23 dezembro, 2008

Jingle Bells

A filhota já foi faz 3 dias... pela primeira vez, sozinha... eu quase morrendo de saudade, ela nem aí... A primeira de muitas...

Minha mãe me mandou um bolo de aniversário. Ei-lo aqui:



Para os que aqui passarem, desejo a todo os melhores votos de Natal!! Devo desaparecer (novamente) por uns dias, para esfriar a cabeça e bronzear o corpo, o sol colaborando...

E que 2009 seja muuuuito melhor ainda que 2008!!

Sobre a crise...

15 dezembro, 2008

H.S. - A 2ª vez...


Pois eu já estava me acostumando com minha vida de plebéia novamente desde o último episódio...
Eis que sexta larguei marido e filha no play "qualquer coisa" do shopping Morumbi pra resolver umas cosinhas que a filha junto não deixava.
Na vitrine da loja cujas iniciais estampam o título deste post, um bracelete do valor do meu apartamento me causou um sorriso espontâneo, de quem pensa que uma pecinha daquele tamanho podia quitar minhas dívidas da próxima meia década.
E lá estava eu a divagar quando do nada, novamente, surje a perspicaz vendedora perguntando se eu não preferia experimentar alguma das peças. Ok, perspicaz não é bem a palavra certa, pq se assim ela fosse teria percebido que eu j-a-m-a-i-s compraria uma peça de jóia do preço do meu apartamento. Isto me leva a uma das seguintes conclusões... ou todas elas:
1- Eu devo ter cara de quem tem dinheiro, mesmo sem ser loira ou ter chapinha no cabelo;
2- As vendedoras desta dita loja, em vários dos shoppings de alto poder aquisitivo, têm como praxe fisgar clientes do lado de fora, na vitrine;
3- Elas estão desesperadas pra vender, quem quer que seja o cliente;

Eu sei que quem vê cara não vê coração, e muito menos bolso... mas duas vezes, na mesma loja... Coincidência ou predestinação??

02 dezembro, 2008

Lições de solidariedade e cidadania para brasileiros não iniciados




É nos momentos onde as necessidades mais básicas nos faltam que conhecemos o verdadeiro caráter das pessoas.

É por isso que esse povo reconstruiu uma Europa tantas vezes devastada por guerras e pestes.

É por isso que se eu pudesse estava lá prestando ajuda voluntária a um povo que sempre foi extremamente acolhedor em vinte e tantos verões que eu passei nas terras que hoje estão tão devastadas. Não podendo ir, mandei o que tinha em casa e mandarei mais o que puder.
Peço a quem possa que faça o mesmo.

20 novembro, 2008

A vizinhança

Podem chamar de cemitério... eu chamo de "nunca perder a vista da minha janela".

O Bom Samaritano e a saga de Santa Catarina

Como para bom entendedor meio título codificado basta, minha última semana foi pra coroar a entrada no meu inferno astral...
Depois de três "viroses" seguidas, uma por semana, sendo a última uma dita roséola, a maldita e interminável febre tinha voltado na última quinta.
Dessa vez não fiquei esperando. Fui direto pro PS de um hospital referência em pediatria (que o meu plano cubra... o que exclui unicamente o alemão, o judeu e o sírio...) pra segurar a bichinha pela primeira vez pra tirar sangue, e mais a urina e chapa do pulmão de sempre (!). O fato do hospital parecer um shoping center e os funcionários serem todos educadíssimos não minimizou o impacto da pediatra com um tato paquidérmico ter nos considerado evadidos do hospital por termos nos negado a fazer a punção de líquor da coluna de uma bebê de 15 meses que não tinha nenhum sintoma de meningite. Com o coração na mão, mas com o aval da pediatra dela, que apoiou minha decisão, fomos pra casa.
Sábado de sol em São Paulo e a bebê queimava como a mencionada estrela. No caráter de "evadidos" na véspera, não nos restou outra opção que não ir para outro hospital onde já havia sido muito bem atendida. Mais cinco horas de PS, xixi no saquinho, resultado inconclusivo, uma nenê que na frente do pediatra parecia ótima (outras mãe entenderão o que eu digo), e fomos para casa com outro diagnóstico de virose, para ter mais uma madrugada a 40 graus.
A estas alturas a cavalaria já havia sido acionada - mãe, irmã, cunhado, disk oração, o papa em pessoa. Só na segunda de manhã, de plantão no consultório da pediatra fomos descobrir que todo mundo havia comido bola para uma senhora infecção urinária. Como ela não fala, e ainda faz xixi na fralda, não tinha como saber que estava ardendo.
A nenê, depois de medicada, se recupera plenamente. A mãe, que nos intervalos hospitalares revisava contratos de 9 digítos que não se importam com o estado de saúde de quem quer que seja, está babando verde, tossindo como louca e aguardando ansiosamente que dia 17 de dezembro chegue como nunca antes.

11 novembro, 2008

Mamushka, nonetheless

Filhota voltou falar mamãe. Não sem um pouco de treinamento de ginasta russa... mas surtiu efeito.
Emendou com "dá" ou "daí". E saí "daí mamãe". E desenbestou a falar. Pena que só ela entende, porque é tããão bonitinho.
Algum dia provavelmente eu vá pedir que ela pare, eu sei...

Sábado fomos pro mato, beira de rio, cachoeira. Ela de vestido amarelo se prostrou na beira d'água e batia com a palma aberta da mão só pra ver a água voar pra todo lado. Aí ficou em pé e entrou no rio até o joelho, o que, considerando toda a estatura dela não deu um palmo inteiro... Só parou pra ver as vacas, dar tchau pros bezerros com os olhos brilhando cada vez que eles mugiam... Era pra ter fotinho acompanhando, mas ficou no celular do marido que está a 600 km daqui. Enquanto isso aproveito o sono abençoado às 9 em ponto pra pôr o blog em dia.


Update: a volta do rio!


O samba do criolo doido ou my so called life


Imaginemos assim, na teoria que a pessoinha aqui essa semana teve que caçar uma empresa que andava perdida lá na, digamos, Inglaterra. O administrador da tal empresa estava, pra nossa conveniência, na Dinamarca, mas o agente responsável por ela ficava numa ilha (leia-se "tax heaven") erma do Caribe, tinha um nome americano, mas falava português fluente.

Tudo isso pra começar a resolver o problema que eu tinha com a tal empresa...

E isso é só mais uma manhã calma na minha vida...

Updates

Então, a vizinha...
Essa deu sossego por um tempo. Pelo menos depois que eu deixei bem claro que o conselho tutelar ia aparecer aqui.
O menino é praticamente maior de idade, mas é incapaz... assim, ela que continue na dela por bastaaaaante tempo.

01 novembro, 2008

Da ignorância alheia

Tenho muito medo do que possa acontecer se Obama ganhar as eleições na próxima semana.
Não por não gostar dele, pelo contrário, mas com a intolerância das hordas ignorantes que não tolerarão ser comandadas por um negro de nome islâmico.
A ignorância me assusta porque ela não aceita argumentos de qualquer espécie...
Assim foi com Gandhi e Martin Luther King.
Espero que esse cara saiba o tamanho da responsabilidade que ele tem nas mãos.
Daqui, nos resta assistir e rezar que carequinhas com idéias ultrapassadas e sujeitos que respondem a três letrinhas iguais fiquem longe dele.

26 outubro, 2008

De Warhol e Murphy


Ela agora só fala papá.
Carreguei nove meses, amamentei seis e ela só fala papá. Pra mim e pro pai dela.
Desaforada!!

