11 setembro, 2009

Good luck to you too!


"Sorte? eu não sei nada sobre sorte. Eu nunca contei com isto e eu tenho medo das pessoas que o fazem. Sorte para mim é qualquer outra coisa: trabalho duro, e perceber o que é oportunidade e o que não é."

(Lucille Ball)

Só pra refletir, e porque hoje eu ouvi que a minha vida dá certo porque eu sou uma pessoa de muita sorte...
Que sorte a minha! Imagina então como ia ser se eu trabalhasse??

18 agosto, 2009

Dois anos!


Dois anos de pura energia!

Acorda a maior parte dos dias com um sorriso no rosto e não tarda em chamar papaiê ou mamanhê pra tirá-la do berço e dos braços do Sansão. Sim, aquele da Mônica...

Conjuga verbos e repete absolutamente tudo que ouvir, portanto, os poucos palavrões de antigamente serão proferidos de agora em diante em sacos de papelão e jogados pela janela, pra ecoar nas casas vizinhas ou qualquer outro lugar onde não haja uma criança tão antenada.

Manda em tudo e todos. O mundo é dela, e está pronto pra ser explorado.

Não há cansaço pós-trabalho que resista a um fogãozinho cheio de panelinhas montadas e cozinhando a bolinha de pingue-pongue pro jantar!!

Se encanta com badaínas de collant e saia rosa, cacaés e elifantis do livro novo que a mamãe deu. Pula na cama elástica, na cama dos pais, no sofá da sala, quer queso, boiacha, marrã e manana o dia inteiro, e come tudo o mais que derem pelo caminho, inclusive o almoço, jantar e a sobremesa. Comprarei em breve um pezinho de alho com sal grosso e irei de joelhos até Aparecida, ciente da situação privilegiada de uma filha com mega-apetite. However, ainda não descartei uma possível lombriga que escapou ao vermífugo aplicado...

Faz caras e bocas e chora olhando pro espelho pra ver qual ângulo convencerá melhor os pais. Vai pra Hollywood num futuro breve...

Pede e dá beijos e abraços e obigadas e di nadas, e saúde até pros próprios espirros!

Seguindo a sina dos pais, nasceu pra andar no mundo, e segue sem olhar pra trás até o próximo destino. Algum dia provavelmente eu deixe de ter tanto orgulho disso e passe a sofrer as conseqüências de tanta independência.

Enquanto isso, registro cada momento pra guardar no coração. Pra sempre!

08 agosto, 2009

Pensando, pensando...


"Todo caminho da gente é reservado
Mas também cair não prejudica demais

A gente levanta, a gente sobe, a gente volta
O correr da vida embrulha tudo, a vida é assim
Esquenta e esfria
Aperta e aí afrouxa

Sossega e depois desinquieta

O que ela quer da gente é coragem"


(João Guimarães Rosa)

Foto com os devidos créditos dos meus conterrâneos

03 agosto, 2009

Porquinhos


A filhota teve que ir pra casa da tia-madrinha no interior porque as escolas estarão fechadas pelos próximos 15 dias e ainda que a babá recém contratada esteja com pique pra manter a moçoila entretida pelo período, as duas semanas de chuva que se passaram e o frio foram argumentos suficientes para eleger a casa com quintal e a cidade com média de dez graus Celcius a mais que aqui como colônia forçada de férias...
Saudades!

31 julho, 2009

São Paulo Adams

Desde semana passada, nós paulistanos vivemos em um cenário de filme da família Adams. Uma neblina e uma chuva sem fim insistem em cair dia sim, noite também e um ensaio de sol até chegou a aparecer no horizonte distante, no que foi imediatamente deposto por nuvens raivosas que cuspiram granizo madrugada adentro, demarcando seu território. Estiagem? Aonde?

Aquele céu de brigadeiro dos dias de inverno que me trazem boas lembranças de quando era duro sair da cama, mas que ao meio dia se podia circular com uma manga fininha, não passam realmente de recordações. As três blusas e duas calças colocadas no período da manhã vão perdurar amalgamadas no corpo até o fim do dia, quando serão substituídas após o banho de 45 °C por um pijama quente e dois cobertores... ou dois pijamas quentes e um cobertor... o que for mais prático. É certo que são sempre três camadas de qualquer coisa acima da pele e três camadas de mau-humor até chegar lá no subconsciente a uma distante alegria de dias quentes e lindos.

Eu não nasci pra morar na Islândia. Minha curta incursão ao intenso inverno europeu provou que dez dias de neve, ou noite, ou frio incessantes sem um solzinho pra chamar de meu são suficientes pra que eu mergulhe numa tristeza danada... Portanto, passadas as últimas duas semanas muito me surpreende que eu ainda não esteja chorando em comerciais de margarina...



28 julho, 2009

De (re)entradas e bandeiras

Quando nasci um anjo esbelto,
desses que tocam trombeta, anunciou:
vai carregar bandeira.
Cargo muito pesado pra mulher,
esta espécie ainda envergonhada.
Aceito os subterfúgios que me cabem,
sem precisar mentir.
Não sou feia que não possa casar,
acho o Rio de Janeiro uma beleza e
ora sim, ora não, creio em parto sem dor.
Mas o que sinto escrevo. Cumpro a sina.
Inauguro linhagens, fundo reinos
— dor não é amargura.
Minha tristeza não tem pedigree,
já a minha vontade de alegria,
sua raiz vai ao meu mil avô.
Vai ser coxo na vida é maldição pra homem.
Mulher é desdobrável. Eu sou.

