20 novembro, 2006

Memórias – parte I

Foi mais ou menos assim:
Sábado chegou e os amigos de São Paulo vieram pro “findisemana” na roça. Como tinha baile beneficente para angariar dinheiro para o hospital acabamos comprando quatro convites e lá fomos nós.
Vira e mexe eu acabo, junto com as minhas amigas e amigos, freqüentando lugares que ficam gravados na retina da pessoa anos após o acontecido, do tipo bailão de CTG, pagode de periferia, festa de rodeio e agora, pra se juntar à categoria de “festa estranha com gente esquisita”, um autêntico baile da saudade!
Não que eu nunca tivesse ido a um desses, mas a última vez que eu me lembre eu tinha uns sete anos de idade e ia acompanhar o meu vô e a minha vó nos tais bailes do Sesc em plena matinê.
Para os leigos no assunto um Baile da Saudade reúne viúvos, viúvas, desquitados e pessoas procurando companhia pra dançar, se divertir ou viver uma nova história de amor. Ou simplesmente casais de senhores e senhoras que querem resgatar os velhos tempos.
Trilha sonora: esta é a parte principal que faz a coisa ser tão característica. Para um bom Baile reúna todas as canções do Roberto Carlos pós-jovem guarda e pré-Acústico MTV. Acrescente uma pitada de Luis Miguel e todos os outros boleros já gravados na face da terra. Adicione um ou outro sambinha, mas nada que esteja na última moda. Pra terminar, Frank Sinatra com ‘New York, New York’ para dar o toque final.
Coloque um tecladista (mas teclado bom, daqueles que já vem com o som de todos os outros instrumentos) e um cantor de terno branco e gravata borboleta pra tocar.
Para dar dinâmica na coisa (e essa foi a minha parte favorita), coloque vários meninos novinhos, bonitinhos, arrumadinhos na sua roupinha preta básica para tirar as senhouras solitárias pra rodar pelo salão. Achei de uma gentileza sem tamanho e vislumbrei que, caso eu vire uma senhoura solteirona algum dia na minha vida, nem tudo está perdido... Não vi se tinha a versão feminina dos moçoilos, mas com a proporção de 7 mulheres pra cada homem presente acho que seria uma deselegância.
Pagamos os convites, mais duas cocas, mais uma água, duas danças e com a nossa beneficência cumprida rumamos pra casa. Eu, sinceramente, tendo música “dançável”, agüentava mais um pouco, mas meu público já estava apoiando o segundo cotovelo na mesa, então achei por bem dançar conforme a música deles.
As visitas prometeram que vão voltar a nos visitar depois disso.
Eu acho melhor esperar pra ver.

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