*

Três dias de febre (dela) e nenhum vestígio da fonte. Ouvidos - ok, garganta - ok, pulmões - ok.
Xixi no saquinho... nem com reza braba.
Os microorganismos que se alojaram no quase micro-corpinho riam da cara das gotinhas homeopáticas e dos "paracetamóis" que enfiamos goela abaixo.
Na falta do meu choro que não vem nem com todo o cansaço de uma noite de PS, o riso histérico, beirando a insanidade, o stress. E depois a letargia, um antialérgico e cama.

*

Agora faz um calor da peste, depois do frio polar, e posso me mudar pro deserto sem choques que não sejam culturais...
A febre dela passou, o antialérgico me fez milagres, mas há pintas pelo corpinho todo que não são catapora e fezes multicolores...
Definitivamente, uma virose com um quê de Andy Warhol...
Oh, please...

17 outubro, 2008

De sumiços e coisas assim...

Muito cansaço, pouco tempo, febrão alto o dia todo (meu, não da nenê, felizmente), trabalho me comendo pelas pernas, uma filha que aprendeu tarde, mas ainda em tempo, a fazer birra pra dormir, casamento da irmã, muito antibiótico pra ficar boa pra festa, a sensação de que a minha vida cada vez menos me pertence...
Até o próximo ciclo...

08 outubro, 2008

Money for nothing...



Enquanto isso, ali na Bovespa meu dinheiro some a olhos vistos.


E uma amiga minha deu uma boa idéia de como lucrar com a crise na bolsa: virar fotógrafo de corretor em crise.Vende um monte nos jornais e notíciarios online do país e exterior.


Como pelo jeito a crise vai demorar pra passar, taí um nicho de mercado!


Vou pensar no caso...

A Farsa Eleitoral

A Farsa Eleitoral - parte 1

Cidadã civilizada que (acho que) sou, fui votar.
Por ter esquecido meu título, levei a carteira de motorista com foto.
Me deixaram entrar, pediram meu nome, tentei entregar a carteira pra comprovar que eu era eu...
''Não precisa''
''...?''
''Pode entrar pra votar''

Fui, votei e voltei pra pegar meu comprovante, com a carteira na mão.

'Tá aqui minha identidade''
''Não, tudo bem, não precisa''
''...??''
''Tá aqui seu comprovante. Obrigada!''
''...???''

A Farsa Eleitoral - parte 2

Minha cunhada foi votar.
Perguntou para um amigo que trabalhava na escola em que ela ia votar onde era a sessão dela.
Numa consulta rápida e sem documentos, indicou pra onde ela tinha que ir.
Numa votação rápida e sem documentos checados, minha cunhada, que é praticamente homônima da minha sogra não fosse um segundo nome, descobriu que tinha votado no lugar da mãe.
Voltou à escola e votou de novo em nome próprio.

Sou só eu que tenho a impressão que esse país não é sério???
Alguém mais?
Por favor?

25 setembro, 2008

Novas do front

Eis que no desenrolar da história descobrimos que não é o marido... é o filho deficiente o estopim das brigas matinais!
É ele que ela xinga, e bate e insulta nas últimas duas semanas.
O marido, depois da última crise, saiu de casa.
São vários "filhos da p..." que ela solta todas as manhãs, entre outros palavrões que não vale repetir, o que só mostra que ela é tão ou mais desequilibrada do que eu pensava, já que a mãe é ela mesma!!
Hoje faz dez dias que eu acordo entre palavrões, socos e pontapés.
Índice de 90% na escala do mau-humor!
Ah, se ela soubesse que a vizinha de baixo era advogada, ela contava até dez antes de maltratar esse menino...

16 setembro, 2008

Bohemian Rhapsody



Antes de mais nada, desculpas ao dono da figura acima, pois eu não lembro mais de onde eu tirei para dar os créditos devidos.

Segundo, que eu até deixaria a carta abaixo na porta da dita cuja, mas vai que além de tudo ela é psicopata. Vale o desabafo...



Prezada vizinha,

Desde que mudei para este apartamento não pude deixar de notar os berros incessantes que você troca com seu marido.
Também impossível não notar, ou ouvir, ou mesmo evacuar o apartamento, quando você quebrou metade da sua louça no chão da sua cozinha em meio a um acesso de histeria, principalmente porque compartilhamos o mesmo piso: seu chão é o meu teto, que pareceu querer abrir com os 20 minutos incessantes de louças que se partiam.
Não preciso saber, principalmente com minha TV e rádio ligado a uma altura não recomendada pela OMS, que seu marido tem uma amante ou você acha que ele tem. Que ela trabalha com ele, e que você está doente de tanto vocês brigarem. Sei o nome do seu marido e onde seu filho está, que não está em casa. Nem imagino o que o levaria a sair, apesar de tê-lo ouvido aos prantos pelas madrugadas...
Não preciso saber acima de tudo, às 5:00 da manhã, que você pegou o celular dele enquanto ele dormia para tentar achar o telefone da amante, mas ele acordou no meio da busca e conseqüentemente NÓS fomos arrancados da cama para ouvir de camarote a discussão que se sucedeu onde ele justificava o porquê dela ligar para ele nas horas mais improváveis.
Ainda, não preciso que você ensine para minha filha, que está aprendendo a falar agora, a lista de palavrões que você recita diariamente, em uma altura tão contundente que somente uma banda marcial é capaz de abafar.
Mais, muito mais que isso, não quero, não devo, não tenho obrigação, muito menos vontade de saber que você está discutindo com seu esposo, às 5:30 da manhã como de praxe, nua!! Não porque vocês estariam fazendo algo de caráter libidinoso, a não ser que vocês sejam bastante silenciosos neste departamento, pois a julgar pelo restante do seu dia-a-dia, discrição não é uma palavra que caiba no seu dicionário...
Por favor, poupe-nos de saber tais detalhes sobre a sua vida! É tudo que eu te peço!
Quando nós compramos este imóvel, que não foi barato, e ainda será pago por uns tantos anos, almejávamos paz e harmonia para nossa família, o que você não nos permite ter. Aliás, você não nos permite nem ter sono ultimamente, já que você tem que acordar às 5:30 e, portanto, se acha no direito de acordar o resto do prédio no mesmo horário, desfilando seu salto alto e suas discussões boca-suja.
Eu não ouço mais ninguém, só vocês. Nem o vizinho abaixo, nem os dos lados. Nem eles me ouvem, pois eu já perguntei... e olha que eu tenho uma criança em casa descobrindo o mundo e todos os objetos da casa. Isto só prova que a acústica do prédio funciona... para pessoas que sabem conviver em sociedade.
Assim, eu não tenho mais nada a dizer, mas se você não é feliz, procure sê-lo, para que nós também possamos ter paz, e sono reparador e um convívio doméstico pacífico, sem precisar pedir desculpas às minhas visitas por seus rompantes.
Largue dele, dê pra ele, mate ele, mas por favor, pare de gritar no meio da madrugada!!

Sem mais,

Seus vizinhos!

Desde cedo...


Na sexta feira, sem marido nem documento, fomos dormir na casa de uma amiga. Sábado de manhã ela distraía a nenê enquanto eu tomava banho, quando ouvi a seguinte conversa sobre uma propaganda no Discovery Kids:

"Ó Maria Clara, tão querendo te vender aspirador de pó pra você virar Amélia. Vai aprendendo que o que você precisa é de f-a-x-i-n-e-i-r-a!"

"!"


Syl, adorei a dica! Faltou dar a opção do marido rico ou da carreira bem sucedida!! Mas vamos esperar ela completar dois anos...

11 setembro, 2008

Quando 3 não é demais...

Marido em Curitiba a trabalho, eu descabelada sozinha com a madamezinha em casa.
Ela não dá trabalho, mais que o normal, eu digo, mas vale registrar que eu não nasci pra ser mãe solteira.
Vale registrar mais uma vez, pq eu acho que já falei isso antes aqui, que eu admiro muuuuuito quem consegue dar conta do babado todo sozinha!!

