26 junho, 2008

Constatações

Depois de 4 dias com temperaturas variando entre 10 e 15 graus nos melhores momentos do dia, cheguei à conclusão que eu so sou feliz de verdade a partir de 20 graus, com sol.
Diz o meu marido que eu sou a "Mulher pássaro".

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Apesar dos dias glaciais (entenda, abaixo de 20° C = glacial), ando bem Pollyanna. Acho legal ter jornal do metrô no semáforo, apesar de nunca ter entendido o porquê dele ser distribuído no semáforo e não no metrô. Acho graça nas mensagens dos pacotinhos de bala que o moço pendura no retrovisor enquanto espero, acho que a distância entre meu trabalho e minha casa é superperto, que as coisas não estão tão caras, que eu ganho bem e que está tudo cada vez melhor.
Serei eu bipolar??

Vão-se os bons

Dona Ruth Cardoso vai fazer falta, num país onde pessoas dignas, trabalhadoras e interessadas nos problemas sociais são tão escassas.
Uma homenagem final na Sala São Paulo, um dos lugares mais majestosos da cidade, está à altura da classe e dignidade que teve em vida.
Tendo sido precedida por uma Roseane Collor e sucedida por uma Marisa Leticia, está certo que ela saiu em larga vantagem, mas não foi como primeira-dama que ela mais se destacou. Se destacou como humanista, que deveríamos observar e incorporar nas melhores qualidades.
Enquanto ela vai descansar, a vida segue com os vasos ruins que não quebram tão fácil.

24 junho, 2008

Abaixo de zero

Direto da Patagônia paulistana, mamãe Cebola e neném Cebolinha cobertas de camadas e mais camadas de roupas. A pobre nem se mexe direito. É body, casaquinho, casacão, meia-calça, calça, meia, mais meia ainda. É pouco provável que ela engatinhe essa semana. Talvez role pela casa...

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O fim-de-semana em compensação trouxe sol, calor, comida boa, muita conversa pra jogar fora com os amigos e descanso pra dar e vender longe da cidade grande!! Não fomos de camisa havaiana, mas lagartixamos ao sol o que deu, já prevendo a semana glacial que se aproximava.

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Filho vem com um chip especial impossível de desprogramar pra fazer pai e mãe passarem vergonha na casa dos outros. Meia hora de choro a plenos pulmões às 4 horas da manhã provou essa teoria. Fralda seca e uma mamadeira nova resolveram o problema, mas não sem antes acordar até o vizinho a 3 casas de distância.

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Aniversário de um ano se aproximando com velocidade vertiginosa para uma mãe desavisada como eu. Help!

15 junho, 2008

12 junho, 2008

Chegadas e Partidas


Dia estranho pra morrer...

Dia dos namorados, véspera de Santo Antônio, e pra calhar, ainda era feriado na cidade onde morava.

Ela nasceu assim, lá na roça, onde ficou ainda um bom tempo depois que parou os estudos. Afinal, moça da roça naquela época tinha mais é que se casar. Ele a conheceu num trem, no meio da segunda guerra, enquanto ele, italiano, fugia de ser testemunha de uma briga de japoneses, todos inimigos do país à época. Ele prometeu que se fosse encontrá-la e ela estivesse na estação, casava com ela. Casaram-se depois de um mês. Mais tarde me confidenciou que todos ficavam pela estação naquela época, vendo as chegadas e partidas. Era o ponto de encontro.

Tiveram uma vida difícil, tendo e criando os filhos pelas muitas cidades por onde estiveram até se estabelecerem no interior do Paraná. Nunca sobrou muito, mas ao final teve suficiente pra família engordar e fazerem 9 netos.

Dizem que quem a criou foi uma tia, de quem herdou uma frase em espanhol que falou pela vida a fora. Mais ainda perto do final.

Um dia o brilho nos olhos foi embora. Ninguém entendeu direito, até que ela começasse a perguntar a cada 2 minutos se eu não queria tomar o leite que eu já tinha tomado. Depois foi meu nome que ela não lembrava mais. E por fim, o caminho de casa, quando não pôde mais sair desacompanhada. Isso foi há mais de dez anos.

