07 junho, 2011

27 abril, 2011

L-i-t-e-r-a-l-m-e-n-t-e!!

Filhota continua tendo momentos que batizamos de "Sheldon Cooper":

Na casa da avó:

"E aí, nadou bastante na fazenda?"
"Não, eu nadei na piscina."

Com as meninas mais velhas aqui do prédio:

"Você já vai na escolinha?"
"Não, eu tenho que almoçar primeiro."

;-)

Todo dia ela faz tudo sempre igual...

Começa às 7 ou às 8, dependendo do humor do sugador de plantão.
Dou o peito pro filho, tomo café, dou mamadeira pra filha que se arrasta da cama pro sofá, troco a roupa dela, mando ela descer pra brincar com a empregada, dou banho no filho, dou o peito de novo, enfio a filha que acabou de voltar pra casa no banho, coloco o uniforme da escola, arrumo os cabelos (dela, os meus, sem comentários), deixo ela assistindo um desenho, dou o peito de novo (é... de manhã ele é meio compulsivo...), dou almoço pra ela 11:30 e sento pra almoçar com o marido meio dia. Isso quando tudo dá certo. Isso pra conseguir fazer com que todos nós consigamos sair de casa a 1 da tarde a partir do próximo mês nos dias em que eu precisar ir pro escritório. Isso pra tentar não ficar louca... Dá?

21 abril, 2011

E começou assim...

Quinta, 7 de abril. Mensagem (editada) mandada pra madrinha do Henrique:


"Então q a Dra. me liga hj as 4 da tarde (e eu em pé no meio da loja de sapatos do lado de casa) e me pergunta a queima-roupa: e aí, vamos induzir AMANHÃ??

Hein???  Amanhã não dá...

Já marquei USG de manhã, vou no seu consultório a tarde... que tal segunda??

(Cagaço profundo!!)

Aí me vi quase uma praticante de cesárea eletiva... "então, amanhã não dá pq minha mãe chega de viagem, e minha cunhada tá aqui e meu marido vai no show do U2 no sábado. Aí eu pinto os cabelos no sábado e segunda tô lindinha pra induzir o parto normal...

O horror, o horror, mas enfim... ele tem 3 dias pra querer sair.

Rezemos que ele queira!!!!!"

Sexta, 8 de abril, 7:00. 38 semanas completas neste dia. Me aparece uma criança linda e saudável de 3,320 kg e 49 cm no USG.

Sexta, 8 de abril, 14:00. Chego no consultório com 4 cm de dilatação mas praticamente sem contração. A Dra. pede pra eu escolher entre ir pro hospital no mesmo dia ou no máximo na manhã seguinte. Segunda feira não é uma opção...

Atravessei a rua pra conseguir um pouco de silêncio e fui pensar no meio do Ibirapuera. Queria que pelo menos ele desse um sinalzinho de que tava pronto pra nascer. No entanto, como só eu falo de nós dois, decidi ir pro hospital na manhã seguinte.

Não sei se foi a dor de barriga ou a opinião formada desde o útero do ariano a nascer, mas as contrações começaram quase imediatamente após a saída do consultório. 

Já tinha tido um parto na madrugada e, podendo escolher, achei melhor chegar em casa, tomar banho, arrumar tudo, deixar filhota com a minha mãe e ir pro hospital descansada de manhã porque o depois eu já conhecia desta vez....

Sábado, 9 de abril, 7:30. Cheguei no hospital com 5 cm e contrações documentáveis no cardiotoco. Feliz da vida que estávamos eu e ele prontos pro parto (é bem possível que ele estivesse mais pronto que eu antes disso...). Às 9:30 entramos na sala de parto pra começar o protocolo de penicilina necessário, que seguramente doeu bem mais que o parto. Desta vez, diferente da primeira, a sala, a cadeira e os arredores eram apropriados pro parto. Porém, com a próxima dose de penicilina a 4 hrs de distância a coisa teria que andar a passos lentos... o que obviamente não aconteceu! Assim, a bola de Pilates foi substituída pela banheira de água quente e lá eu fiquei imersa pra tentar segurar o impossível. Dose de antibiótico adiantada em meia hora, 9 cm de dilatação e eu me perguntando o que acontece quando você chega no 10 com a bolsa intacta... hummm???

