11 janeiro, 2010
Dia 7 – Antofagasta – chegada do Dakar
Dia 6 – Antofagasta (dia de descanso)
A noite foi de rearrumação de malas, pizza, mais “cervezas” (note que já havíamos criado um padrão) para levantar acampamento logo cedo e correr atrás do que havíamos ido ali pra fazer: ver o Dakar pelo último ano confirmado na América do sul.
06 janeiro, 2010
Dia 5 – Hornito, La Portada, Antofagasta
Há algumas conseqüências óbvias da falta de estrutura em uma praia como Hornito. Algumas delas só fomos descobrir com o raiar do dia. Pelo que pudemos observar, acampar é um programa bastante tradicional entre os chilenos, e eles não se contentam em levar somente o básico. Vimos famílias inteiras com mesas, geladeira, comemorando aniversários. Algumas tendas pareciam praticamente haréns no meio do deserto. Algumas tinham subdivisões internas, para que cada membro da família pudesse montar sua própria barraca. Pelo jeito também, é costume local levar tudo de casa, porque não se via sequer uma lojinha ou bar aberto, que dirá um camelô vendendo batata frita, picolé ou o que seja, como nas praias brasileiras.
Na praia inteira, somente um banheiro coletivo, em condições não lá muito higiênicas... A pergunta que não quis calar, neste ponto, foi “como estas pessoas todas fazem as suas necessidades já que o banheiro coletivo fecha às 9 da noite pra só reabrir no dia seguinte??”. A resposta só veio ao acordar, quando pudemos observar que várias das famílias tinham ao lado da barraca tendas/banheiros, que tive que fotografar por não saber explicar melhor, com vasos provavelmente de plástico, e com o produto sendo despejado aonde??? Exato!
Dia 4 – Salar do Atacama, Peine, Mejillones, Hornito
Até empacotar a vida toda que estava espalhada pela pousada, já somava quase 11 da manhã quando nos despedimos de São Pedro. Em vez de fazer a rota padrão de São Pedro para Calama e então Antofagasta, resolvemos fazer uma rota menos óbvia e cruzar o Salar pela parte sul a caminho do mar, com uns poucos oásis perdidos à beira da estrada.
Dia 3 – San Pedro (Geisers Del Tatio, Termas de Puritama, Machuca, Calama)
Por este motivo e pelo frio de -9° C que nos esperava nos geisers (que funcionam unicamente ao nascer do sol, por isso o horário esdrúxulo para observá-los) que resolvi me juntar à metade da nossa turma que resolveu não ir. Eu já havia conhecido o Old Faithful, no Parque Yellowstone, anos antes, então minha curiosidade geológica já estava mais do que satisfeita. Assim, só posso transcrever que os que foram deixaram claro que NUNCA passaram tanto frio na vida.
Seguimos mais tarde para encontra-los diretamente nas Termas de Puritama, um conjunto de piscinas de água quente formadas naturalmente no cair de um rio, com uma estrutura bem organizada para receber os turistas que são despejados ali van atrás de van das 8:30 da manhã às 17:30 diariamente.
Dia 2 – San Pedro (Cejar e Licancabur)
Devidamente salgados, tentamos várias rotas para chegar mais próximos do Vulcão Licancabur, aparentemente inativo, mas de uma rara beleza que pode ser vista de vários pontos da cidade. Depois de uns dois “nãos” por rotas proibidas, seja pelo perigo da altitude ou falta de segurança na estrada fechada e uma proposta indecente de pessoas locais para vendermos nosso combustível, chegamos aos pés do vulcão a 3250 mts de altitude, já nem passando tão mal assim, considerando o tempo de adaptação. Ao lado do vulcão um cânion de aproximadamente 20 mts de profundidade completa a paisagem de tirar o fôlego (considerando a altitude, às vezes literalmente).
Juntadas a digestão da comilança e mais o descarrego coletivo e intenso acontecido na tarde, às 23 já havíamos mudado de idéia quanto a passear no centro da cidade e cada um caiu para o seu canto para acordar às 4 do dia seguinte e ver os gêisers ao amanhecer.
Dia 1 – Santiago – Calama – San Pedro de Atacama, or the Day that wouldn’t end
Não acho que seria possível ter noção da dimensão do Atacama não fosse este vôo no nosso caminho. De um lado o Pacífico, do outro a Cordilheira e no meio... Nada! Ou quase nada... Ocasionalmente uma casinha ou uma pequena cidade aparecia fora da costa. Sendo conhecido como o deserto mais árido do mundo, não havia uma única nuvem que nos impedisse de ver a lua cheia se por no Pacífico enquanto por detrás da cordilheira vinha subindo o sol em pleno vapor.
