31 dezembro, 2009

Almost there or a few first impressions

São 3:00 da manhã no Brasil. São 2:00 da manhã no Chile e o próximo vôo só sairá daqui mais 3 horas.
Eu consegui a maestria de reservar as poltronas bem em cima da asa do avião, o que dificultou ligeiramente, pra não dizer completamente, a vista da cordilheira enquanto cruzavamos a Argentina até o Chile.
Como não há mais vôos até Calama até as 5 da manhã, resta esperar mais algumas horas encostados pelo aeroporto, asim como outros 300 passageiros que disputam conosco as poltronas espalhadas pelo saguão do terceiro andar. Tentar dormir até que é possível, mas o aeroporto está em obras e há uma britadeira (ou será mais que uma?) trabalhando incessantemente perto daqui...
Pelo menos as poltronas não têm divisórias como no aeroporto de São Paulo e eu consegui duas cadeiras só pra mim!! Até cobicei uma terceira, mas tem uma gringa com cara de quem não vai arredar o pé dali.
Oh, well. Este é o espírito de aventura de querer se viajar em plena véspera de ano novo pra passar a virada do ano no meio do deserto do Atacama...
Aproveitando a santa conexão gratuita do aeroporto de Santiago pra desejar um 2010 de pés direitos, vacas gordas e muita paz de espírito pra todos que passarem por aqui!!

26 dezembro, 2009

A DOR DO PARTO

Maria Clara sempre foi avessa a preparativos para viagens. Não que ela não goste de viajar. Ela ama! Mas desde bebê o andar dos adultos que iam e vinham com os apetrechos típicos a fazia chorar até que alguém a enfiasse dentro da mala, literalmente. Devia ser a sua maneira de ter certeza que não seria esquecida...
Por isso, agora, aos dois anos e quatro meses, com os adultos correndo a preparar as malas e ela vendo tudo da escada enquanto brincava de pular os degraus e cuidava da fila de brinquedos trazidos pelo papai noel, a minha vontade foi de enfia-la na minha mala e correr de volta pra casa. Mas na verdade ela passará os próximos 15 dias na casa da vóvó e do vovô enquanto nós vamos tirar férias pela primeira vez fora do país sem ela. Já chorei metade do caminho de volta pra São Paulo enquanto escrevo este post e ainda tem uns 150 km até em casa...Falta muito pro teletransporte virar uma opção real de meio de locomoção??

06 novembro, 2009

La edad del cielo


Não somos mais
Que uma gota de luz
Uma estrela que cai
Uma fagulha tão só
Na idade do céu...

Não somos o
Que queríamos ser
Somos um breve pulsar
Em um silêncio antigo
Com a idade do céu...

Calma!
Tudo está em calma
Deixe que o beijo dure
Deixe que o tempo cure
Deixe que a alma
Tenha a mesma idade
Que a idade do céu...

Não somos mais
Que um punhado de mar
Uma piada de Deus
Um capricho do sol
No jardim do céu...

Não damos pé
Entre tanto tic tac
Entre tanto Big Bang
Somos um grão de sal
No mar do céu...

A original vocês acham aqui.
Um ótimo fim-de-semana a todos!

20 outubro, 2009

Palavrinhas e palavrões...

Filhota desembestou a soltar pérolas, agora que domina perfeitamente o básico do vocabulário pátrio:

Madrinha: Olha ali, que chique! (mostrando o prédio)

Filhota: Não é chique, é uma casinha!

Madrinha: !!!

***

Vovó tentou ensinar pra moçoila o que ela faz no Pilates. Filhota vem com uma bola de basquete, deita de barriga e jogando as pernas pro ar antes de se espatifar do chão diz pro pai:

"Papai, olha, tô fazenu Piátis!!"

***

Agora ela deu de falar expressões que nem desenho animado:

"Oh, não! Minha mamadeira caiu!", "Oh, não! Acabô o bicoito!

Vai pra Hollywood!!

Notinha de Rodateto...