06 setembro, 2008

Eu fui

Fui ver Bossa 50 na Oca antes de acabar!
Gostei do que vi!
Deu até saudade de um tempo em que eu não vivi...
Como cantavam Vinícius e Toquinho, "lembra que tempo feliz, ai que saudade, Ipanema era só felicidade, era como se o amor doesse em paz..."
Um tempo sem celular, e-mails, respostas imediatas, problemas urgentes e uma falta de criatividade cada vez mais crônica.
Vontade que dá hoje é de mandar tudo pra tonga da mironga do kabuletê!!!

Diálogo do ano

“You’re a lawyer too?” asks a surprised potential client.
“Ma’am,” answers the mosquito, “I was already a bloodsucking parasite. All I needed was a briefcase!”
(Bee Movie)


Me acabei de rir!!

03 setembro, 2008

Manias

Paulistanos amam falar de trânsito, como os ingleses amam falar do clima. Não tem um inglês que passe o dia sem conjecturar a respeito do tempo, se vai nevar, se vai esfriar (mais).Paulistano por sua vez é doidinho pra se gabar das estatísticas do trânsito.Todo paulistano sabe quantos quilômetros tem da sua casa até seu trabalho, em quanto tempo faz nos dias melhores, nos dias piores.E os atalhos??Muito orgulhoso, ainda conta que sabe um caminhozinho especial pra deixar pra trás todos os trouxas que só sabem andar pela via principal.Isso é o que eu chamo de tara coletiva...



*



Enquanto isso, ali na esquina (literalmente) escorregou mais um avião na pista de Congonhas.Eu fico muito feliz da vida de ter sido avisada pelas secretárias do departamento no segundo dia de trabalho que do lado de cá não cai avião, não...Pra ver que não precisa de muito pra me fazer feliz ultimamente.

21 agosto, 2008

Meu "eu" corporativo

Alguns fatos recentes:

- Depois de dois anos de vida autônoma, me rendi novamente ao mundo corporativo e voltei por uma ótim causa pra Santa CLT, que me acolheu em seu berço esplêndido.
- Em contrapartida ao berço e ao esplendor (que nem é tão reluzente assim), eu saio de casa todo dia às sete da manhã pra voltar sete da noite. Nos melhores dias eu saio 7:20 pra chegar 6:30.
- A filhota que já ia com o pai pro berçário meio período, agora fica período integral e volta com ele. A culpa eu acumulo juntamente com uma poupança pra pagar o psicólogo... isso quando eu sequer tiver tempo pra fazer terapia novamente.
- Eu tenho muita fé de que isso vai valer a pena, porque a oportunidade é única.
- Depois de passar as últimas semanas dando pareceres em contratos de três idiomas diferentes, meu cérebro só está apto a assistir programas tão profundos quanto Two and a Half Men - reprise.
- Como blogger, orkut e msn são bloqueados (e todas as versões pra tentar passar a perna nos empregadores também), eu realmente tenho trabalhado muito!

16 agosto, 2008

UM ANO!!


Maria Clara nasceu na lua Nova. Deu seus primeiros sinais de que queria vir ao mundo no dia da Santa que leva seu nome.
Depois apavorou. Deu pra trás, ficou ressabiada com aquela movimentação toda no hospital. E foi se esconder atrás do estômago da mãe.
Lá ficou por horas.
Ensaiava descer. Ensaiava, a cada nova contração na madrugada a sua grande estréia no mundo novo. E voltava a se encolher lá pelas entranhas da mãe.
Foi no raiar do dia dos Pais, após ter rompida a bolsa onde havia passado as últimas 38 semanas e meia, que finalmente aceitou se dirigir à porta de saída.
Nasceu de parto normal, sem dor, nem gritos, nem tensão. Saiu da mesa de parto com a tesoura, que cortara seu último vínculo físico com a mãe, enganchada entre os dedos.
Chorou um pouco, estranhou tudo. E já começou tirando as melhores notas em todos os testes a que a submetiam.
O pai estava lá, constantemente ao seu lado, depois da mãe exausta liberá-lo.
Nasceu com olhos cor de petróleo, numa riqueza sem fim.
Tinha a calma dos que já viveram muito, em suas poucas horas de vida.
Essa semana fez um ano! Parece que foi ontem!

10 agosto, 2008

Dia dos Pais nº 2

Há um ano (na verdade 364 dias), num dia dos Pais muito quente no interior de São Paulo, nascia às 7:26 da manhã uma menininha muito bonitinha, pequenininha de tudo, depois de dar uma boa canseira nos pais dela.
Terça feira ela completa um ano. Essa semana saiu a andar pela casa toda e por todo canto onde se deixe ela no chão. Fala alô no celular, no telefone, no chinelo e em todos os brinquedos que coloca na orelha pra imitar uma ligação... Sai algo como “aiô”. Come arroz com feijão e o que mais tiver no self-service. E deixa a gente louco de orgulho por onde quer que ela vá...
Um ano...
Voou!

05 agosto, 2008

A good Wii-kend

Fim de domingo sem nada pra fazer, fomos buscar umas encomendas (leia-se "peças de jipe") na casa de uns amigos, que nos apresentaram uma nova forma de vício.
Branquinho, pequenininho, ninguém dá nada pra ele...
O Wii (lê-se "uii") é provavelmente o videogame - se é que se pode chamar assim o bichinho - mais divertido que eu já vi. Pra começar cada pessoa tem o seu video-self, seu bonequinho, com o qual você joga e te representa em tela. Pra ficar mais interessante, eu criei o do sr. esposo e vice-versa. Todo mundo concordou que o bonequinho dele ficou tal e qual... merecia uma foto!
Pra quem não jogava nada desde que a galinha ainda atravessava a rua no Atari, o fato de ter que usar um botão só foi uma evolução e tanto, e um consolo pra minha coordenação pouco desenvolvida.
No mais, é próprio movimento do corpo que ele capta e reproduz na tela, no seu bonequinho. Eu sei que tudo isso deve ser óbvio pra muita gente, mas pra mim foi a descoberta da pólvora!!
E assim foi. Jogamos tênis, com os joysticks no lugar das raquetes, mas com a mesma movimentação de mãos do original, depois foi o boliche e finalmente, catarse geral ao enfrentar o pobre marido na porrada no box. Nada pessoal, mas só tinha ele ali, so...
Voltei pra casa leve e feliz, pra acordar na segunda sem conseguir me mexer de dor nos braços e nas costas e sem nem entender por que... era só videogame, não era?

31 julho, 2008

Se eu soubesse aonde compra...


A dona do quarteirão


Todos os dias ela está lá, sentada naquele mesmo quarteirão.
Seus cabelos brancos e sulcos no rosto denunciam os tantos anos já vividos. E ainda assim, todos os dias ela está lá.
Ninguém sabe bem como ou quando começou, mas a senhora está sempre ali, prostrada entre canteiros de flores, beirais de muros, e ali conversa com o mundo. Sim, com o mundo. As paredes, as motos, as pessoas que passam. Ninguém que ela de fato conheça.
Muito tempo se passou em que eu observava o triste ballet, até que a visse mais de perto e entendesse que ela passava os dias a controlar o tráfego que passa por ela. Mandando carros irem, virem, pararem, até que o sol se ponha e com ele, ela também se recolha para retornar à sua função no dia seguinte.
Com roupas sóbrias, mas nunca puídas, imagino que ela tenha uma casa, talvez até uma família que vai para casa almoçar e jantar. Que tem noção ainda da ordem das coisas.
Criei certa fascinação pela senhorinha, vendo nela um pouco de cada um de nós. Imaginando quem seria ela, que vida teria tido, e como chegou ali, a controlar quixotescamente seus próprios moinhos.
Ela se veste de acordo com o clima, demonstrando ainda alguma razão com o mundo. Fala com alguma eloqüência, demonstrando também algum estudo. Que voltas do mundo a levaram até ali, e quantos moinhos ainda enfrentará até que nem os moinhos enxergue mais?

