10 janeiro, 2011

Só pra constar

Na falta de mais tempo na frente do computador nas semanas que se passaram, alguns episódios da nossa saga diária ficaram só na memória.

A epopéia para embarcar nas vésperas do feriado: 
Primeira parte: a colocação da meia elástica, aquele ser diabólico disfarçado de nylon, seguindo a orientação da médica para viagens aéreas. Imaginou uma minhoca convulsionando? Agora imagina a minhoca grávida... Foi mais ou menos assim... Não é possível que aquilo pudesse caber em mim, pensei, quando a dita enroscou já no tornozelo. Uma tentativa, duas tentativas e depois da terceira eu já estava suando em bicas, apesar de ter acabado de sair do banho. Foram tantas tentativas e posições quanto um capítulo do Kama Sutra, sem os mesmos benefícios. Coisa insana!! Não usei na primeira gestação e decidi que vou secar os vasinhos depois da segunda, mas aquele fazedor de pernas de Barbie e eu não nos entendemos, definitivamente... Só se a necessidade obrigar novamente. Aí vou cogitar recrutar reforços!

Já no avião:
Eu, a minha bolsa, uma mochila pra criança, a criança, uma barriga, na vigéééésima segunda fileira do avião (tradução: fundos!) porque eu era só mais uma entre a dúzia de grávidas com filhos a entrar no avião, portanto, sem privilégio algum.
Filhota se encarapichou na sua cadeira, olhou atentamente enquanto eu apertava o cinto dela e quando o avião começou a taxiar me perguntou:
"Mamãe, nós estamos defolando???"
"Sim, filha, deColando!"
No que ela encarna mais uma vez a menininha do Toy Story 3 e solta e alto (bem alto) e bom som, com o punho fechado e o braço direito pra cima:
"Defolar!!!"

Eu me recordo de ouvir risos até umas três fileiras pra trás da gente, mas era onde o avião acabava, mesmo...

Já no vôo:
Entramos em uma nuvem cinza escura e eu contei os minutos pra que o serviço de bordo se retirasse e nosso avião começasse a chacoalhar. Nada muito extremo (eu já vivi coisas beeem mais extremas), mas a moça sentada na janela se coloca em posição de reza...
"Mãe, por que que o avião tá balançando?"
"Porque nós entramos numa nuvem cheia de chuva e o avião vai balançar um pouco até a gente sair dela!"
"Mãe, a gente vai cair??"
Olho a moça, que intensifica a reza...
"Não filha, nós não vamos cair, só vai chacoalhar um pouquinho."

...faz-se o silêncio por uns 20 segundos...

"Mãe, eu acho que a gente vai cair!"
"Maria Clara, pára de assustar a moça!!", é tudo que eu consigo dizer quando a moça, sem mais remédio, para de rezar e começa a rir, e explica que na ida a turbulência tinha sido tão forte que alguns passageiros deixaram o avião na escala pelo caminho.

Chegamos no nosso destino 15 minutos depois, a moça mais relaxada, eu atarantada com tantas perguntas (uma a cada 2 minutos de vôo, mais ou menos), e Maria Clara achando aquilo tudo uma aventura digna do Sr. Fredericksen.

Um comentário:

Eneida disse...

Que fofa essa menina UP!!! beijinhos pra vcs