o céu mais azul, redesenharemos as janelas sem vidros e relançaremos, em primeira mão, para todo o mundo, a nova e reestruturada ESPERANÇA.
22 agosto, 2006
Pra quem não sabe...
Tô relendo minha lida, minha alma, meus amores
Tô revendo minha vida, minha luta, meus valores
Refazendo minhas forças, minhas fontes, meus favores
Tô regando minhas folhas, minhas faces, minhas flores
Tô limpando minha casa, minha cama, meu quartinho
Tô soprando minha brasa, minha brisa, meu anjinho
Tô bebendo minhas culpas, meu veneno, meu vinho
Escrevendo minhas cartas, meu começo, meu caminho
Estou podando meu jardim
Estou cuidando bem de mim...
(Vander Lee)
16 agosto, 2006
Sobre o fim e o começo
ainda não é agora
a confusão prossegue
sonhos afora
calma calma logo mais
a gente goza
perto do osso
a carne é mais gostosa
(Leminsky)
10 agosto, 2006
A insustentável leveza do ser ou Há luz no fim do túnel
Agora que tudo acabou, e foi devidamente digerido, alguns dados relevantes:
18 dias, 2 internações, 1 única, insistente e irremovível pedra no canal, 2 hospitais, várias comparações, estradas intermináveis, 1 doente irremediável, 1 esposa em franco desespero, muitos amigos solidários, 2 amigas anjas da guarda para todas as horas, Mônica e Ana e dias que não acabavam nunca. Mas acabaram!
07 agosto, 2006
Dizem por aí...
Não de qualquer um, mas daquelas pérolas filosóficas condensadas em pouco mais de meia dúzia de palavras.
Principalmente gosto de achar ditado novos, daqueles lá do interior do sertão ou dos confins da China, mas que servem pra qualquer um aqui, ali e acolá.
O meu favorito de todos os tempos eu ouvi pela primeira vez da boca da minha mãe. Tenho certeza que nem ela lembra mais disso. Ela o atribuiu na época a uma das nonas centenárias, daquelas que brotam às dúzias na minha família:
O céu do sapo é do tamanho da boca do poço!
Além de ser praticamente um trava-língua, requer um minuto de atenção pra decodificar a mensagem e uma imaginação fotográfica (a minha parte favorita) para chegar ao real significado desta frase: você só enxerga aquilo que você consegue ver. E pra bom entendedor, não precisa dizer mais nada!
Outro que entrou recentemente pra categoria de frases geniais vem da simplicidade das terras africanas e foi dito por um angolano em entrevista a um jornal na televisão:
Quando dois elefantes brigam, quem mais sofre é a grama!
Ele usou esta frase pra explicar a guerra que seu país vivera explicando que quando os poderosos medem forças, quem perde mesmo é o pobre desgraçado que não tem parte nisso nem vai ganhar nada no fim da história, a não ser mais pobreza e miséria.
Eu, grama e sapo que sou, estou indo gramar e coachar um pouco mais longe de elefantes e poços pra ver se as coisas caminham diferentes.
Até lá Deus que ajude nós que cedo madrugamos!
28 julho, 2006
Velinhas, velhinho
Foi servir o exército no Rio, foi tentar universidade em Curitiba, mas foi em Londrina que acabou conhecendo a mulher que seria sua companheira de faculdade, de consultório e de tantos anos de casamento.
Foi jogador de vôlei, basquete, ovinocultor e continua sendo, com um resto de fé no governo e no clima, cafeicultor.
Me apresentou às modas de viola que tanto me salvam hoje pros lados de Minas por onde ando e eu o apresentei às bandas de rock.
Nunca foi de falar muito, mas quando abre a boca, pode esperar que vai sair uma pérola.
Cozinheiro de mão cheia, ele faz bonito com qualquer audiência.
Pai preocupado, nunca perdeu as filhas de vista numa praia cheia (e nem as crianças das sete barracas vizinhas...).
É pontual como um relógio suíço, faz o melhor café do mundo e nunca deixou de trazer um copo de leite quente pra nos acordar todas as manhãs tortuosas de inverno ou verão para irmos pra escola.
Hoje é aniversário dele.Parabéns, pai, pelo seu dia!