24 julho, 2008

Dia de luz, festa de sol...


E um carrinho a deslizar (um pouco encalhado) no macio azul do mar..

Tal mãe, tal filha!


22 julho, 2008

Cause all we should be afraid of is fear itself...

Medo de olhar no fundo
Medo de dobrar a esquina
Medo de ficar no escuro
De passar em branco, de cruzar a linha
Medo de se achar sozinho
De perder a rédea, a pose e o prumo
Medo de pedir arrego, medo de vagar sem rumo
Medo estampado na cara ou escondido no porão
O medo circulando nas veias
Ou em rota de colisão
O medo é do Deus ou do demo
É ordem ou é confusão
O medo é medonho, o medo domina
O medo é a medida da indecisão
Medo de fechar a cara
Medo de encarar
Medo de calar a boca
Medo de escutar
Medo de passar a perna
Medo de cair
Medo de fazer de conta
Medo de dormir
Medo de se arrepender
Medo de deixar por fazer
Medo de se amargurar pelo que não se fez
Medo de perder a vez
Medo de fugir da raia na hora H
Medo de morrer na praia depois de beber o mar
Medo... que dá medo do medo que dá
Medo... que dá medo do medo que dá

(Lenine e Julieta Venegas - Miedo)

Para ver o clipe clique aqui!

14 julho, 2008

Montes Verdes e Jipes na Trilha - parte II

O segundo dia amanheceu tardio. Só não se delongou mais pela iminência do café-da-manhã colonial, que se encerrava às 10:30 da manhã. Assim, acordados ou ainda em transe, estávamos todos a postos da refeição que valeria também pela próxima.






A pequena-comedora-de-tudo-e-mais-um-pouco se aproveitava da oportunidade para saborear quitutes nunca dantes degustados. Obviamente, a diarréia da segunda feira deixou bem claro que eles demorariam a voltar para o seu cardápio.
Barriga cheia e digestão ao sol no deck da pousada, e estávamos prontos pra levantar acampamento.
Ainda não sei explicar como quatro jipes super-equipados com rádios e GPS puderam se perder tantas vezes no percurso entre Monte Verde e a Cachoeira dos Pretos em Joanópolis, mas é fato que tivemos que apelar várias vezes para o modo manual do GPS: abre o vidro e pergunta "onde estamos?", "pra onde vamos?".


A cachoeira sozinha já era um espetáculo, e vinha com uma série de adicionais, como não ter a pirambeira da véspera e ter um parque cheio de caminhos e pontezinhas pra contemplar as redondezas. Com mais de um restaurante em uma espécie de "open mall Minas style", comemos por um preço mais do que razoável beirando o rio e contemplando o aguaceiro que descia pela cachoeira.


Já chegava a tarde, mas como ninguém estava com muita pressa pra voltar pra casa, pegamos a estrada de terra que levava a São Francisco Xavier, a surpresa mais grata da viagem. Uma cidade Casa Cláudia/Arquitetura e Construção, bonita, aconchegante, agradável, de gente simpática e receptiva. Fomos descobrir que a "cidade" era, na verdade, um distrito de São José dos Campos.



Pausa para banheiro, fraldas, papo com os locais, uma proposta de venda de jipe (?), experimenta o carro, compra, não compra, será que compra, "e nós vamos embora como?", então não compra, uma promessa de voltar pra lá novamente, e estávamos de volta à estrada.
Aos 48 (horas) do 2º (dia) os PYs tinham sucumbido à falta de baterias e carregadores e restou aos mal-afamados talkabouts das mulherzinhas a comunicação entre os carros pelo resto da viagem. Depois dizem que mulher é que fala muito!
Voltamos sem querer voltar, querendo emendar "o restin da semana", como dizem os mineiros, pra muitas risadas mais, comida boa, conversa boa, e sensação de ter descansado dez dias em dois.
As próximas viagens já estão sendo programadas, com jipes, PYs, GPS, talkabout, mas um Guia 4 Rodas no porta-luvas pa garantir que a gente chegue!

03 julho, 2008

Montes Verdes e Jipes na Trilha - parte I






Já era tarde na sexta quando o comboio saiu em direção à fronteira.
Meia dúzia de roupas quentes, outra mala de comida “pro caminho” e estávamos ajeitados.
As mocinhas ganharam um radinho com cara de brinquedo, um "talkabout", usado com maestria pra talk about everything, para a tristeza dos que tiveram a idéia. Os mocinhos ficaram com os Py de verdade, enquanto nós cuidávamos de fazer as “interferências”.
Cada quilômetro mais distante da capital era um grau a menos no termômetro. Quando a fileira indiana de jipes chegou à serra o termômetro já tinha chegado ao final da linha positiva, com um mísero grau restante pra nos fazer companhia.
Pessoas na rua? O suficiente pra entender que ali as pessoas iam procurar frio em estilo confortável, sem precisar atravessar os dois ou três estados que os levariam ao Sul. A Mantiqueira é tão imponente quanto suas camaradas sulistas neste sentido.


Que o diga o Pico do Selado, a 2.080 metros de altitude, pra onde fomos na manhã seguinte. Oito adultos muito empenhados revezavam na lomba a única e sortuda criança que teve o privilégio de subir sem precisar fazer o mínimo esforço, que não fosse o de equilibrar-se aqui e ali.
Há dois discursos para quem resolve enfrentar o Pico do Selado, o da ida e o da volta. O da ida consiste em perguntar a cada passante que vem descendo se ainda falta muito, já que lá pelo meio muita gente pensa seriamente que não faz idéia onde se meteu, xinga até a quinta geração do infeliz que teve a idéia, mas encorajado pelos caminhantes da descida decide seguir em frente. Chegando ao topo, a satisfação de uma vista divina constrói o discurso da volta, onde passantes subindo perguntam desesperados se ainda falta muito, e você, revigorado pela paisagem, ar extremamente puro e um tempinho de descanso e reflexão em cima das pedras, os incentiva a continuar a caminhada apesar de ainda faltar mais da metade do caminho pela frente.
O processo no total acaba levando umas duas horas e meia, entre subida, contemplação e descida, e abre o apetite até do faquir mais determinado. Assim, lá fomos nós matar quem estava nos matando.
Mais duas horas de refeição e algumas baixas pelo caminho, ou melhor, para a pousada. Os mais destemidos ficaram para enfrentar o tempo aberto, e o comércio também. Temperatura baixando inversamente proporcional à velocidade e entusiasmo com que os turistas atacavam os queijos, geléias, cachaças, artesanatos e confecções locais. Lá pelas 7 da noite foi nossa vez de pedir água (quente) e cama (com cobertor).

Já era mais de dez horas da noite quando o time recém recuperado se organizou novamente na taverna da pousada pra abrir a próxima etapa com vinho, lareira e fondue. Curiosamente, há um termômetro no centro da avenida principal (ou única?) para que os turistas possam registrar as parcas temperaturas invernais por lá. Como até o final da esbórnia alimentícia o termômetro se recusava a baixar de 5º C, terminamos a primeira noite com uma temperatura forçada "à gelo" de 4°C.

26 junho, 2008

Constatações

Depois de 4 dias com temperaturas variando entre 10 e 15 graus nos melhores momentos do dia, cheguei à conclusão que eu so sou feliz de verdade a partir de 20 graus, com sol.
Diz o meu marido que eu sou a "Mulher pássaro".