Nenhum comentário que eu escrevesse sobre a semaninha de folga, vulgarmente chamada de férias, seria suficiente pra substituir as fotos abaixo. Então deixo que elas falem por si.

E boa semana a todos, porque aqui até meu computador estava às lágrimas (de chuva, que escorreu luminária adentro da minha sala no escritório) de me ver voltar.

Mais um tiquinho de férias




Férias em preto e branco!



Férias!







09 outubro, 2009

Faz-me rir!!


É só clicar na imagem pra ler a sugestão e compartilhar minha estupefação!

07 outubro, 2009

Bandidagem

Se alguém disser pra mim, em algum surto romântico-stanlinista que isso de alguma maneira é sério, por favor, vá plantar batatas, literalmente.
Abra a porta da sua casa e dê pouso para os marginais bárbaros que conduziram esta operação maquinada.
Alguém pode me dizer o que aconteceria com os 400 colonos que perderiam o emprego? Quanto menos direito tem eles que a horda que invadiu e depredou a fazenda da Cutrale?
Colono, por definição do dicionário é aquele que cultiva uma porção de terra ligado ao proprietário por um trato. Tem por sinônimos agricultor, cultivador, lavrador.
Estes não têm direitos. São empregados, parceiros (no sentido agrário da palavra), já têm sua porção de terra. Não serão os primeiros ou últimos que eu vi perder a terra para a massa de manobra dos líderes do "movimento sem-vergonha" que se escondem por trás da ignorância do povo.
Alguém pode me explicar como alguém pode levar a sério um movimento que sistematicamente entra e depreda propriedades particulares (no caso em questão só para começar a lista 7.000 pés de laranja e 28 tratores) sem consequência criminal alguma? Alguém também pode me explicar como é que eles são patrocinados pelo governo para conduzir estas ações?
Defensores da futura Farc brasileira, por favor, não percam seu tempo tentando me convencer da beleza e justiça nestas ações. Dê metade do seu salário, metade do seu guarda-roupa, metade da sua geladeira a eles. Não sendo suficiente, deixe que eles entrem na sua casa, quebrem o motor da sua geladeira, matem seu gato e seu cachorro. Daí então, venham conversar comigo.
Antes disso, me poupem dessa baboseira!

A propósito, se alguém quer saber minha opinião para tudo isso, se não ficou explícito, é educação de base, mas isso parece ser mais impossível para o governo que ciência espacial....

06 outubro, 2009

Travail

São quase 11 da noite e eu continuo pendurada no computador trabalhando.
Cosas importantes se pasan en Sudamerica.
Semana que antecede as férias: as noites prometem ser longas.
Que bom que sobrou vinho da festa de sexta pra me fazer companhia...

20 setembro, 2009

The amazing Race - versão pessoal


É mais ou menos assim:

Você passa um fim-de-semana MARAVILHOSO em Minas, daqueles em que você vai precisar passar a semana inteira se recuperando, pq a última coisa que se quer fazer em finais-de-semana maravilhosos é dormir, certo?

Porém...

Eis que segunda feira chega e a babá liga pra dizer que está com piriri, então não vai vir hoje. Você então fica com a criança e liga para o seu trabalho pra dizer que além das doenças da sua família, as da família da babá agora também influenciam a sua capacidade produtiva.

Quando você finalmente consegue chegar no trabalho lá pelas duas da tarde, fingindo que não vê as caras feias de TODAS as outras pessoas do seu departamento, que convenientemente não têm filhos, você entra numa reunião que vai terminar somente às 6 da tarde com seu chefe avisando que você embarca para um país a 5 hrs de distância de avião no dia seguinte pela manhã.

Humm...

Então, você volta pra casa, enfia qualquer coisa na mala e embarca sem ter certeza exatamente do que vai fazer lá no dito país, pois afinal de contas, os detalhes você só vai saber quando chegar de fato lá.

Assim começa a etapa internacional da maratona.

- Estar em pé, linda e arrumada às 5 da manhã, pegar 70 km de Marginais até o aeroporto internacional e viajar do lado do chefe até desembarcar lááá no outro país...