Lá fomos nós novamente rompera bolsa e conter o aguaceiro que desceu, o que descobrimos ajudou-o, apesar de todas os alarmes, a chegar a termo.

Se tem uma coisa minha a respeito de medicamentos é que eu preciso sentir dor e incômodo para querer tomá-los. Assim, lá pela terceira contração a seco eu já estava suando bicas e pedindo "porfavoralguémacheaanestesistaondequerqueelaesteja!!!", o que ainda demorou mais umas 5 contraçoes pra dar a rack e me fez ensopar o avental e agradecer imensamente pelas benesses da medicina.

Anestesia funcionando, e sentindo tudo do parto, inclusive as contrações, com exceção da dor, e dez empurradas depois saiu o Henrique, com a mão na frente e pronto pra estrear no mundo cheio de notas boas e o carinho da família toda que o esperava do lado de fora!


Agora, já em casa e com 12 dias de vida, a mãe tenta tomar pé da rotina com duas crianças e tentará atualizar os próximos posts em breve, e na medida do permitido...

01 abril, 2011

Da Série "Pede pra sair!!"

Então que por coincidência assisti Tropa de Elite pela primeira vez essa semana...

Na quinta filhota acordou, colocou a boca na minha barriga e começou:

"Irmãozinho, você vai demorar muito pra sair?? É legal aqui fora. Tem muitos amigos do seu tamanho, o Luigi, o Vinicius, a Ana Luiza,... Você vai gostar daqui! Eu vou brincar com você, ajudar a mamãe dar banho, nós vamos passear... Sai logo irmãozinho!"

Quase chorei de tão lindo! Mas por enquanto o irmãozinho não ouviu não...Vou pedir pra ela reforçar na carga emocional da próxima vez. E olha que ela é boa nisso...

fotinho linda da Anne Guedes

24 março, 2011

De spams e gestação

Podem botar a culpa na Progesterona (de preferência...), mas ando num mau-humor sem precedentes e portanto menos afeita a algumas situações que normalmente me incomodam, mas bem menos.

Eu sou, em épocas normais, a chata de galochas que vai te responder o e-mail/spam com os títulos "pelamordeDeus passem pra frente", "urgente, ainda dá tempo" e cujo conteúdo começa geralmente com "eu não sei se é verdade, mas eu vou encher a caixa dos meus amigos de spam além de mandar o e-mail aberto pra todos e ainda mantendo os e-mails anteriores copiados para que o spam se prolifere" terminando com a chantagem emocionalíssima "podia ser seu filho".

Normalmente diz respeito a alguma criança desaparecida que foi raptada ou a alguma doença incurável de alguém que pede ajuda. Aí vem a minha porção insuportavelmente chata. Por um cacoete da profissão, eu checo 100% dos e-mails que eu recebo neste sentido para verificar a veracidade deles. Normalmente me toma 5 minutos, na pior das hipóteses até hoje me tomou 10 minutos. Assim, posso dizer que de todos os casos apresentados nestes 12 ou mais anos de mundo digital, somente dois deles eram verdade, um de sequestro, que saiu em todos os jornais da região, e outro de doença, cujos pais chegaram a criar um site para dar acesso fácil a pessoas que pudessem contribuir com informações em relação à doença do filho aparentemente incurável.

100% das vezes também retorno para a pessoa que me escreveu com links e fatos esclarecendo se o caso é verdadeiro ou não, e sendo verdadeiro, obviamente eu passo pra frente também, colocando meus contatos em cópia oculta, para o conforto e confidencialidade deles. NENHUMA vez até hoje vi estas pessoas replicarem novamente para seus contatos, que foram recém inundados de spam com a informação verdadeira quando as informações do e-mail são falsas. Eu tenho dúvidas se isso não acontece por vergonha ou desserviço, mas se foi tão fácil encaminhar a primeira mensagem, qual o problema em replicar a segunda?? Alguém por favor me responda??