*

Apesar dos dias glaciais (entenda, abaixo de 20° C = glacial), ando bem Pollyanna. Acho legal ter jornal do metrô no semáforo, apesar de nunca ter entendido o porquê dele ser distribuído no semáforo e não no metrô. Acho graça nas mensagens dos pacotinhos de bala que o moço pendura no retrovisor enquanto espero, acho que a distância entre meu trabalho e minha casa é superperto, que as coisas não estão tão caras, que eu ganho bem e que está tudo cada vez melhor.
Serei eu bipolar??

Vão-se os bons

Dona Ruth Cardoso vai fazer falta, num país onde pessoas dignas, trabalhadoras e interessadas nos problemas sociais são tão escassas.
Uma homenagem final na Sala São Paulo, um dos lugares mais majestosos da cidade, está à altura da classe e dignidade que teve em vida.
Tendo sido precedida por uma Roseane Collor e sucedida por uma Marisa Leticia, está certo que ela saiu em larga vantagem, mas não foi como primeira-dama que ela mais se destacou. Se destacou como humanista, que deveríamos observar e incorporar nas melhores qualidades.
Enquanto ela vai descansar, a vida segue com os vasos ruins que não quebram tão fácil.

24 junho, 2008

Abaixo de zero

Direto da Patagônia paulistana, mamãe Cebola e neném Cebolinha cobertas de camadas e mais camadas de roupas. A pobre nem se mexe direito. É body, casaquinho, casacão, meia-calça, calça, meia, mais meia ainda. É pouco provável que ela engatinhe essa semana. Talvez role pela casa...

*

O fim-de-semana em compensação trouxe sol, calor, comida boa, muita conversa pra jogar fora com os amigos e descanso pra dar e vender longe da cidade grande!! Não fomos de camisa havaiana, mas lagartixamos ao sol o que deu, já prevendo a semana glacial que se aproximava.

*

Filho vem com um chip especial impossível de desprogramar pra fazer pai e mãe passarem vergonha na casa dos outros. Meia hora de choro a plenos pulmões às 4 horas da manhã provou essa teoria. Fralda seca e uma mamadeira nova resolveram o problema, mas não sem antes acordar até o vizinho a 3 casas de distância.

*

Aniversário de um ano se aproximando com velocidade vertiginosa para uma mãe desavisada como eu. Help!

15 junho, 2008

12 junho, 2008

Chegadas e Partidas


Dia estranho pra morrer...

Dia dos namorados, véspera de Santo Antônio, e pra calhar, ainda era feriado na cidade onde morava.

Ela nasceu assim, lá na roça, onde ficou ainda um bom tempo depois que parou os estudos. Afinal, moça da roça naquela época tinha mais é que se casar. Ele a conheceu num trem, no meio da segunda guerra, enquanto ele, italiano, fugia de ser testemunha de uma briga de japoneses, todos inimigos do país à época. Ele prometeu que se fosse encontrá-la e ela estivesse na estação, casava com ela. Casaram-se depois de um mês. Mais tarde me confidenciou que todos ficavam pela estação naquela época, vendo as chegadas e partidas. Era o ponto de encontro.

Tiveram uma vida difícil, tendo e criando os filhos pelas muitas cidades por onde estiveram até se estabelecerem no interior do Paraná. Nunca sobrou muito, mas ao final teve suficiente pra família engordar e fazerem 9 netos.

Dizem que quem a criou foi uma tia, de quem herdou uma frase em espanhol que falou pela vida a fora. Mais ainda perto do final.

Um dia o brilho nos olhos foi embora. Ninguém entendeu direito, até que ela começasse a perguntar a cada 2 minutos se eu não queria tomar o leite que eu já tinha tomado. Depois foi meu nome que ela não lembrava mais. E por fim, o caminho de casa, quando não pôde mais sair desacompanhada. Isso foi há mais de dez anos.

Seguidos vieram o caminhar que cessou, a memória recente, depois a distante, depois a fala. E fez-se o silêncio, quebrado por um murmúrio ou outro que fizesse sentido e pela nossa agonia em saber o que se passava do lado de dentro, onde não víamos nem podíamos alcançar.

Quando não havia mais nada a perder, aina perdeu os movimentos dos membros que atrofiaram, os dentes que restavam e a alimentação, que passou a ser enviada direto para o estômago.

Ano passado, perdeu também o marido. Não que ela ainda lembrasse que tinha um. Talvez. Nunca saberemos.

E finalmente, hoje, foi embora de um corpo que não tinha mais nada para oferecer a ela.

Vai em paz, vó! Que você possa descansar destes anos tão sofridos pra você e pra todos nós que vimos o seu fenecer com tão pouco a fazer.

Can't buy me fun...

Televisão - R$ 500,00
Pipoca - R$ 1,00
Ver a vizinhança inteira vir abaixo gritando nas janelas e soltando fogos enquanto o Corinthians perdia pro Sport do Recife não tem preço!

11 junho, 2008

Capelinha de melão é de São João??

Semana passada, zapeando pelo rádio do carro, parei numa rádio evangélica que começava um programa que se chamava ago como "pergunte ao pastor".

Já estava pra mudar de canal quando quis saber que tipos de pergunta seriam feitas. Eis que apareceu uma senhora perguntando se devia deixar os filhos participarem das festas juninas no colégio.

Até aquele momento, acho que eu nunca tinha parado pra pensar nas festas juninas como de cunho religioso, além do folclórico.

O pastor foi taxativo em dizer que, sendo a atividade de fundo religioso, ele não deixaria os filhos dele tomarem parte, mas há os que entendam que seja apenas uma festa folclórica. Só que como o que estavam perguntando era a opinião dele, então ele achava que não.

Isso criou uma sequência de pensamentos tão grande que não caberia aqui. Mas principalmente criou mais perguntas que respostas.

No Estados Unidos, onde a comunidade judaica é tão grande quanto a cristã, os feriados cristãos e judaicos são respeitados pelo calendário governamental que fecha os estabelecimentos públicos nestes dias. Assim, se respeita a gregos e troianos.

Aí eu me pergunto, num país de origens predominantemente católicas, como ficam os dias "santos", que são feriados nacionais para os não-católicos? E as cidades que brotam os milhares, com seu São João, São José, Santa Maria como carro de frente? Qual seria o ponto de vista das outras religiões com relação a isso?

Partindo do mesmo princípio, não seriam os budistas e judeus, religiões que eu respeito e admiro, anti-cristãos, segundo esta ótica?

Eu fiquei numa dúvida terrível neste caso, sobre o que é religião e o que é folclore, porque desde muito tempo, a não ser que se estude em escolas católicas ou se frequente a quermesse do bairro, não vejo mais que uma quadrilha e muita pipoca e quentão.

Queria que alguém me explicasse melhor aonde entra o desrespeito com a própria religião e o respeito à religião do outro. Também não posso colocar toda uma crença de uma multidão de pessoas por causa de uma única resposta de um programa de rádio... Porque eu, que fui batizada católica, frequentei com meus primos os templos presbiterianos e espíritas, e fui intérprete de missionários da igreja Batista, vi o mesmo Deus em todos eles e não vejo de que maneira eu possa ofender Deus com tudo isso.

Na verdade no fundo o que a pergunta mais despertou em mim foi a dúvida de quanto as religiões em particular, e não as festas de junho em si, nos impedem de sermos todo filhos deste mesmo Deus.

07 junho, 2008

Cirque de Marie Claire

Ela aprendeu a ficar sozinha em pé sem as mãos essa semana. Agora ensaia um número novo: em pé, sem as mãos, enquanto tenta alcançar a colher com a comida do almoço.
Hoje, em algum momento entre o soltar as mãos e pegar a colher, ela desequilibrou e aterrisou com a mão no prato.
Eu não sabia se ria, se ajudava, ou se deixava a performance continuar.

28 maio, 2008

"Ontem faltou água, anteontem faltou luz...

... teve torcida gritando quando a luz voltou!"

