O sol amanhece na cidade e já estamos em pé. Mais em pé do que estaríamos na roça. Nos quatro anos de interior nunca dormimos tanto.
Na verdade essa coisa de interior é coisa de paulistano, sabe?
Existe São Paulo e todo o resto é interior e inominado, pro desespero e revolta dos Campineiros, que não se consideram nem um pouco interioranos.
O fato é que o “interior” tem nomes. Diversos, vários, ricos de cultura e lazer, que os paulistanos desarvorados pelo trânsito e o mundo de pedra do qual vive cercado vai procurar nos fins de semana. É como o turista americano de camisa havaiana no meio da Avenida Paulista, de guia na mão e destoando do cenário.
É verdade também que o nosso movimento é contrário da maioria, que está fugindo disso tudo aqui. O ato, no entanto, foi pensado. Não temos como fugir, no momento, e algumas coisas que precisamos só podemos encontrar aqui.
Então fizemos um acordo com a cidade: se ela nos tratar bem durante os cinco dias de branco, deixamos ela em paz nos outros dois remanescentes e vamos caçar o verde que antes ficava ali no quintal de casa. Vamos de mapa na mão e camisa havaiana, descansar como forasteiros na paz dos outros.
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