Por já ter trabalhado com crianças em situação de risco, violência doméstica e coisas que a maioria destas pessoas que passam pra frente este tipo de informação não querem sequer saber a raso, que dirá a fundo, eu levo muito a sério este tipo de caso. E atravancar o e-mail alheio sem sequer perguntar ao google se aquilo tem algum fundo de verdade é mal-educado com os amigos e um problema para quem realmente precisa e aguarda ter seu filho de volta ao lar.

Pra quem quer ajudar, o Ministério da Justiça tem uma página  de Pessoas Desaparecidas separadas por estado, dentre tantas outras ONGs que ampliam ainda mais este trabalho louvável.

Fica a dica, pra quem quiser repassar...

19 março, 2011

Parto pelo mundo

Coincidentemente após a minha postagem de ontem, descobri uma blogagem internacional e coletiva que aconteceu hoje sobre o parto em diversos países do mundo, segundo as blogueiras participantes do Mães Internacionais.

Vale dar um pulo lá!

18 março, 2011

Por uma boa hora, ou Parto do Princípio

Com a data de estréia do Henrique nesse mundo chegando cada vez mais perto, há um assunto recorrente na minha cabecinha: o parto!

Como futebol, política e religião, taí um tema que desperta paixões, e é tão pessoal e intransferível quanto os outros três...

Há dois grupos radicais ultimamente: a turma do “parto-normal-pra-mim-é-cesárea” e a turma do “parto-humanizado-sem-interferência-alguma-se-der-ainda-que-seja-em-casa”.

Eu sou da turma do muro, por assim dizer. Apesar das minhas amigas fãs de cesárea me acharem uma xiita irremediável, eu prefiro a idéia de estar em um hospital equipado e com todos os recursos possíveis em caso de necessidade, e com a prerrogativa de escolher quais intervenções me farão sentir mais confortável para passar pela experiência de ter um filho sem maiores traumas.

Meu primeiro parto foi normal. Eu queria muito que fosse e li muito a respeito antes pra ter certeza que era aquilo que eu queria mesmo. A minha tolerância à dor é razoável e eu costumo tomar remédios somente em caso de necessidade absoluta, mesmo nos episódios das minhas enxaquecas recorrentes.

Como na época eu morava numa cidade de 80 mil habitantes onde médicos só atendem por plano de saúde e por isso têm que “otimizar” seu tempo, lutei contra a maré pra ter meu parto normal em um hospital privado. Em hospitais públicos, ao que me parece pelos relatos ouvidos, a realidade é bem menos humanizada ainda, com mocinhas despreparadas deixadas à sua própria sorte com uma bolsinha de oxitocina pendurada no braço e gritando por dor, medo ou ignorância, sem um acompanhante, até que perto da hora iminente alguém venha, sem anestesia ou analgésicos, acolher a nova vida que vem à luz. Por um lado entendo porque a maioria das minhas amigas que estagiaram em hospitais públicos são ferreamente a favor da cesárea já de cara. Por outro, tenho por teoria que se a experiência fosse tão vastamente traumatizante, todos os filhos de parto normal seriam filhos únicos.

Das minhas ressalvas contra a cesárea, as duas principais vêm, primeiro, da imposição da intervenção cirúrgica pelo próprio médico já nas primeiras consultas, pressionando a mãe a “marcar” uma data pro parto, porque pode ser que ele não esteja ali pra te assistir quando o bebê resolver dar o ar da graça. No meu caso, e pra deixar bem clara qual era a minha posição a respeito, pedi ao médico que fizesse um pré-natal impecável, como eu sabia que ele era extremamente competente para fazer, que se ele não estivesse presente no parto teriam outros médicos na cidade (e não médicos também) capazes de trazer essa criança ao mundo, como acontece desde os primórdios do mundo. Talvez hoje eu não tivesse este culhão, mas tinha muita água pra rolar embaixo da ponte ainda com 6 meses de gravidez pela frente, e o que eu quis deixar claro naquele momento é que eu não seria intimidada a fazer algo com o qual eu não concordava se não houvesse motivos suficientes pra tanto. Ponto! Bem ou mal funcionou e apesar da minha cabeça duríssima, e ele sempre insistindo na possibilidade de uma cesárea, o episódio que me fez aparecer às 10 da noite de uma sexta às 35 semanas de gestação, com 2 cm de dilatação e contrações nada discretas levou-o a acreditar que talvez aquela minha insistência resultasse em algo. Mas não naquele momento... Então lá fui eu “cruzar as pernas” pelos próximos dez dias para que a Maria Clara ganhasse peso e saísse o mais madurinha possível da minha barriga.