Começou na quarta a noite, véspera do feriado. Ligamos a torneira pra tomar banho e... água tinha, só não esquentava. Fomos descobrir na portaria que um vazamento no andar debaixo interrompeu o fornecimento apenas para a nossa torre no condomínio. Resumindo: hoje, só amanhã.
Quinta feira de Corpus Christi e corpo imundo. A nenê então, que havia se vomitado toda, precisava de intervenção da segurança pública. Restou à ela um banho de microondas (água no microondas, nenê na banheira, sem confusões). E eu apelei para o "rabo quente", um tipo de resistência usada para esquentar leite, fazer café, que é ligada na tomada. Banho de canequinha eu não tomava desde a temporada inglesa em milnovecentos e bolinha.
A noite fomos descobrir que, apesar do reparo ter sido feito por uma empresa particular, a Comgás não efetua religamento em feriados e fins-de-semana. Não perguntem minha opinião a respeito porque eu vou dizer que é o @#$%&*%$#!!!
Quinta a noite e todos os remanescentes paulistanos do meu "édificil" foram se enfileirar na academia do prédio pra tomar um banho de gato e pedir uma pizza logo em seguida ali na esquina. Com 72 apartamentos, ainda que muita gente tenha ido viajar, e outro tanto tenha parentes por perto, o que nós não tínhamos, ainda sobrou gente pra caraca, e logo o banheiro muito lindo e arrumado da academia havia se tornado um alagado seboso e intransitável.
O gás mesmo só foi voltar na sexta lá pelo meio da manhã, mas até aí eu já tinha arranjado coisa bem melhor pra fazer far, far away!
O saldo do feriado foi positivo, apesar disso. Consegui conhecer alguns vizinhos, numa situação daquelas que gera algum tipo de identificação, nem que seja do tipo "você não tem gás, eu também não".
No mais um sol de lascar, muito tempo pra lagartixar nele, amigos pra jogar conversa fora e uma amostra de vinhos bons pra tirar a gente do marasmo dos sucos Del Valle.
Pena que o próximo feriado tá looooonge...

20 maio, 2008

A vida dos outros

Por alguns motivos bem pontuais eu não sou muito fã do shopping Iguatemi.
Não é pro meu bico e pronto. Essa história de não ter nada por menos de 3 dígitos e vestidinho basiquinho por 7.000 reais nem se eu tivesse os improváveis 7 mil...
Mas lá fui eu pra uma reunião informal, que por conveniência da distância entre eu e a cliente foi marcada no shopping. Em pouco menos de 20 minutos consegui coletar dois exemplos do pq eu não pertenço àquele lugar:
Conversa ao celular - "Não, a minha mulher não está em SP hoje. Ela foi pra um casamento em Paris e vai passar em Londres na volta. Só chega na segunda.", assim, como quem diz que foi pra Ubatuba e vai passar em Santos no caminho...
Conversa no Café - "Eu acho que você devia falar com o seu gerente que você não vai pagar juros sobre 10 milhões, só sobre 5!"
Preciso de mais argumentos?

A cidade dos crepúsculos


São João respira história por todos os lados. É uma cidade anciã, erguida nos primórdios da exploração das bandas do leste a caminho de Minas, quando o gado seguia rumo norte pra matar a fome dos caçadores de ouro.
Não é grande nem pequena, é simplesmente do tamanho certo para quem aqui chegou querendo nela construir sua vida. É altiva em suas origens e se gaba de seus “crepúsculos maravilhosos”, de cores infinitas e arco-íris que pipocam no céu a cada fim de chuva de verão.
De lá pra cá muitos casarões foram abaixo para dar lugar à dita “modernidade”, enterrando um naco bom de história junto com seus destroços.
Ficaram as colinas da Mantiqueira, testemunha quase silenciosa de todo este crescimento. Muitos tons dentro do mesmo verde, ameaçados pelos canaviais que comem sem piedade os espaços que antes comportavam fazendas cafeeiras, com suas casas grandes e senzalas. Aqui não há sítios ou fazendas, há a “roça”, qualquer tamanho que seja.
Os tantos córregos e rios que irrigam toda a cidade como veias insistem em vazar nas baixadas durante as chuvas de verão, tomando ruas e residências, deixando muita gente sem conseguir voltar pra casa nos fins de tarde.
Há prédios salpicados aqui e ali, ainda perdidos num mar de casas grandes e espaçosas, que vão tomando o pé da serra no afã da expansão.
É danada de orgulho dos cidadãos que aqui nasceram. Pagu saiu daqui pra revolucionar o país com suas idéias. Também saíram daqui Guiomar Novaes e Badi Assad, entre outras figuras da cultura popular brasileira.
Pelo balcão do teatro Municipal, uma reprodução do prédio original lá na capital, já passaram grandes nomes. É de uma beleza gloriosa, carregando em cada tábua, em cada assento e balcão a cultura de um povo todo, que se apressa em apresentar ali, principalmente, os frutos de sua própria terra.

É uma terra de contradições... Há Audis e Mercedes, e há cavalos amarrados ao poste em frente ao bar, onde os caboclos vão ter sua prosa. Ali na esquina ouve-se a viola afinada no salão do barbeiro a tocar modinhas que todos acompanham. Dizem que o sujeito também canta, e até gravou um cd por esses tempos. É curiosa essa modernidade. Até uns anos atrás, o estacionamento do supermercado estampava um cartaz que dizia que “para chamar o elevador, aperte o botão”, enquanto as loções da Vitoria Secret estampavam as vitrines das lojas da avenida.
Das janelas das casas sente-se o cheiro do pão-de-queijo fresquinho com café passado agora, influências do passado ainda conservadas.
No mercadinho e na quitanda as contas vão amontoando-se para pagar no fim do mês, enquanto as roupas da butique podem ser levadas pra casa pra experimentar na frente do seu próprio espelho.
E entre uma particularidade e outra este povo hospitaleiro vai escrevendo sua história, até as próximas fogueiras de São João, quando a cidade se junta novamente pra festejar o Santo que zela, lá de cima dos balões e das nuvens, esta terra abençoada.

13 maio, 2008

Curtas, mas não grossas

Primeiro dia das mães! Ganhei um "mamã" com uma caixinha de patna branca e dois pézinhos vermelhos estampados na parte de cima. A diretora do berçário disse que ela foi a única que se matou de rir na hora de pintar os pés pra fazer o presente. Mãe orgulhoooosa!

*

Eu sei, vai parecer mórbido, mas a imagem mais marcante do domingo foi ver o gramado do cemitério, que normalmente é inteiro verde e sem lápides coberto de flores coloridas. Fiquei feliz pelas mães dos outros também.

*

Segunda no semáforo, o mocinho que vende balas deixa um pacotinho no retrovisor que dizia algo assim: "Imagine um cama quentinha, um cobertor confortável e uma soneca até mais tarde... pena que não dá pra vender de tudo, mas bala dá. Tenha um bom dia!" Nunca quis tanto ter um real!! Na falta do dinheiro cumprimentei o moço por ter me feito rir no meio do maior mal-humor matinal de inverno...

06 maio, 2008

Era uma casa muito engraçada...

só tinha teto, não tinha nada,
Ninguém podia entrar nela não,
pq a chave não tinha na mão.
Ninguém podia dormir mais na rede
pq não cabia mais nas paredes
Ninguém podia fazer pipi,
pq tampa de privada não tinha ali
Mas era feita com muito esmero
no Morumbi
de frente pro cemitério

Vinicius que me perdoe, mas a casa é minha, eu canto como eu quiser!

De qualquer maneira, agora ela já tem tudo no lugarzinho, e projetos pra mais de ano, quando tivermos dinheiro de novo. Falta uma última e solitária caixa pra ser aberta e muitos itens agora inúteis pra vender ou doar. Só falta mesmo a rede, nossa rede preguiçosa, que não cabe na sala, ou em qualquer outro lugar que seja da casa. Um caso a ser pensado...