23 julho, 2006
Sacramento
21 julho, 2006
Lá vem o vento soprando novamente
Por ter acordado ainda mais cedo
E não ter nada que quisesse fazer...
Não sabia que caminho tomar
Mas o vento soprava forte, varria para um lado,
E segui o caminho para onde o vento me soprava nas costas.
Assim tem sido sempre a minha vida, e
Assim quero que possa ser sempre --
Vou onde o vento me leva e não me
Sinto pensar.
Alberto Caeiro
19 julho, 2006
04 julho, 2006
03 julho, 2006
Rapidinhas de futebol
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* A-M-E-I a propaganda do canal Sony sobre a copa do mundo! O canal SEM o Mundial!
* Me divirto um monte com a tradução dos hinos de cada país. Cada coisa sem pé nem cabeça... No fim das contas, bonito é o nosso, mesmo!
* MERECEMOS perder! Desde o começo já tava esperando um jogo perdido. Achava que ia ser com Gana. Ser bom é uma coisa, achar que ninguém pode com você dá nisso. Lição de humildade: perdemos da França DE NOVO!!
* E, finalmente, quem não faz, toma!
26 junho, 2006
Pedras no caminho
Mais precisamente, no meio do canal entre o rim e a bexiga do meu marido tinha uma pedra. Que fez com que a gente amanhecesse a quarta feira no hospital da Unimed, onde ele tomou cinco drogas diferentes e continuou vomitando de dor. O que nos levou ao médico dele, que ia sair da cidade por quatro dias, mas recomendou internação. O que nos levou a Campinas a 150 km/h no meio do dia, onde oito novas drogas foram aplicadas na veia dele pra finalmente ele parar de sentir dor.
Eu e ele, sós como sempre, em Campinas, acompanhados de uma malinha mixuruca e algumas roupas de emergência e dois carregadores imprescindíveis, para que os celulares nos mantivessem em contato com o mundo.
Próxima fase: esperar o médico! Desde as 2 da tarde “internados”, já passava das 7 e nada do especialista aparecer pra dizer o que ia acontecer. Com a minha cabeça explodindo e sem conseguir contrabandear um paracetamolzinho do hospital parti a procura de uma farmácia. Como eu não sabia onde ficava nada em Campinas, pedi informação e fui andando. Dois quarteirões? Fui a pé.
Nos primeiros dez passos eu vi a rua deserta e resolvi voltar. Mas, ah, a dor... Virei de volta e segui pra farmácia. Chegando no fim do primeiro quarteirão vi umas moças vindo. Ufa! Só que a “moça” vestia bikini com um casaco por cima, e era um tanto moço para uma moça. A outra “moça” vestia calça curta justíssima e bikini. Hummm... tá, mas a dor não passa, então levanto a cabeça e sigo em frente... Tomando o cuidado de deixar a jaqueta bem fechada pra não ter dúvida.
Chego no fim do segundo quarteirão e dou de cara com uma avenida de SEIS pistas!! Cadê a farmácia??? Quem diz que eu VIA alguma farmácia... Todo o comércio fechado! Ando pra um lado, nada. Ando pra outro e nada. Quando eu vejo, estou eu andando de um lado pro outro NA ESQUINA!! Muito inteligente!
Resolvi voltar antes que alguém parasse o carro pra perguntar quanto era. Meio quarteirão de volta e a idéia de passar a noite com dor me faz interpelar na maior cara de pau a próxima moça/moço que vem passando: “tem uma farmácia por aqui?”, “Na próxima ixquina, meu amorr”, “Valeu!”. Corro pra farmácia, mato a dor e agradeço a moça/moço na volta pro hospital.
O médico aparece no quarto 11 da noite, depois de uma síncope minha quando o stress chegou na tampa e (depois de ter pedido a minha mãe, chorado, odiado o momento que eu tive a idéia de jerico de ir pra Campinas) assim fui descobrir que o tal do médico não tinha sido avisado que nós estávamos lá, esperando desde as DUAS HORAS DA TARDE!!