- Ir direto pro trabalho, almoçar a primeira coisa que colocarem na sua frente e ter reuniões em espanhol até às 10 da noite do seu país, 8 hrs dos dele;

- Ir para o hotel com motorista e segurança (!);

- Jantar a primeira coisa que tiver no cardápio, porque o que você quer realmente é dormir;

- Não conseguir conexão de internet pra ver marido e filha e dormir louca de saudades dos dois;

- Acordar mais cedo para terminar o relatório que tem que ser passado pro chefe e constatar no café da manhã que estão servindo arroz e feijão, entre outras comidas mais "café da manhã", mesmo;

- Sentir cansaço, falta de ar e todas aquelas coisas que uma diferença de 2100 metros de altitude entre a sua cidade e aquela podem te proporcionar;

- Passar o dia em reunião, entre o espanhol, o inglês ou qualquer outra coisa com que você se faça entender;

- Fazer diversas apresentações e se sentir absolutamente infantil por não conseguir passar a mensagem de maneira profissional porque você se enrosca com o idioma deles;

- Saber no meio da tarde que você vai pegar um avião para um outro país ali do lado, onde você vai ter mais reuniões;

- Perceber que a sua mala, com a qual você PRECISA viajar, ficou trancada no carro e que o segurança que tem a chave FOI EMBORA!!!

- Chegar no aeroporto de última hora, ser revistada duas vezes (como todas as outras pessoas) além da revista de bagagem, passar por todos os cães farejadores e entrar no avião na última hora;

- Chegar ao próximo país e notar que no primeiro país era muito mais fácil falar espanhol, porque ali será mais fácil entender grego ou esperanto, do que o sotaque local;

- Conseguir fazer o checkin no hotel lá pelas 8 e tanto da noite e ainda ter que tomar banho (cogitando seriamente pular esta etapa) e jantar (e esta também), além de trabalhar e dormir;

- Acordar e notar que você dormiu (desmaiou talvez seja mais aproriado) em cima do laptop;

- Passar o dia em reunião, agora num país quente e úmido, numa cidade a beira-mar e não conseguir sequer ver o mar, que dirá o famoso canal, pois afinal de contas você está lá pra trabalhar, não está??

- Voltar para o primeiro país, passar pela imigração, fazer checkin de novo, pagar taxas de embarque que você não deveria porque esqueceram de te entregar comprovantes que você deveria ter de recolhimento de impostos. Passar por pelo menos outras 3 revistas (de corpo, alma e mala) e depois de uma fila quilométrica na alfândega conseguir embarcar para o Brasil;

- Estar bela e serena com a certeza de que agora você vai descansar quando o dono da empresa entra no avião (!!) de máscara (!!!!) e se senta na sua fileira do outro lado do corredor;

- Descobrir assim que chega no Brasil e depois de dormir apenas 3 horas e ir trabalhar que o dito cujo está com gripe suína;

Assim sendo, não preciso dizer também que hoje, passados dois dias, ainda estou em processo de recuperação mental e corporal. Também que estou cogitando agora participar do programa de verdade pra ver se eu ganho alguma coisa mais, além do dito cresimento pessoal. Afinal, treinada eu já estou!

As outras impressões, as que eu consegui pegar no trânsito de lá pra cá e de cá pra lá, vou elaborar num outro post, ou assim que conseguir raciocinar linearmente novamente...

11 setembro, 2009

Good luck to you too!


"Sorte? eu não sei nada sobre sorte. Eu nunca contei com isto e eu tenho medo das pessoas que o fazem. Sorte para mim é qualquer outra coisa: trabalho duro, e perceber o que é oportunidade e o que não é."

(Lucille Ball)

Só pra refletir, e porque hoje eu ouvi que a minha vida dá certo porque eu sou uma pessoa de muita sorte...
Que sorte a minha! Imagina então como ia ser se eu trabalhasse??

18 agosto, 2009

Dois anos!


Dois anos de pura energia!

Acorda a maior parte dos dias com um sorriso no rosto e não tarda em chamar papaiê ou mamanhê pra tirá-la do berço e dos braços do Sansão. Sim, aquele da Mônica...