Maria Clara agora tem 3 dentes, muito parecida com o Chico Bento! Também fica com o jeito dele depois de uma tarde inteira se esfregando pela casa. Haja Omo! Se desse eu punha ela de molho também. E depois de muito ensaio, na semana do dia das Mães saiu o mãmã, mãmã, mãmã. Normalmente ele vem precedido de uma encrenca gigantesca, fome ou bronca do pai. A gente desconsidera e acha lindo mesmo assim.

Tempos de correria, frases pela metade, listas de por-fazer, job hunting, vacinação da filha e resfriado da mãe. Resistência baixa? Quem? Eu? Pq seria???

27 abril, 2008

A dor do parto

A mudança aconteceu há quase duas semanas. Chorei horrores. Chorei até pra me despedir da dona da quitanda.
Chorei principalmente ao ver a casa que foi o começo da nossa vida, de tantas histórias, causos e alegrias, tão vazia, tão tristinha.
São Pedro também chorou. Chorou tanto que quase que a mudança não sai de tanta chuva...
Mas deu tudo certo, e com exceção de um sofá úmido aqui e uma caixa molhada acolá, a vedete da mudança foi meu dedo do pé quebrado na topada com um gaveteiro. Saldo de um mês imobilizado, o que quer dizer que eu ainda não consegui curtir um banho sem saco plástico no pé desde que mudamos.
Assim, como a mulher do pé enfaixado e de um sapato só - o único que serve com a faixa, comecei com o pé direito manco nossa nova vida nova! Mas nada que o tempo não resolva. Afinal, o próprio médico disse que vai ficar tão bonzinho que dá até pra quebrar o dedinho de novo.
Hum, no thank you!!!

04 abril, 2008

Meninas do Brasil

Grande comoção se formou em torno da morte da menina de 5 anos na semana que se passou, o que trouxe à baila novamente o comportamento humano frente a tragédias de toda espécie.
Os canais de telejornalismo sensacionalista debruçaram-se sobe a história com sangue escorrendo pelos dentes dos exploradores das tragédias alheias. Como já havia acontecido com a cratera aberta pela construção da nova linha de metrô, dedicaram horas de programação com o destrinchamento do caso e quando nada mais havia a ser dito, começava-se tudo novamente, para os desavisados de plantão que ali estivessem passando.
Os culpados do caso, que ainda não foi concluído, como manda o bom procedimento penal, serão investigados, e apesar da sentença dos populares que se encontram de plantão em frente à casa dos familiares, do prédio onde o crime aconteceu e da delegacia, já ter sido dada, a história continua nebulosa e intrigante. Ainda que não haja conclusão do caso, quiseram agredir os suspeitos.
Em outro canto do Brasil, com menos câmeras e helicópteros para acompanhar mandados de prisões, uma menina, menor de idade foi encarcerada com vinte e tantos homens por cerca de trinta dias e durante este tempo foi seguidamente estuprada, como provas cabais de corpo de delito e mais os testemunhos dos presos com quem ficou encarcerada, que confirmaram os abusos a que a garota se submeteu em troca de alimento.
A delegada que tinha conhecimento de todos estes atos e que ordenou a prisão da menina, por alguma coisa tão irrelevante comparada à pena a que ela foi submetida, não foi afastada, ou investigada e finalmente, enquanto os holofotes se recaiam na morte trágica da menina de São Paulo, uma coluna escondida no final da página do jornal do Metrô denunciava que 13 dos 25 juízes no Pará votaram por não processar administrativamente sua colega juíza de Abaetetuba que, ciente do fato descabido que ali acontecia, nada fez para que a menina dali saísse.
Onde estão os populares? Onde estão as câmeras? Onde estão as revoltas e as pichações? Não devia uma autoridade pública, responsável pela lei e pela ordem ser julgada com igual severidade? É o Pará ainda terra de ninguém onde manda quem pode e obedece quem tem juízo? Porque ela é pobre, sabe-se lá iletrada, e não tem orkut?
Estas são duas meninas do Brasil. Uma morta em circunstâncias ainda duvidosas, e outra ainda viva para carregar para o resto da sua vida nada glamurosa os traços da violência que se sabe, e é provado, que sofreu. Como elas há outras tantas não noticiadas em rede nacional.
Se tivéssemos o mesmo afã para lutar pelas mazelas de nosso país sem lei e sem ordem quanto temos pra rapidamente julgar e condenar as tragédias familiares, não viveríamos segundo a lei em que o poder político de autoridades corruptas e irresponsáveis garantem o silêncio nos noticiários e a impunidade dos culpados.

31 março, 2008

O lixo do luxo

O que é luxo pra você?
É algo que você pode comprar ou algo que você pode fazer?
Eu tenho notado o quanto de lixo os artigos de luxo produzem. É plástico pra embalar outro plástico pra embalar outro plástico. Pra que tanto plástico? Pra ir pro lixo?
Na luta desenfreada pela higiene esterilizada acabamos cada vez mais vulneáveis a organismos com os quais não temos mais contato.
Assitindo estes dias o tal do Jamie Oliver fazer os famosos pratos deles na cozinha de casa, ouvi dele que um pouco de sujeira faz bem. As verduras colhidas no quintal da própria casa onde o show é gravado são passadas na água e pronto.
Agora vivendo a fase de filha-que-põe-tudo-o-que-vê-na-boca tive que me acostumar com um pouco de sujeira a mais, mas não, não deixo ela lamber as minha Havaianas como ela gostaria. Eca! Em compensação o fio da televisão, o celular e a cordinha da cortina devem ter gosto de chocolate, pois são devorados com uma avidez impressionante. Devidamente supervisionada, vou avisando, pra não acabar se enrolando pelo pescoço e a brincadeira virar tragédia.
Ironia das ironias, acabamos nós adultos não comedores de cordinhas de cortina pegando uma baita virose, ou salmonella, este fim de semana e devolvemos tudo rapidinho e em doses nada homeopáticas à mãe natureza, enquanto a comedora de fios pulava impávida sobre o que tinha restado de nós.
Luxo pra mim hoje é poder ter saúde e paz de espírito pra mim e pra minha família.
Que não precisam e nem devem ser embaladas em plástico.

Just another day

O sol amanhece na cidade e já estamos em pé. Mais em pé do que estaríamos na roça. Nos quatro anos de interior nunca dormimos tanto.
Na verdade essa coisa de interior é coisa de paulistano, sabe?
Existe São Paulo e todo o resto é interior e inominado, pro desespero e revolta dos Campineiros, que não se consideram nem um pouco interioranos.
O fato é que o “interior” tem nomes. Diversos, vários, ricos de cultura e lazer, que os paulistanos desarvorados pelo trânsito e o mundo de pedra do qual vive cercado vai procurar nos fins de semana. É como o turista americano de camisa havaiana no meio da Avenida Paulista, de guia na mão e destoando do cenário.
É verdade também que o nosso movimento é contrário da maioria, que está fugindo disso tudo aqui. O ato, no entanto, foi pensado. Não temos como fugir, no momento, e algumas coisas que precisamos só podemos encontrar aqui.
Então fizemos um acordo com a cidade: se ela nos tratar bem durante os cinco dias de branco, deixamos ela em paz nos outros dois remanescentes e vamos caçar o verde que antes ficava ali no quintal de casa. Vamos de mapa na mão e camisa havaiana, descansar como forasteiros na paz dos outros.

24 março, 2008

My so called life


Sim, tenho sido relapsa com meus amigos, meu blog, minha vida de maneira geral.
Espero que a foto acima dê um pouco da dimensão das coisas. Tá certo que desde que ela foi tirada, os quadros já não estão mais na parede, as caixas estão lotadas, as colchas foram guardadas e nada mais está onde um dia esteve.
Desde que seja por pouco tempo, dá pra aguentar.