A segunda veio quando finalmente, depois de um longo dia de caminhada após a saída do período de repouso cheguei ao hospital com 5 cm de dilatação e contrações em intervalos curtos e ouvi a enfermeira pedir pra preparar a sala de cirurgia, quando informei a ela que eu queria que o parto fosse normal. No que ouvi como resposta que alguém do meu tamanho, com um metro e sessenta e poucos e cinqüenta e tantos quilos jamais conseguiria ter um parto normal!!! Pior do que o trabalho de parto talvez tenha sido discutir com a enfermeira para que eu pudesse ter um trabalho de parto!! De má vontade, a moçoila me colocou na sala de pré-parto enquanto eu fingia, vejam bem, ter contrações fortes, pois além de tudo ela não acreditava, apesar do cardiotoco, dilatação, etc, que eu pudesse estar em trabalho de parto!!
De quando a bolsa, ainda intacta, foi rompida, até o momento da expulsão, deitada em uma mesa cirúrgica, pois não havia outra alternativa ali naquele hospital, foram duas horas de um trabalho de parto tranqüilo, com anestesia, que me incomodou bastante no pós-operatório, junto com a episio, mas sem a qual talvez eu não tivesse sido tão “macha” assim....

Não foi o parto que eu queria, mas foi o mais próximo que eu consegui de ter meu direito respeitado.

Eu entendo que o principal motivo que leva as mulheres a optarem por uma cesárea eletiva é o medo da dor e a falta de informações, além dos dois motivos apresentados acima. No meu caso, que nunca tinha entrado num centro cirúrgico na vida, nem tido nenhuma parte contendo órgãos vitais destrinchada, a cesárea não tinha nada que me atraísse, pelo contrário. Eu tinha verdadeiro pânico da idéia de ter que fazer uma cirurgia desnecessária, entendendo que há casos em que, para o bem da mãe e do bebê, ela é absolutamente necessária, como para evitar um parto com fórceps, ainda que estas condições sejam muitas vezes distorcidas pelos profissionais partidários da rápida cesárea, deixando as gestantes, neste momento tão vulnerável, na dúvida do que realmente seja relevante ou não.

Desta vez, portanto, escolhi uma obstetra que comungasse dos mesmos princípios que eu, e em quem eu confio plenamente além de agradecer muitíssimo a calma que ela me passa, mesmo tendo passado um mês de repouso tentando convencer o filhote que ainda não é a hora. Também escolhi um hospital onde eu serei atendida por enfermeiras obstetras, que não julgam a parturiente pelo peso e altura e sim pelo andamento do trabalho de parto e pela segurança da mãe e do bebê. Gostaria de garantir que eu agüentaria o parto sem anestesia e sem episiotomia, mas nestes dois quesitos ainda sou frouxa por falta de um aprofundamento maior no tema (e porque quando dá de doer mesmo, você esquece a maior parte destes princípios todos e o que era pra ser uma experiência legal vira uma tortura interminável) para que eu me decidisse firmemente a respeito.

No mais, filhote encaixado, colo do útero afinando, contrações em treinamento (e até um pouco mais que isso) e dilatação de 1 cm que rezo que siga em frente quando chegar a hora.

E que venha à luz o Henrique quando ele achar que deve pra trazer muito mais alegrias pra essa família!!

16 março, 2011

Quase lá...

O irmãozinho já tem nome e sobrenome definidos (e vovô vai ao registro civil com um trabuco na mão acompanhando o papai pra garantir que assim permaneça...) e o umbigo já virou e revirou três vezes. O Henrique também já tem um berço, carrinhos, presentes e uma infinidade de roupas de segunda mão que aceitamos de bom grado, pq quem já teve um filho sabe que roupas tamanho P vão embora antes mesmo que possam ser gastas.

