06 janeiro, 2010

Dia 5 – Hornito, La Portada, Antofagasta


Há algumas conseqüências óbvias da falta de estrutura em uma praia como Hornito. Algumas delas só fomos descobrir com o raiar do dia. Pelo que pudemos observar, acampar é um programa bastante tradicional entre os chilenos, e eles não se contentam em levar somente o básico. Vimos famílias inteiras com mesas, geladeira, comemorando aniversários. Algumas tendas pareciam praticamente haréns no meio do deserto. Algumas tinham subdivisões internas, para que cada membro da família pudesse montar sua própria barraca. Pelo jeito também, é costume local levar tudo de casa, porque não se via sequer uma lojinha ou bar aberto, que dirá um camelô vendendo batata frita, picolé ou o que seja, como nas praias brasileiras.
Na praia inteira, somente um banheiro coletivo, em condições não lá muito higiênicas... A pergunta que não quis calar, neste ponto, foi “como estas pessoas todas fazem as suas necessidades já que o banheiro coletivo fecha às 9 da noite pra só reabrir no dia seguinte??”. A resposta só veio ao acordar, quando pudemos observar que várias das famílias tinham ao lado da barraca tendas/banheiros, que tive que fotografar por não saber explicar melhor, com vasos provavelmente de plástico, e com o produto sendo despejado aonde??? Exato! A idéia do que havia a alguns centímetros ou metros abaixo dos nossos pés foi suficiente para desmontarmos o acampamento e seguirmos para o próximo destino.Por isso, foi com muita alegria que encontramos pelo caminho La Portada, um monumento ao sul de Hornito e ao Norte de Antofagasta, onde formações rochosas que devem datar lá da Pedra Lascada criaram um portal de pedra natural em pleno mar, de 46 mts de altura e 70 mts de largura, onde é proibido acampar, entre outras coisas. Por ali, além de poucas pessoas, e, novamente, o comércio todo fechado, apenas uma dúzia de turistas desavisados, gaivotas, pelicanos, alguns leões marinhos perdidos e nós!Ficamos por ali, caminhando entre as formações rochosas, feitas principalmente de conchas, pelo que pude ver, até que a fome, o cansaço e o sol que queimava até o pensamento nos arrastasse até Antofagasta.Sendo a maior cidade da região, estrutura não foi um problema e depois de uma farta refeição no restaurante (caro) de uns chineses mal humorados, conseguimos achar um esquema hoteleiro diferente e perfeito para nós. Alugamos o que achávamos que seria um quarto para quatro pessoas, mas que para nossa surpresa era um apartamento inteiro de dois quartos, cozinha e banheiro (com ênfase neste último detalhe!) e acabamos alocando os seis viajantes por ali.À noite, o Festival de Teatro da cidade nos presenteou com a peça Firebirds, do grupo alemão Titanick, que se locomoveu pelas ruas da cidade, até terminar pirotécnicamente no pátio da estação ferroviária da área antiga e restaurada da cidade. Quase um Circo Du Soleil em pleno Deserto. Um refresco para os olhos e a alma, comemorado com cerveza Corona, papas fritas (nossa companhia mais freqüente) e muita risada até as 2 da manhã.

Um comentário:

Syl disse...

me passa o nome da praia pra eu lembrar de usa tenis qdo for pra lá...bjo e saudade de vcs