26 junho, 2006

Pedras no caminho

Eu ia falar de política, recém refeita do episódio “música de 3ª” no camelódromo, mas no meio do caminho tinha uma pedra.
Mais precisamente, no meio do canal entre o rim e a bexiga do meu marido tinha uma pedra. Que fez com que a gente amanhecesse a quarta feira no hospital da Unimed, onde ele tomou cinco drogas diferentes e continuou vomitando de dor. O que nos levou ao médico dele, que ia sair da cidade por quatro dias, mas recomendou internação. O que nos levou a Campinas a 150 km/h no meio do dia, onde oito novas drogas foram aplicadas na veia dele pra finalmente ele parar de sentir dor.
Eu e ele, sós como sempre, em Campinas, acompanhados de uma malinha mixuruca e algumas roupas de emergência e dois carregadores imprescindíveis, para que os celulares nos mantivessem em contato com o mundo.
Próxima fase: esperar o médico! Desde as 2 da tarde “internados”, já passava das 7 e nada do especialista aparecer pra dizer o que ia acontecer. Com a minha cabeça explodindo e sem conseguir contrabandear um paracetamolzinho do hospital parti a procura de uma farmácia. Como eu não sabia onde ficava nada em Campinas, pedi informação e fui andando. Dois quarteirões? Fui a pé.
Nos primeiros dez passos eu vi a rua deserta e resolvi voltar. Mas, ah, a dor... Virei de volta e segui pra farmácia. Chegando no fim do primeiro quarteirão vi umas moças vindo. Ufa! Só que a “moça” vestia bikini com um casaco por cima, e era um tanto moço para uma moça. A outra “moça” vestia calça curta justíssima e bikini. Hummm... tá, mas a dor não passa, então levanto a cabeça e sigo em frente... Tomando o cuidado de deixar a jaqueta bem fechada pra não ter dúvida.
Chego no fim do segundo quarteirão e dou de cara com uma avenida de SEIS pistas!! Cadê a farmácia??? Quem diz que eu VIA alguma farmácia... Todo o comércio fechado! Ando pra um lado, nada. Ando pra outro e nada. Quando eu vejo, estou eu andando de um lado pro outro NA ESQUINA!! Muito inteligente!
Resolvi voltar antes que alguém parasse o carro pra perguntar quanto era. Meio quarteirão de volta e a idéia de passar a noite com dor me faz interpelar na maior cara de pau a próxima moça/moço que vem passando: “tem uma farmácia por aqui?”, “Na próxima ixquina, meu amorr”, “Valeu!”. Corro pra farmácia, mato a dor e agradeço a moça/moço na volta pro hospital.
O médico aparece no quarto 11 da noite, depois de uma síncope minha quando o stress chegou na tampa e (depois de ter pedido a minha mãe, chorado, odiado o momento que eu tive a idéia de jerico de ir pra Campinas) assim fui descobrir que o tal do médico não tinha sido avisado que nós estávamos lá, esperando desde as DUAS HORAS DA TARDE!!
Não precisa nem dizer que hospital em dia de jogo só funciona pra urgências urgetíssimas. Mesmo assim, o médico marcou o procedimento pra retirada da pedra, que consistia em uma peridural e um cateter pelo canal. Não sei se foi o medo, a vontade de ir embora, os 15 medicamentos ou os dois litros de soro, mas meia hora antes do médico chegar a pedra virou pó e saiu que nem água.
Assistimos ao jogo no hospital pra ver se dava mais algum revertério e fomos pra casa.
Não quero brincar de hospital de novo por uns tempos...