Não precisa nem dizer que hospital em dia de jogo só funciona pra urgências urgetíssimas. Mesmo assim, o médico marcou o procedimento pra retirada da pedra, que consistia em uma peridural e um cateter pelo canal. Não sei se foi o medo, a vontade de ir embora, os 15 medicamentos ou os dois litros de soro, mas meia hora antes do médico chegar a pedra virou pó e saiu que nem água.
Assistimos ao jogo no hospital pra ver se dava mais algum revertério e fomos pra casa.
Não quero brincar de hospital de novo por uns tempos...
20 junho, 2006
Mais do mesmo
Então que no meio dos revivals e coisa e tal resolvi fazer meu programa de índio favorito: visitar o Camelódromo da cidade.
Pela lexicologia das coisas, se Sambódromo é um lugar onde se tem samba, autódromo um lugar que tem veículos, o camelódromo deveria ser o lugar onde se tem camelos... ops... camelÔs.
E o tal lugar nada mais é do que um Standcenter (o da Paulista) melhorado, com mais variedades. Dois andares de pura cruza de Paraguay com Taiwan.
Nada como uma visita dessas pra me doutrinar em coisas que eu jamais poderia conhecer de outra maneira.
Agora, por exemplo, eu já posso manter uma conversa consistente com qualquer menina de 11 anos, pq eu já sei quem é Rebelde!! Já vi até o show pirateado deles na banquinha do camelô!
O que, aliás, me levou a outro revival: quem sou eu pra atirar pedra no Rebelde dos outros quando o meu telhado é feito de Menudos com o bom e velho “não se reprima” e um Ricky Martin hablando español?
Por outro lado, 5 minutos na frente do monitor com show da Kelly Key e tenho certeza que eu devo ter sofrido um dano neurológico que vai me deixar duas semanas babando verde e cantando a-do-le-tá até eu poder conversar de política novamente...
No fim das contas, não achei o que eu tinha ido procurar (o que eu não conto, pq você e eu sabemos que gente direita não compra, baixa da internet) e saí ilesa de maiores traumas.
Já que o FILO não me qui-lo, fico com tu mesmo, Camelódromo.
18 junho, 2006
Eu achava que a gente ia levar uma lavada da Austrália daquelas de perder o rumo, merecidamente.
Ganhamos, mas não vou comemorar, não.
Primeiro que eu acho que o time que tá no banco já mostrou pro que veio, então é melhor trocar os titulares pelos reservas e aí sim, nós vamos ver jogo.
Segundo que pelo que eles valem e pelo que eles ganham, não fizeram mais do que a obrigação. Pra comemorar mesmo ainda faltaram uns dois gols... em cada jogo!!
Falou Carol Parreira!!
05 junho, 2006
Em tempos de Copa...
Tô triste. O Lu ligou agora pra avisar que viu um anúncio de desaparecimento do Highlander no jornal.
O Highlander foi um dos meus primeiros conhecidos na cidade. Na dele, bonachão, no alto dos seus onze anos de experiência rodava a cidade e sempre acabava espichado nos jardins do casarão onde o Lu trabalha. Nunca se incomodou com a sua popularidade. Pelo contrário. Um dos episódios mais marcantes da minha história por aqui foi quando peguei o Highlander a caminho do clube com uma qualquer ralando e rolando no meio da rua. O fato marcante é que voltando do clube os dois ainda estavam lá, horas depois, dando continuidade ao que eu já tinha visto na ida, mas agora com um grupo de crianças curiosas assistindo a... o... bem, vocês sabem.
Ele sempre foi idependente, autônomo e bem quisto.
Agora eu me pergunto por onde andará. Se deixou alguma menininha doente de saudade dele.
Descobri, pelo anúncio de jornal, que o Highlander, apelido que nós demos por ele se recusar a dizer seu nome verdadeiro, é Cafú. Um beagle de pêlo grisalho, rechonchudo e simpático, com cara de que ia durar pra sempre, pelo jeito que levava a vida.
Por onde andará nosso amigo?
Com este nome, nesta época... bem que podia, hein...
Da série "Dialógos"
"Cadê as moças que trabalham aqui? Não chegaram ainda??"
"Claro que não, elas trabalham até tarde, esqueceu...?"
"Hum, taí um nicho de mercado..."
É por aí que você vê quando a pessoa tá trabalhando além da conta...