18 março, 2008

On and on and on and on

Como nova assumida escrava do rádio do meu carro, voltei a ser uma pessoa interada dos problemas do mundo e agora me pergunto pq eu estava sofrendo tanto em não acompanhar tanta asneira...
També com muito pouco esforço, caminho para me tornar uma pessoa muito menos simétrica, com o braço direito avantajado pelo levantamento de Maria Clara e a perna esquerda cada vez mais desenvolvida pelo anda e pára do infernal trânsito paulistano.
Mas other than that, a vida vai em caixas, e nós vamos sobrevivendo em 40 m² de improviso muito caramente pagos.
A Páscoa vai ser sem bacalhau, com algum chocolate e com muita papinha de nenê. Esta que na véspera de completar sete meses escorou no sofá, ajoelhou e ficou em pé. Tentei explicar pra ela que ela não tinha idade pra isso, mas ela não me deu ouvidos. Prelúdio de um futuro bastante independente...

06 março, 2008

Yes, nós temos internet!!

Finalmente conectados com o mundo, voltamos, agora semi-paulistanos. O apartamento ainda não foi liberado, e enquanto isso ficamos com a casa da roça e uma habitação temporária num micro-flat em Moema/Itaim/wherever... Achamos por bem ter um lugar nosso pra espalhar bagunça e criança (e bagunça da criança, que não é pouca) para o bem de todos e a manutenção das relações familiares;

*

Até o momento já xinguei imobiliárias, bancos governamentais e tabelionatos 15.367.548 vezes. Até o final da mudança este número tende a aumentar...

*

Pra quem veio de uma casa, sobrado, eu me pergunto por que cargas d'água alguém compra um apto duplex... Como eu tenho visto eles pipocarem cada vez mais, entendo que a procura existe. Mas me digam, pq alguém pode querer sair da cama de madrugada e ir até a cozinha no andar de baixo fazer mamadeira, pegar água, buscar o celular que esta tocando (a qualquer hora do dia neste caso)??? Sei não, viu...

*

Minha filha que já engatinha, lambe fios de telefone e quer comer minhas Havaianas novas a todo custo tem me feito uma pessoa melhor... Ao menos eu, destra de nascença, tenho me tornado uma exímia canhota nos afazeres domésticos enquanto seguro a furacãozinha com a outra mão.

*
Trabalho, filha, marido, tempo pra mim mesma... Alguém consegue balancear esta equação de 5º grau? Ou melhor 4º... E quanto custa?

*

Um bom fim-de-semana a todos, pois o meu vai ser aqui!

23 fevereiro, 2008

Mudar é...

- Se desfazer de metade de tudo que você tem, quando se vai de uma casa de 200 m² pra um apto de 80 m².

- Descobrir que sua cara metade tem, desde sempre, aquele CD que você sempre quis, mas nunca lembrou de comprar, e que foi parar na sua estante quando vocês juntaram os trapos, e você nunca soube!

- Se mudar e deixar a casa pra trás, porque metade do apto ainda é do banco, e ele não liberou nem os papéis, nem a chave.

- Ficar morando numa república de primos em Higienópolis, trabalhar em Moema, enquanto se aguarda o apto no Morumbi.

- Escolher um berçário pra filha que se encaixe na equação acima, sem que ao fim do mês eu queira voltar pra roça!

- Se acostumar com a idéia de que a filha vai pra um berçário, snif... e que você provavelmente vai sofrer mais que ela.

Das coisas que eu sentirei falta, vol. II

Pico do Gavião, fim de tarde, Poços de Caldas ao fundo.



Minha cachoeira. Não que ela seja minha propriamente dita. A fazenda tem um dono, que não sou eu, obviamente, mas eu gosto da idéia dela poder ser minha um dia.... Em tempo, a bolinha branca e barriguda sou eu, pré-parto.

15 fevereiro, 2008

Dicionário de corretagem.com.br

Nada como duas semanas inteiras procurando apto pra te introduzir no mundo peculiar da corretagem imobiliária. Para os não iniciados, segue um glossário esclarecedor:

Breve Lançamento: aquele prédio que ainda é só o pó do terreno... não se levantou um tijolinho, e você está comprando a perspectiva de ter um teto pra chamar de seu em 2.011, na melhor das hipóteses.

Lançamento: alguns tijolinhos já foram levantados, mas a entrega vai ser em 2.010!

Últimas unidades: não conseguiram vender tudo na planta, então agora estão apelando desesperadamente pra se livrar do que ficou encalhado.

Pronto para Morar: quando vem acompanhado de "últimas unidades", eles vão fazer qualquer coisa pra que você fique com o imóvel. Dar o piso de graça, dar desconto, parcelar em 360 meses...

Lugar tranquilo: geralmente é na porta do cemitério, principalmente se for no Morumbi.

13 fevereiro, 2008

Da janela lateral do quarto de dormir

Das coisas que eu vou sentir saudade... A vista do quarto da Maria Clara!

12 fevereiro, 2008

08 fevereiro, 2008

E na procura por aptos...

Diálogo entre minha irmã e meu marido no msn hoje:


Marido: Carol se encontra passada sem forças pra levantar.

Irmã: Ué pq o que aconteceu com ela? Tá com virose de novo?

Marido: Não. É pobre e só descobriu hoje.

Irmã: Hum, tá, melhor assim. Logo passa.

Marido: Não, tá com falta de grana, mesmo.

Irmã: Compra um sorvetinho pra ela que ela logo fica feliz de novo. Hahahaha.


Eu devo realmente ser pobre...

30 janeiro, 2008

Rolling Stone

E por falar em cria, entramos na fase do deita e rola. Da cama inclusive. Baixa, por sorte.
O primeiro tombo a gente nunca esquece. Ela talvez não se lembre. Eu chorei pacas.
Lugar favorito: debaixo da rede vermelha, mexendo na renda trançada.
Esconderijo secreto: no micro-vão entre o rack da tv e a estante da sala, de onde ela não conseguiu sair e ficou berrando pra eu ir resgatar. Como ela conseguiu entrar lá rolando, só Deus sabe...
Os primeiros sinais de uma possível engatinhada estão aparecendo, só que de ré, por enquanto...
Nesse ritmo, é já que eu vou ter que instalar um GPS nas roupinhas dela...

Super Mini Size Me

E o ano começou.
Com letra maiúscula!
A empregada pediu demissão, num surto Hamletiano...
Tudo bem, pq eu não havia dito à ela ainda que nós estamos de mudança pra SP.
Sim, estamos. Ou está? Sim, pq apesar de ter propostas de trabalho engatilhadas pra mim também, eu só posso levar as malas, a cuia e a cria depois de conseguir comprar um teto que nos abrigue. Não vou mais morar de aluguel por 36 meses, ou 30, que seja... Therefore, agora só vou se for de papel passado. Dinheiro a gente até amealhou, mas a burocracia pra liberar FGTS e financiar o que falta vai nos dar uma breve enxaqueca.
Então, além de tudo, tenho que me desfazer de metade da minha casa de 200 metros quadrados, ou talvez até dois terços, pra fazer caber tudo num micro apartamento de, na melhor das hipóteses, 90 metros...
Surtos de despreendimento maciços ainda não têm dado conta do recado. Vai sobrar coisa pro porão da casa de mamãe...

17 janeiro, 2008

Sweet, sweet home!





3.386 kms.
3 estados.
2 países.
25 dias.
Uma filha de 5 meses.
Um marido que voltou pra casa no meio do caminho porque não teve férias.
Uma pessoa insana ao final de tudo isso (./?)
Quem disse que a gente descansa nas férias?