Filhota agora insiste que eu vá até a escola com ela para que ela possa mostrar toda orgulhosa o irmãozinho ainda dentro da barriga para os amigos e espera ansiosa para distribuir lembrancinhas que nós fizemos juntas para que ela entregue a eles assim que o bebê nascer. Uma fofura sem fim que eu espero que resista ao pós-parto!!

De repente se instaurou uma certa urgência em fazer pequenos consertos na casa e arrumar tudo que está por fazer, pressentindo que o caos vai se instalar de vez quando uma criança virar duas nesta residência.

Depois de 4 semanas de repouso, e mais uma semana anterior, quando o susto todo começou, estou prestes a ser liberada para voltar à vida normal na próxima sexta, o que implica estar com as malas prontas para a maternidade assim que o pequeno resolver que agora vai!

Fairytales - parte 2, ou Clara e Francisco

Eu ando meio de saco cheio de contos de fadas...

Por conta de ficar muito tempo deitada, acabo aproveitando pra fazer coisas com a filhota que eu não precise me mexer muito. E aí depois de ler 29 Brancas de Neve e 19 Cinderelas, além da Pequena Sereia, começo a pensar se esse engodo não prejudica de certa maneira a cabeça de nós, "meninas", e que acaba levando àquela falsa idéia do "Príncipe Encantado" e do "Felizes para Sempre", que, é claro, nós não acreditamos, não, de jeito nenhum... né?! Felizmente a gente cresce, e lê coisas como "Mulheres que Correm com os Lobos" pra consertar um pouco o alinhamento dessas idéias todas.

De qualquer maneira, a excessiva exposição aos clássicos da Disney levou a uma situação inusitada por esses dias. Filhota, descontente que a Cinderela que ela ganhou de aniversário andava muito solitária, pegou a estatuazinha de Francisco de Assis, toda talhada em madeira, linda, e botou-lhe de frente com a Cinderela, que perguntou a ele na cara dura "Você quer ser meu 'píncipe?'", no que ele respondeu pela voz da sua interlocutora que "sim" e em seguida foi atacado pela moderninha Cinderela, que tascou-lhe um beijo na boca.

Tentamos de todas as maneiras explicar pra ela que o Francisco não estava interessado em casamento... Que ele queria mesmo era cuidar dos bichos e das pessoas que precisavam de ajuda, mas ela não nos pareceu muito convencida. De modo que agora o Francisco é o príncipe da Cinderela. Portanto talvez seja a hora de investir em um Ken pra me redimir com o Francisco, cuja trajetória de vida eu admiro muito mais do que a da sonsa da Cinderela...

27 fevereiro, 2011

Fairytales - parte 1

O que dizer quando sua filha de três anos e meio descreve a Branca de Neve como "aquela moça que tinha muitos homens"???
Hein?

E quem ensinou isso pra ela???

A idade da inocência

Semana passada instalamos definitivamente nossa rede vermelha de volta na sacada e nas nossas vidas. Filhota que foi embalada desde a barriga até os sete meses nela não sai mais de lá.
Deitada no sofá (onde eu passo uma boooa parte do tempo ultimamente) comentei com o marido enquanto fuçava no laptop:

"Droga, a rede caiu de  novo!"
No que ela dá um pulo do sofá e olha pra fora:
"Não mãe, ela tá lá, direitinha!"

Ah, a era pré-sentidos duplos...

22 fevereiro, 2011

Number two

Eu achei este blog lá pelos meados desta segunda gestação daquele jeito que a gente chega em bons blogs: clicando aqui e ali e já não sei mais indicar o caminho.

Nunca postei comentário por lá e peço desculpas pela inércia, mas achei um post maravilhoso falando sobre segundos filhos estes dias que recomendo a leitura, pois expressa tudo que minhas caraminholas gestacionais não conseguiriam  expressar no momento!

É só clicar aqui!

