31 março, 2008

O lixo do luxo

O que é luxo pra você?
É algo que você pode comprar ou algo que você pode fazer?
Eu tenho notado o quanto de lixo os artigos de luxo produzem. É plástico pra embalar outro plástico pra embalar outro plástico. Pra que tanto plástico? Pra ir pro lixo?
Na luta desenfreada pela higiene esterilizada acabamos cada vez mais vulneáveis a organismos com os quais não temos mais contato.
Assitindo estes dias o tal do Jamie Oliver fazer os famosos pratos deles na cozinha de casa, ouvi dele que um pouco de sujeira faz bem. As verduras colhidas no quintal da própria casa onde o show é gravado são passadas na água e pronto.
Agora vivendo a fase de filha-que-põe-tudo-o-que-vê-na-boca tive que me acostumar com um pouco de sujeira a mais, mas não, não deixo ela lamber as minha Havaianas como ela gostaria. Eca! Em compensação o fio da televisão, o celular e a cordinha da cortina devem ter gosto de chocolate, pois são devorados com uma avidez impressionante. Devidamente supervisionada, vou avisando, pra não acabar se enrolando pelo pescoço e a brincadeira virar tragédia.
Ironia das ironias, acabamos nós adultos não comedores de cordinhas de cortina pegando uma baita virose, ou salmonella, este fim de semana e devolvemos tudo rapidinho e em doses nada homeopáticas à mãe natureza, enquanto a comedora de fios pulava impávida sobre o que tinha restado de nós.
Luxo pra mim hoje é poder ter saúde e paz de espírito pra mim e pra minha família.
Que não precisam e nem devem ser embaladas em plástico.

Just another day

O sol amanhece na cidade e já estamos em pé. Mais em pé do que estaríamos na roça. Nos quatro anos de interior nunca dormimos tanto.
Na verdade essa coisa de interior é coisa de paulistano, sabe?
Existe São Paulo e todo o resto é interior e inominado, pro desespero e revolta dos Campineiros, que não se consideram nem um pouco interioranos.
O fato é que o “interior” tem nomes. Diversos, vários, ricos de cultura e lazer, que os paulistanos desarvorados pelo trânsito e o mundo de pedra do qual vive cercado vai procurar nos fins de semana. É como o turista americano de camisa havaiana no meio da Avenida Paulista, de guia na mão e destoando do cenário.
É verdade também que o nosso movimento é contrário da maioria, que está fugindo disso tudo aqui. O ato, no entanto, foi pensado. Não temos como fugir, no momento, e algumas coisas que precisamos só podemos encontrar aqui.
Então fizemos um acordo com a cidade: se ela nos tratar bem durante os cinco dias de branco, deixamos ela em paz nos outros dois remanescentes e vamos caçar o verde que antes ficava ali no quintal de casa. Vamos de mapa na mão e camisa havaiana, descansar como forasteiros na paz dos outros.

24 março, 2008

My so called life


Sim, tenho sido relapsa com meus amigos, meu blog, minha vida de maneira geral.
Espero que a foto acima dê um pouco da dimensão das coisas. Tá certo que desde que ela foi tirada, os quadros já não estão mais na parede, as caixas estão lotadas, as colchas foram guardadas e nada mais está onde um dia esteve.
Desde que seja por pouco tempo, dá pra aguentar.

18 março, 2008

On and on and on and on

Como nova assumida escrava do rádio do meu carro, voltei a ser uma pessoa interada dos problemas do mundo e agora me pergunto pq eu estava sofrendo tanto em não acompanhar tanta asneira...
També com muito pouco esforço, caminho para me tornar uma pessoa muito menos simétrica, com o braço direito avantajado pelo levantamento de Maria Clara e a perna esquerda cada vez mais desenvolvida pelo anda e pára do infernal trânsito paulistano.
Mas other than that, a vida vai em caixas, e nós vamos sobrevivendo em 40 m² de improviso muito caramente pagos.
A Páscoa vai ser sem bacalhau, com algum chocolate e com muita papinha de nenê. Esta que na véspera de completar sete meses escorou no sofá, ajoelhou e ficou em pé. Tentei explicar pra ela que ela não tinha idade pra isso, mas ela não me deu ouvidos. Prelúdio de um futuro bastante independente...

06 março, 2008

Yes, nós temos internet!!

Finalmente conectados com o mundo, voltamos, agora semi-paulistanos. O apartamento ainda não foi liberado, e enquanto isso ficamos com a casa da roça e uma habitação temporária num micro-flat em Moema/Itaim/wherever... Achamos por bem ter um lugar nosso pra espalhar bagunça e criança (e bagunça da criança, que não é pouca) para o bem de todos e a manutenção das relações familiares;

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Até o momento já xinguei imobiliárias, bancos governamentais e tabelionatos 15.367.548 vezes. Até o final da mudança este número tende a aumentar...

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Pra quem veio de uma casa, sobrado, eu me pergunto por que cargas d'água alguém compra um apto duplex... Como eu tenho visto eles pipocarem cada vez mais, entendo que a procura existe. Mas me digam, pq alguém pode querer sair da cama de madrugada e ir até a cozinha no andar de baixo fazer mamadeira, pegar água, buscar o celular que esta tocando (a qualquer hora do dia neste caso)??? Sei não, viu...

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Minha filha que já engatinha, lambe fios de telefone e quer comer minhas Havaianas novas a todo custo tem me feito uma pessoa melhor... Ao menos eu, destra de nascença, tenho me tornado uma exímia canhota nos afazeres domésticos enquanto seguro a furacãozinha com a outra mão.

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Trabalho, filha, marido, tempo pra mim mesma... Alguém consegue balancear esta equação de 5º grau? Ou melhor 4º... E quanto custa?

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Um bom fim-de-semana a todos, pois o meu vai ser aqui!