Seguidos vieram o caminhar que cessou, a memória recente, depois a distante, depois a fala. E fez-se o silêncio, quebrado por um murmúrio ou outro que fizesse sentido e pela nossa agonia em saber o que se passava do lado de dentro, onde não víamos nem podíamos alcançar.

Quando não havia mais nada a perder, aina perdeu os movimentos dos membros que atrofiaram, os dentes que restavam e a alimentação, que passou a ser enviada direto para o estômago.

Ano passado, perdeu também o marido. Não que ela ainda lembrasse que tinha um. Talvez. Nunca saberemos.

E finalmente, hoje, foi embora de um corpo que não tinha mais nada para oferecer a ela.

Vai em paz, vó! Que você possa descansar destes anos tão sofridos pra você e pra todos nós que vimos o seu fenecer com tão pouco a fazer.

Can't buy me fun...

Televisão - R$ 500,00
Pipoca - R$ 1,00
Ver a vizinhança inteira vir abaixo gritando nas janelas e soltando fogos enquanto o Corinthians perdia pro Sport do Recife não tem preço!

11 junho, 2008

Capelinha de melão é de São João??

Semana passada, zapeando pelo rádio do carro, parei numa rádio evangélica que começava um programa que se chamava ago como "pergunte ao pastor".

Já estava pra mudar de canal quando quis saber que tipos de pergunta seriam feitas. Eis que apareceu uma senhora perguntando se devia deixar os filhos participarem das festas juninas no colégio.

Até aquele momento, acho que eu nunca tinha parado pra pensar nas festas juninas como de cunho religioso, além do folclórico.

O pastor foi taxativo em dizer que, sendo a atividade de fundo religioso, ele não deixaria os filhos dele tomarem parte, mas há os que entendam que seja apenas uma festa folclórica. Só que como o que estavam perguntando era a opinião dele, então ele achava que não.

Isso criou uma sequência de pensamentos tão grande que não caberia aqui. Mas principalmente criou mais perguntas que respostas.

No Estados Unidos, onde a comunidade judaica é tão grande quanto a cristã, os feriados cristãos e judaicos são respeitados pelo calendário governamental que fecha os estabelecimentos públicos nestes dias. Assim, se respeita a gregos e troianos.

Aí eu me pergunto, num país de origens predominantemente católicas, como ficam os dias "santos", que são feriados nacionais para os não-católicos? E as cidades que brotam os milhares, com seu São João, São José, Santa Maria como carro de frente? Qual seria o ponto de vista das outras religiões com relação a isso?

Partindo do mesmo princípio, não seriam os budistas e judeus, religiões que eu respeito e admiro, anti-cristãos, segundo esta ótica?

Eu fiquei numa dúvida terrível neste caso, sobre o que é religião e o que é folclore, porque desde muito tempo, a não ser que se estude em escolas católicas ou se frequente a quermesse do bairro, não vejo mais que uma quadrilha e muita pipoca e quentão.

Queria que alguém me explicasse melhor aonde entra o desrespeito com a própria religião e o respeito à religião do outro. Também não posso colocar toda uma crença de uma multidão de pessoas por causa de uma única resposta de um programa de rádio... Porque eu, que fui batizada católica, frequentei com meus primos os templos presbiterianos e espíritas, e fui intérprete de missionários da igreja Batista, vi o mesmo Deus em todos eles e não vejo de que maneira eu possa ofender Deus com tudo isso.

Na verdade no fundo o que a pergunta mais despertou em mim foi a dúvida de quanto as religiões em particular, e não as festas de junho em si, nos impedem de sermos todo filhos deste mesmo Deus.

07 junho, 2008

Cirque de Marie Claire

Ela aprendeu a ficar sozinha em pé sem as mãos essa semana. Agora ensaia um número novo: em pé, sem as mãos, enquanto tenta alcançar a colher com a comida do almoço.
Hoje, em algum momento entre o soltar as mãos e pegar a colher, ela desequilibrou e aterrisou com a mão no prato.
Eu não sabia se ria, se ajudava, ou se deixava a performance continuar.