Conjuga verbos e repete absolutamente tudo que ouvir, portanto, os poucos palavrões de antigamente serão proferidos de agora em diante em sacos de papelão e jogados pela janela, pra ecoar nas casas vizinhas ou qualquer outro lugar onde não haja uma criança tão antenada.

Manda em tudo e todos. O mundo é dela, e está pronto pra ser explorado.

Não há cansaço pós-trabalho que resista a um fogãozinho cheio de panelinhas montadas e cozinhando a bolinha de pingue-pongue pro jantar!!

Se encanta com badaínas de collant e saia rosa, cacaés e elifantis do livro novo que a mamãe deu. Pula na cama elástica, na cama dos pais, no sofá da sala, quer queso, boiacha, marrã e manana o dia inteiro, e come tudo o mais que derem pelo caminho, inclusive o almoço, jantar e a sobremesa. Comprarei em breve um pezinho de alho com sal grosso e irei de joelhos até Aparecida, ciente da situação privilegiada de uma filha com mega-apetite. However, ainda não descartei uma possível lombriga que escapou ao vermífugo aplicado...

Faz caras e bocas e chora olhando pro espelho pra ver qual ângulo convencerá melhor os pais. Vai pra Hollywood num futuro breve...

Pede e dá beijos e abraços e obigadas e di nadas, e saúde até pros próprios espirros!

Seguindo a sina dos pais, nasceu pra andar no mundo, e segue sem olhar pra trás até o próximo destino. Algum dia provavelmente eu deixe de ter tanto orgulho disso e passe a sofrer as conseqüências de tanta independência.

Enquanto isso, registro cada momento pra guardar no coração. Pra sempre!

08 agosto, 2009

Pensando, pensando...


"Todo caminho da gente é reservado
Mas também cair não prejudica demais

A gente levanta, a gente sobe, a gente volta
O correr da vida embrulha tudo, a vida é assim
Esquenta e esfria
Aperta e aí afrouxa

Sossega e depois desinquieta

O que ela quer da gente é coragem"


(João Guimarães Rosa)

Foto com os devidos créditos dos meus conterrâneos

03 agosto, 2009

Porquinhos


A filhota teve que ir pra casa da tia-madrinha no interior porque as escolas estarão fechadas pelos próximos 15 dias e ainda que a babá recém contratada esteja com pique pra manter a moçoila entretida pelo período, as duas semanas de chuva que se passaram e o frio foram argumentos suficientes para eleger a casa com quintal e a cidade com média de dez graus Celcius a mais que aqui como colônia forçada de férias...
Saudades!

31 julho, 2009

São Paulo Adams

Desde semana passada, nós paulistanos vivemos em um cenário de filme da família Adams. Uma neblina e uma chuva sem fim insistem em cair dia sim, noite também e um ensaio de sol até chegou a aparecer no horizonte distante, no que foi imediatamente deposto por nuvens raivosas que cuspiram granizo madrugada adentro, demarcando seu território. Estiagem? Aonde?

Aquele céu de brigadeiro dos dias de inverno que me trazem boas lembranças de quando era duro sair da cama, mas que ao meio dia se podia circular com uma manga fininha, não passam realmente de recordações. As três blusas e duas calças colocadas no período da manhã vão perdurar amalgamadas no corpo até o fim do dia, quando serão substituídas após o banho de 45 °C por um pijama quente e dois cobertores... ou dois pijamas quentes e um cobertor... o que for mais prático. É certo que são sempre três camadas de qualquer coisa acima da pele e três camadas de mau-humor até chegar lá no subconsciente a uma distante alegria de dias quentes e lindos.

Eu não nasci pra morar na Islândia. Minha curta incursão ao intenso inverno europeu provou que dez dias de neve, ou noite, ou frio incessantes sem um solzinho pra chamar de meu são suficientes pra que eu mergulhe numa tristeza danada... Portanto, passadas as últimas duas semanas muito me surpreende que eu ainda não esteja chorando em comerciais de margarina...