Changes


Vamos lá tirar a poeira deste lugar...
Então que parece que eu sempre escolho os doze trabalhos de Hércules a cada gestação. Deve ter alguma coisa a ver com os hormônios...
Então que foi muito, muito difícil o processo todo!
Resultado físico foi uma visita ao São Luiz com dores, onde passamos uma hora e meia sem conseguir passar pela recepção (não vá pra lá caso você esteja com contração: vai nascer no corredor!) e posteriromente à Pro Matre, onde fomos muitíssimo bem atendidos, mesmo depois que a lua virou e as 2 pessoas da sala de espera viraram 50. Depois disso veio o repouso na semana seguinte e agora às 31 semanas e meia estou de volta ao Utrogestan para tentar segurar as pontas pelo tempo que for possível. As considerações a esta questão ficam pro próximo post...
Resultado econômico disso está que teremos que processar a empresa de mudança pilantra e desonesta que contratamos (isto significa advogar em causa própria quando eu mal tenho tempo pra atender os clientes).
Ao mesmo tempo, o resultado moral foi incontavelmente superior. Agora almoçamos todos em casa, filhota demora 5 minutos pra chegar à escola e está feliz da vida com o quarto e a casa nova, mesmo passadas três semanas da mudança! Sem contar que 90% das nossas necessidades diárias são atendidas em um ou dois quarteirões ao redor a pé!! Enfim, sonho de consumo paulistano. Não dá pra reclamar de barriga cheia... literalmente!

Obrigada aos amigos e família que estiveram por aqui nos ajudando!! Não teríamos conseguido sem vocês!

18 janeiro, 2011

Por que ninguém me disse????

Por que??

Quando eu resolvi, grávida: trabalhar (ah, aqueles sutiãns), mudar de casa, despedir a babá, e alugar nosso apartamento, durante as férias escolares da filhota, por que ninguém me disse que em algum momento eu ia querer gritar SOCOOOOOOOOORRO!!!!

Filhote se manifesta chutando constantemente e eu prometi a ele que no final da semana tem sessão de massagem pra compensar a correria...

Nenhum arrependimento, é vero, mas pqp, são dias como hoje que fazem a gente desejar que o Carnaval venha em fevereiro e não em março!!

10 janeiro, 2011

A voz da experiência

Marido resolveu dar uma lição na filha ontem na hora de ir dormir:

"Filha, quantos anos você tem?"
"Tlêis."
"Pois é, o papai tem 36. Quem você acha que entende mais das coisas?"
"Eu."

Só se pode ouvir depois disso um silêncio profundo enquanto ele se recompunha e eu, da sala, segurava as lágrimas de riso que brotavam nos meus olhos.

Só pra constar

Na falta de mais tempo na frente do computador nas semanas que se passaram, alguns episódios da nossa saga diária ficaram só na memória.

A epopéia para embarcar nas vésperas do feriado: 
Primeira parte: a colocação da meia elástica, aquele ser diabólico disfarçado de nylon, seguindo a orientação da médica para viagens aéreas. Imaginou uma minhoca convulsionando? Agora imagina a minhoca grávida... Foi mais ou menos assim... Não é possível que aquilo pudesse caber em mim, pensei, quando a dita enroscou já no tornozelo. Uma tentativa, duas tentativas e depois da terceira eu já estava suando em bicas, apesar de ter acabado de sair do banho. Foram tantas tentativas e posições quanto um capítulo do Kama Sutra, sem os mesmos benefícios. Coisa insana!! Não usei na primeira gestação e decidi que vou secar os vasinhos depois da segunda, mas aquele fazedor de pernas de Barbie e eu não nos entendemos, definitivamente... Só se a necessidade obrigar novamente. Aí vou cogitar recrutar reforços!

Já no avião:
Eu, a minha bolsa, uma mochila pra criança, a criança, uma barriga, na vigéééésima segunda fileira do avião (tradução: fundos!) porque eu era só mais uma entre a dúzia de grávidas com filhos a entrar no avião, portanto, sem privilégio algum.
Filhota se encarapichou na sua cadeira, olhou atentamente enquanto eu apertava o cinto dela e quando o avião começou a taxiar me perguntou:
"Mamãe, nós estamos defolando???"
"Sim, filha, deColando!"
No que ela encarna mais uma vez a menininha do Toy Story 3 e solta e alto (bem alto) e bom som, com o punho fechado e o braço direito pra cima:
"Defolar!!!"