04 junho, 2006
29 maio, 2006
A verdade é que eu e as palavras não temos nos visto com muita freqüência. E nem nos encontramos por aí, no papel, ou na tela, nas teclas.
É verdade também que eu sinto falta delas, principalmente quando se juntam, em frases que dizem tudo o que eu quero dizer. Principalmente quando elas ficam tão bonitas juntas.
Mas nós tiramos férias, eu delas e elas, magoadas, de mim. Não foi por querer, não. Queria muito que elas aparecessem.
Vou limpar a casa, providenciar um espaço, dar um tempo de tudo pra ver se elas voltam...
22 maio, 2006
Para as testemunhas de plantão
15 maio, 2006
Wild Wild West
Cada notícia nova que eu vejo na televisão me tira mais e mais o sono. Mas não só. Me tira a paz de espírito, me tira a fé que eu tenho neste país, me tira a esperança de que nós vamos dar certo.
Como dizem os English speakers: desperate times call for desperate measures!!!
E estes são tempos de desespero.
Direitos humanos que me perdoe, mas matar bombeiros, incendiar ônibus e deixar a população refém de atos de violência, delinqüência e bandidagem, e destituída do seu direito de ir e vir é coisa de animal, que deve ser tratado como tal.
Aí vem o Caetano me dizer “Cento e onze presos indefesos”... Indefesos meu nazo!!! Eles têm armas e celulares. Indefesos estamos nós assistindo a tudo isso sem poder sair de casa. Casa, aliás, em SP, que teve viaturas metralhadas na esquina. Na esquina!!!
Diferente do Rio, onde as favelas estão restritas aos morros, em SP elas estão por toda parte, se misturando aos prédios de luxo do Morumbi, nas beiras dos rios e nas esquinas da tão renomada Daslu.
Diferente do Rio também, a ação do crime organizado de SP se espalhou como gripe pelas cidades e estados vizinhos. Neste momento, a rua principal da cidade onde eu moro, uma cidade de 70,000 habitantes, teve a rua principal bloqueada. A cidade vizinha, em Minas Gerais, teve postos policiais e de serviços atacados esta manhã.
Um país onde um bandido diz que pode entrar numa delegacia e fuzilar um policial, mas um policial não pode entrar num presídio e matá-lo pois o Estado tem o dever de defendê-lo perdeu o respeito!
Isso claramente já é uma guerra, tem sido uma guerra faz um tempo, onde nós, que trabalhamos e pagamos nossos impostos e contas, estamos perdendo. Já passou da hora do exército agir. Já passou da hora deste governo explicar pra que sustenta um exército depois da ditadura, já que não usa nem contra o Evo “Marionete do Chavez” Morales, nem contra a guerrilha armada que está se instalando neste país.
Por isso, povo brasileiro, aguarde as cenas dos próximos capítulos em suas casas, por que o toque de recolher hoje em SP é às oito da noite!
09 maio, 2006
Boa semana a todos!
05 maio, 2006
Do que eu também não entendo
Bob Dylan
The only thing we have to fear is fear itself.
Roosevelt
20 abril, 2006
Sessão Leminky
Enquanto minha palavra cala, Leminky fala:
Pq tem sido assim...
entre a dívida externa
e a dúvida interna
meu coração
comercial
alterna
Pq amanhã é feriado...
acenda a lampada às seis horas da tarde
acenda a luz dos lampiões
inflame
a chama dos salões
fogos de línguas de dragões
vagalumes
numa nuvem de poeira de neon
tudo é claro
tudo é claro
a noite assim que é bom
a luz acesa na janela lá de casa
o fogo
o foco lá no beco
e o farol
esta noite vai ter sol
Pq...
não fosse isso
e era menos
não fosse tanto
e era quase
07 abril, 2006
Pq a vida, às vezes, perde o rumo
Quando quase tudo está perdido, vem Mário Quintana me salvar de mim mesma...
Não desças os degraus do sonho
Para não despertar os monstros.
Não subas aos sótãos - onde
Os deuses, por trás das suas máscaras,
Ocultam o próprio enigma.
Não desças, não subas, fica.
O mistério está é na tua vida!
E é um sonho louco este nosso mundo...
02 abril, 2006
Andei lendo nos blogs da vida sobre as manias que as pessoas têm.