Descer em Calama foi a primeira experiência surreal dentro das muitas que se seguiriam pelo dia. Além da pista propriamente dita por onde o avião desce e tem que taxiar, todo o resto do aeroporto é feito de ... areia!! Sendo um aeroporto pequeno, depois de descer, o avião faz meia volta pela mesma pista por onde veio e segue até a área de desembarque. A recepção, às 7:30 da manhã foi feita em forma de ventos que trincavam até o último osso do dedinho do pé e declarados 6° C, ainda que eu tivesse certeza que se tratasse de muuuuito menos. Pela única esteira do aeroporto todos os passageiros foram pegando suas malas, enquanto esperávamos sentados até que sobrássemos somente nós e algum grilo desavisado aguardando pelo mocinho que deveria nos entregar o carro alugado. Como a cidade é pequena, os agentes das empresas de aluguel de carro não fazem plantão no aeroporto, nem em pleno 31 de dezembro, principalmente porque todos os carros disponíveis na cidade já haviam sido locados. Contamos, pra nossa felicidade, com a ajuda dos 2 únicos agentes que estavam por ali pra ligar pro celular da pessoa responsável e apressá-la a chegar.
Lá fomos nós com nosso mais novo Toyotinha, procurar um mercado pra nos abastecer antes de seguir pra São Pedro, considerando que dados os últimos imprevistos, se nada mais desse certo, pelo menos teríamos o que comer até a noite.
Se pudesse descrever Calama, seria algo como uma Dubai de classe média. Um oásis no meio do deserto, e ainda assim com uma estrutura comercial bastante sólida. Pelo menos para viajantes de emergência como nós. Encontramos um bom supermercado e um shopping Center que equivaleria a qualquer um de São Paulo, compramos nosso café da manhã, um colchão inflável e dois sacos de dormir e partimos para São Pedro para encontrar nossos companheiros de viagem que vinham do Brasil até nosso ponto de encontro de carro. Nosso tempo de férias, porém, não permitiu que fizéssemos o mesmo.
No nosso caminho... deserto. Nenhuma novidade, considerando que já sabíamos onde estávamos nos metendo. Porém, pra quem nunca esteve em um deserto antes (eu já estive no Novo México, mas numa experiência totalmente diferente que não conta pontos aqui) não se tem idéia da dimensão do dito cujo até que se esteja lá no meio. Ele não termina nunca, e assim fomos acompanhados de dunas, erosões e outras modalidades de amontoar areia até nosso destino.
São Pedro do Atacama é uma cidade pitoresca (e acredito que neste caso, a palavra “pitoresca” tenha tido sua melhor utilização desde que eu a descobri na adolescência) de 1958 habitantes no meio do deserto. É uma São Tomé das Letras, que ao invés de ter sido contruída com pedras São Tomé, foi construída em adobe, no secume sem fim característico da região. As ruas são de areia e na rua principal, a Calle Caracoles, não se pode passar de carro. Assim, os turistas, que se apinham por ali vindos de todas as partes do mundo (mas naquele dado momento no tempo, principalmente do Brasil) caminham livremente por entre as lojas, e as tantas agências de turismo que pipocam por ali. Para uma cidade deste tamanho, a estrutura turística é incrivelmente organizada e há ótimas opções de restaurantes com atendimento bastante simpático. Como nossos companheiros estavam atrasados na chegada, achamos um canto bem bonitinho pra comer num restaurante chamado Casa de Piedra para fazer nossa primeira refeição que não saísse de um carrinho de aeromoça ou uma sacola de supermercado. Enquanto comíamos os funcionários do restaurante aprontavam um globo de discoteca que seria usado na festa de ano novo, mais tarde, junto com jogos de luzes coloridas que contrastavam drasticamente com as paredes de adobe e a cobertura de palha vazada que deixava um pouco da luz do sol do deserto entrar naquele espaço.
Foi com muita sorte, portanto, em pleno dia 31 de dezembro lotado de turistas, sem reservas de hotel, que achamos no 14º hotel, hostal ou camping, um chalé pra quatro pessoas, que convencemos a dona a alugar para nós seis. Nosso oásis particular àquelas alturas tinha dois quartos, uma cozinha e um banheiro com água quente. Tudo muito bonitinho e arrumado. Pegamos sem pestanejar.
Na cidade você achará opções que vão de campings de 7 reais por pessoa, até hotéis de 600 reais a diária, mas independente da sua opção de hospedagem, a não ser que você tenha ido até ali para ver a natureza única que circunda a cidade, não há muito mais que se fazer numa cidade de adobe e areia.
Assim, devidamente alojados no nosso cantinho, e depois de um cochilo de 2 horas, que seria o único sono que havíamos visto naquela jornada que já durava 32 horas, mas que ainda duraria mais 12, fomos para o Vale da Lua ver o último pôr-do-sol de 2009.