20 junho, 2006

Mais do mesmo

Então que eu resolvi ir pra Londrina e Cambé ver os meus, ficar perto da família, achar, pra variar, que eu pertenço a algum lugar.
Então que no meio dos revivals e coisa e tal resolvi fazer meu programa de índio favorito: visitar o Camelódromo da cidade.
Pela lexicologia das coisas, se Sambódromo é um lugar onde se tem samba, autódromo um lugar que tem veículos, o camelódromo deveria ser o lugar onde se tem camelos... ops... camelÔs.
E o tal lugar nada mais é do que um Standcenter (o da Paulista) melhorado, com mais variedades. Dois andares de pura cruza de Paraguay com Taiwan.
Nada como uma visita dessas pra me doutrinar em coisas que eu jamais poderia conhecer de outra maneira.
Agora, por exemplo, eu já posso manter uma conversa consistente com qualquer menina de 11 anos, pq eu já sei quem é Rebelde!! Já vi até o show pirateado deles na banquinha do camelô!
O que, aliás, me levou a outro revival: quem sou eu pra atirar pedra no Rebelde dos outros quando o meu telhado é feito de Menudos com o bom e velho “não se reprima” e um Ricky Martin hablando español?
Por outro lado, 5 minutos na frente do monitor com show da Kelly Key e tenho certeza que eu devo ter sofrido um dano neurológico que vai me deixar duas semanas babando verde e cantando a-do-le-tá até eu poder conversar de política novamente...
No fim das contas, não achei o que eu tinha ido procurar (o que eu não conto, pq você e eu sabemos que gente direita não compra, baixa da internet) e saí ilesa de maiores traumas.
Já que o FILO não me qui-lo, fico com tu mesmo, Camelódromo.

18 junho, 2006

Postando pós jogo e quase pós feriado direto de Cambé-Pr vou dar uma de técnico de futebol, como todo bom brasileiro.
Eu achava que a gente ia levar uma lavada da Austrália daquelas de perder o rumo, merecidamente.
Ganhamos, mas não vou comemorar, não.
Primeiro que eu acho que o time que tá no banco já mostrou pro que veio, então é melhor trocar os titulares pelos reservas e aí sim, nós vamos ver jogo.
Segundo que pelo que eles valem e pelo que eles ganham, não fizeram mais do que a obrigação. Pra comemorar mesmo ainda faltaram uns dois gols... em cada jogo!!
Falou Carol Parreira!!

05 junho, 2006

Em tempos de Copa...


Tô triste. O Lu ligou agora pra avisar que viu um anúncio de desaparecimento do Highlander no jornal.
O Highlander foi um dos meus primeiros conhecidos na cidade. Na dele, bonachão, no alto dos seus onze anos de experiência rodava a cidade e sempre acabava espichado nos jardins do casarão onde o Lu trabalha. Nunca se incomodou com a sua popularidade. Pelo contrário. Um dos episódios mais marcantes da minha história por aqui foi quando peguei o Highlander a caminho do clube com uma qualquer ralando e rolando no meio da rua. O fato marcante é que voltando do clube os dois ainda estavam lá, horas depois, dando continuidade ao que eu já tinha visto na ida, mas agora com um grupo de crianças curiosas assistindo a... o... bem, vocês sabem.
Ele sempre foi idependente, autônomo e bem quisto.
Agora eu me pergunto por onde andará. Se deixou alguma menininha doente de saudade dele.
Descobri, pelo anúncio de jornal, que o Highlander, apelido que nós demos por ele se recusar a dizer seu nome verdadeiro, é Cafú. Um beagle de pêlo grisalho, rechonchudo e simpático, com cara de que ia durar pra sempre, pelo jeito que levava a vida.
Por onde andará nosso amigo?
Com este nome, nesta época... bem que podia, hein...

Da série "Dialógos"

Meu marido me levando pro trabalho às sete e meia da manhã passa por debaixo da ponte onde as prostitutas mais em conta da cidade trabalham:
"Cadê as moças que trabalham aqui? Não chegaram ainda??"
"Claro que não, elas trabalham até tarde, esqueceu...?"
"Hum, taí um nicho de mercado..."

É por aí que você vê quando a pessoa tá trabalhando além da conta...

Achados de uma perdida

Preciso compartilhar este texto que eu achei aqui, muitíssimo bem escrito.

04 junho, 2006

Da série "Em poucas palavras"

Era tão mais fácil ser criança...