Eu sou cheia de manias, entre mais e menos esquisitas, mas tenho mania de ficar muda quando as coisas ficam complicadas, estranhas.
Eu falo demais, leio demais, escrevo demais. Mas quando alguma coisa me tira do meu eixo, essas três funções que normalmente operam até ao mesmo tempo dão uma trégua até que eu me restabeleça.
Esta tem sido uma época assim. Assolada de fatos e números e detalhes que me impedem de pensar. E eu volto aos Tempos Modernos de Chaplin, não apertando parafusos, mas sendo mais uma pecinha em um mecanismo que vai me substituir se eu parar de funcionar de maneira apropriada.
Portanto, a falta de crônicas e histórias é por eu simplesmente ter limitado a minha vida, por um tempo curto e uma razão válida, à mesma vidinha todos os dias. Há, sim, os highlights da semana, mas eles se esvanecem da minha memória superocupada antes que possam pular pro papel.
Vou dar um jeito nisso logo. Enquanto isso, paciência...
Who's to say what's impossible?
Well they forgot
this world keeps spinning
And with each new day
I can feel a change in everything
And as the surface breaks
reflections fade
But in some ways they remain the same
And as my mind begins to spread its wings
There's no stopping in curiosity
I want to turn the whole thing
upside down
I'll find the things they say
just can't be found
I'll share this love I find with everyone
We'll sing and dance to mother nature's songs
I don't want this feeling to go away
Who's to say I can't do everything?
Well I can try,
and as I roll along I begin to find
Things aren't always just what they seem
I want to turn the whole thing upside down...
Um tributo ao show que eu não vou assistir, por razões que é melhor nem falar, que dá vontade de bater com a cabeça na parede! Mas também um tributo à minha filosofia de vida, e a um começo de semana dos bons!!
31 março, 2006
às vezes sou Alice, às vezes sou coelho
20 março, 2006
Equinócios da minha vida
Quando ocorre em Março, dá-se o início do Outono e temos o equinócio de Outono, em Setembro, temos o início da Primavera e por isso designa-se por equinócio da Primavera.
A duração do dia e da noite é igual nos equinócios porque nesses dias o Sol nasce exatamente no ponto cardeal leste e põe-se exatamente no ponto cardeal oeste.
Este ano o início do Outono será então no dia 20 de Março às 12h33."
Hoje o dia foi igual à noite, e nem um dia da minha vida ilustrou tão bem um divisor de águas como os eventos do dia de hoje. Pode até ter começado o outono aqui nos trópicos, mas acho que eu vou seguir o calendário europeu e decretar o início da minha Primavera, cheia de flores e, com certeza frutos!
A foto, bem "equinócica" é de Londrina, de onde eu já estou com saudade!
08 março, 2006
Aproveitando a oportunidade
Pra mim, macho que usa o dia internacional da mulher pra fazer piadinha sem graça é cara que acha que ter um p... no meio das pernas não é suficiente pra se sentir homem.
Tem que humilhar, abusar, fazer piada. Só assim ele é homem.
Se eu acho ruim? Sim! Eu sou contra qualquer tipo de abuso e de preconceito, sou humana e preconceituosa também, e luto todo santo dia pra vencer cada um deles pra que eles não façam de mim uma pessoa menor, uma mulher menor.
Felizmente, casei com um homem tão homem que não precisa fazer piada nem ser abusivo pra se achar alguém, pois está muito acima disso. E assim, me fez sentir muito mais mulher que muitas mulheres por aí. Me fez entender que eu posso ser o que eu quiser, e ir aonde quiser, quando eu mesma não tinha certeza disso.
Assim, eu pude ser um pouco da filha da mulher que a minha mãe é, e da neta das mulheres que minhas avós foram. Mulheres lutadoras, que nunca se curvaram frente às dificuldades. Que do seu próprio jeito, mais doce, mais amargo, mais determinadas ou cautelosas, fizeram que nós chegassemos aqui, como somos e onde estamos. E por isso eu sou eternamente grata.
À minha mãe, exemplo de mulher, e à todas as mulheres e homens da minha vida que são dignos de assim serem chamados, um ótimo dia Internacional da Mulher!