O Vale da Lua fica localizado
Como o dia não terminava, mas o ano sim, preparamos nossa ceia mais frugal desde que eu me conheço por gente que passa a meia noite acordada no ano novo. Queijo, uvas, abacaxi, melão, alguns pãezinhos e salame compunham a nossa ceia, junto com uma champagne que havíamos comprado no caminho em Calama, vinho, uísque e algumas outras opções etílicas. Resolvemos por celebrar duas vezes: às 11 horas, quando escrevemos e ligamos para os parentes no Brasil que já colocavam o pé direito no ano novo e depois novamente à meia noite local, junto com os outros chilenos e gringos que por ali se juntavam.
Para uma cidade deste tamanho a balada é algo mais próximo à Ibiza do que eu esperaria. Portanto, na rua principal, portinha após portinha anunciava naquela noite a sua festa particular. Acabamos entrando em uma cuja adesão não era cobrada. Já não devia me espantar a essas alturas quanto entre as salsas locais e as músicas eletrônicas que pontuam qualquer balada, espremeram nossa cultura mais rica, com o Melô do Jacaré ou o Bonde do Tigrão. Mas, como balada é balada e eu não estava muito crítica depois das já 42 horas tocando direto, conseguimos improvisar até alguma coreografia, que apontava os dedos para cada brasileiro que estivesse presente naquele espaço.
Foi assim que, aos 44 (horas) do segundo tempo e a pé, tomamos um banho quente e nos rendemos à cama. Não é necessário dizer que tudo isso foi feito a algo em torno de
31 dezembro, 2009
Almost there or a few first impressions
Eu consegui a maestria de reservar as poltronas bem em cima da asa do avião, o que dificultou ligeiramente, pra não dizer completamente, a vista da cordilheira enquanto cruzavamos a Argentina até o Chile.
Como não há mais vôos até Calama até as 5 da manhã, resta esperar mais algumas horas encostados pelo aeroporto, asim como outros 300 passageiros que disputam conosco as poltronas espalhadas pelo saguão do terceiro andar. Tentar dormir até que é possível, mas o aeroporto está em obras e há uma britadeira (ou será mais que uma?) trabalhando incessantemente perto daqui...
Pelo menos as poltronas não têm divisórias como no aeroporto de São Paulo e eu consegui duas cadeiras só pra mim!! Até cobicei uma terceira, mas tem uma gringa com cara de quem não vai arredar o pé dali.
Oh, well. Este é o espírito de aventura de querer se viajar em plena véspera de ano novo pra passar a virada do ano no meio do deserto do Atacama...
Aproveitando a santa conexão gratuita do aeroporto de Santiago pra desejar um 2010 de pés direitos, vacas gordas e muita paz de espírito pra todos que passarem por aqui!!
26 dezembro, 2009
A DOR DO PARTO
Por isso, agora, aos dois anos e quatro meses, com os adultos correndo a preparar as malas e ela vendo tudo da escada enquanto brincava de pular os degraus e cuidava da fila de brinquedos trazidos pelo papai noel, a minha vontade foi de enfia-la na minha mala e correr de volta pra casa. Mas na verdade ela passará os próximos 15 dias na casa da vóvó e do vovô enquanto nós vamos tirar férias pela primeira vez fora do país sem ela. Já chorei metade do caminho de volta pra São Paulo enquanto escrevo este post e ainda tem uns 150 km até em casa...Falta muito pro teletransporte virar uma opção real de meio de locomoção??
06 novembro, 2009
La edad del cielo

Não somos mais
Que uma gota de luz
Uma estrela que cai
Uma fagulha tão só
Na idade do céu...
Não somos o
Que queríamos ser
Somos um breve pulsar
Em um silêncio antigo
Com a idade do céu...
Calma!
Tudo está em calma
Deixe que o beijo dure
Deixe que o tempo cure
Deixe que a alma
Tenha a mesma idade
Que a idade do céu...
Não somos mais
Que um punhado de mar
Uma piada de Deus
Um capricho do sol
No jardim do céu...
Não damos pé
Entre tanto tic tac
Entre tanto Big Bang
Somos um grão de sal
No mar do céu...
Um ótimo fim-de-semana a todos!
20 outubro, 2009
Palavrinhas e palavrões...
Madrinha: Olha ali, que chique! (mostrando o prédio)
Filhota: Não é chique, é uma casinha!
Madrinha: !!!
***
Vovó tentou ensinar pra moçoila o que ela faz no Pilates. Filhota vem com uma bola de basquete, deita de barriga e jogando as pernas pro ar antes de se espatifar do chão diz pro pai:
"Papai, olha, tô fazenu Piátis!!"
***
Agora ela deu de falar expressões que nem desenho animado:
"Oh, não! Minha mamadeira caiu!", "Oh, não! Acabô o bicoito!
Vai pra Hollywood!!
Notinha de Rodateto...
E boa semana a todos, porque aqui até meu computador estava às lágrimas (de chuva, que escorreu luminária adentro da minha sala no escritório) de me ver voltar.