Eu me recordo de ouvir risos até umas três fileiras pra trás da gente, mas era onde o avião acabava, mesmo...

Já no vôo:
Entramos em uma nuvem cinza escura e eu contei os minutos pra que o serviço de bordo se retirasse e nosso avião começasse a chacoalhar. Nada muito extremo (eu já vivi coisas beeem mais extremas), mas a moça sentada na janela se coloca em posição de reza...
"Mãe, por que que o avião tá balançando?"
"Porque nós entramos numa nuvem cheia de chuva e o avião vai balançar um pouco até a gente sair dela!"
"Mãe, a gente vai cair??"
Olho a moça, que intensifica a reza...
"Não filha, nós não vamos cair, só vai chacoalhar um pouquinho."

...faz-se o silêncio por uns 20 segundos...

"Mãe, eu acho que a gente vai cair!"
"Maria Clara, pára de assustar a moça!!", é tudo que eu consigo dizer quando a moça, sem mais remédio, para de rezar e começa a rir, e explica que na ida a turbulência tinha sido tão forte que alguns passageiros deixaram o avião na escala pelo caminho.

Chegamos no nosso destino 15 minutos depois, a moça mais relaxada, eu atarantada com tantas perguntas (uma a cada 2 minutos de vôo, mais ou menos), e Maria Clara achando aquilo tudo uma aventura digna do Sr. Fredericksen.

Carta ao Ano Velho

Querido Ano Velho,

Começamos nossa história juntos com o pé direitíssimo, nas areias salinas do Atacama, com uma lua cheia a nos brindar sua chegada.
Mas como todos os anos pares, o pé esquerdo tremeu um pouco e desde lá, enquanto conversava com as águas do Pacífico, eu sabia que não estava pronta pra te receber tão logo.
Dito e feito, voltei pra estrear o ano na capital e no pronto-socorro. Nada sério, mesmo, só o sinal vermelho piscando a necessidade de mudar de rumos antes que o sinal vermelho viesse acompanhado de uma sirene alarmante indicando que as coisas tinham chegado a um ponto crítico.
Tomei coragem e saltei no escuro, querido ano, pra me abrigar mais de incertezas do que de certezas, e passei um tempo ainda me desintoxicando dos mares revoltos que eu havia deixado pra trás. Tive tantas dúvidas, tantos medos nas noites do seu calendário, sem enxergar tijolos amarelos pelo caminho e nem à distância.
Perdi amigos também, alguns contados por tantas separações que dividem naturalmente as águas, e pela morte também, que chega sem avisar testando nossa fé e nossa resignação.
Vi a cara feia das intrigas, mas também vi elogios inesperados e percebi que as cores da gente mudam de acordo com a lente de quem está nos observando.
Mas como as oportunidades são tantas pelo caminho de suas mais de três centenas de dias, também descobri amizades novas, redescobri amizades antigas e relembrei que estas ligações são inestimáveis e imprescindíveis para que consigamos seguir em frente. Descobri que alguns amigos são verdadeiros irmãos, que ajudam sem questionar e nos abrem as portas tanto nas alegrias quanto nas tristezas.
Ganhei também pela primeira vez em quase dez anos alguém da minha família vivendo na mesma cidade que eu, uma novidade na minha vida adulta.
No meio do caminho, quando ainda faltava um bom tempo para os fogos que fechariam seu reinado, ganhei um filho novo pra completar nossa família e vi as lágrimas de tristeza da irmã mais velha dele pela primeira festa de aniversário planejada por ela que estava prestes a acabar. O primeiro de muitos planejamentos, pleo jeito...
Viajei menos, mas me reinventei na necessidade de viver este momento. Me impus menos do que o necessário, mas soube dizer mais “nãos” do que de costume e vislumbro nas folhinhas vindouras mais respeito por mim mesma.
Você querido ano, foi um exercício de paciência fundamental para que pudesse acreditar que os frutos desta árvore adubada com espera e construção, ficarão prontos para a colheita neste ciclo que te sucederá: seu companheiro Ano Novo.

Obrigada pelas lições,

Carol