Adélia Prado

Porque a noite uma hora acaba em dia...


O moço toca flauta enquanto ela lembra das virtudes esquecidas nas cavernas de seu coração. A melodia vai ecoando por toda parte, desde os ouvidos até o pulmão. Ela tropeça nela mesma enquanto se enternece com o som raro daquela flauta. E a tristeza transversal que até então lhe preenchia dá lugar a uma euforia luminosa, assim sem razão de ser, mas já sendo.
(Ecoando Notas - TM)

A imagem linda e outras tantas estão aqui.

27 julho, 2009

De pessoas e ilhas

Já faz mais de uma semana, mas a clorofila acumulada no findisemana anterior ainda dá um gás nos pulmões maltratados pelo gás carbônico vomitados em doses nada delicadas pelas idas e vindas de casa pro trabalho e o trajeto oposto quando o sol já virou lua faz um tempo. Uma preguiça sem fim de um inverno que parece querer durar pra sempre.
A filhota descobriu as estrelas, e se estatelou de bumbum no chão diversas vezes enquanto as namorava. Eu também namorei as estrelas, que não via há tanto tempo que tive que me apresentar a elas novamente. Não sei se foi bom ou ruim, porque a sensação de ressaca de ter voltado pra casa ainda não passou... Uma vontade de não voltar. Uma dúvida imensa sobre o que é mesmo que eu estou fazendo aqui...
Deve ser também porque não foi só o gás carbônico que entrou correndo pelas veias no pisar de volta a cidade, mas a maldade que só as crianças são capazes de cometer na sua inocência de falar tudo o que pensam. Mas não era uma criança... e não era de maneira alguma inocentes as palavras que me botaram num silêncio ensurdecedor.
Nem vi que tinha passado a semana inteira quando consegui concatenar minhas idéias novamente com a ajuda de queridos e inestimáveis amigos e uma senhora dose de música boa, nas horas e horas que passaram com meu fone de ouvido, agora moldados às minhas orelhas depois deste período pouco produtivo de exílio forçado.
Dizem que grandes peças e livros foram produzidos no exílio forçado. Talvez estes exílios tenham sido mais meditativos que o meu, pois a cabeça emudeceu junto com a boca, e não consegui colocar duas palavras de minha autoria que fizessem sentido, ainda que tivesse tanto, tanto, tanto pra dizer.
Ainda tenho, mas vem vindo a conta-gotas. Considerando que estamos em plena estiagem no Hemisfério Sul, melhor pingando que secando...

22 julho, 2009

Serumano



“Nenhum homem é uma ilha, sozinho em si mesmo; cada homem é parte do continente, parte do todo; se um seixo for levado pelo mar, a Europa fica menor, como se fosse um promontório, assim como se fosse uma parte de seus amigos ou mesmo sua; a morte de qualquer homem me diminui, porque eu sou parte da humanidade; e por isso, nunca procure saber por quem os sinos dobram, eles dobram por ti”
(John Donne)

"Every man is an island, but clearly, some men are part of island chains. Below the surface of the ocean they're actually connected."
('Will Freeman', the character of Hugh Grant in "About a Boy")

Porque hoje eu precisava mesmo era divagar...

29 junho, 2009

Quem vai pôr o dedo aqui?

Prezados colegas desavisados,

Você, que como eu está reformando a sua casa e vai ter que trocar os espelhos de luz, encontrará a(in)grata surpresa de não mais encontrar a boa e velha tomada, e sim este objeto de design a discutir que vossas Senhorias podem observar abaixo.



A idéia me parece boa: padronizar o sistema de plugues e tomadas, que hoje tem em torno de dez modelos diferentes circulando no mercado e aumentar a segurança para aquelas crianças curiosas que adoram enfiar o dedo, ou outros objetos, onde não devem.
Estimam os criadores desta maravilha que em torno de 80% dos produtos vendidos no mercado já têm pinos que atendem ao novo padrão.
Porém, consumidor desavisado, leia: produtos no mercado! Isto não quer dizer "produtos na sua casa"!
Numa rápida vasculhada descobri para minha alegria que mais de 50% dos produtos da minha casa não têm o dito pino adaptável ao ÚNICO tipo de tomada à venda nas maiores lojas do mercado.
Eles são mais ou menos assim:



Isto porque estou falando de mim, cidadã de classe média, casada há pouco mais de 5 anos, com tudo ainda mais ou menos novo em casa.
Fiquei sabendo também ao ler as reportagens sobre a nova padronização que os Benjamins, essas criaturas sugadoras de energia para mais de um objeto ao mesmo tempo serão EXTINTOS do mercado. Estes, que serviriam de adaptadores entre meus pinos e as tomadas alienígenas, serão extirpados das prateleiras logo, logo.

E aí, euzinha, que tenho plugues que não se encaixarão nas novas tomadas, precisarei de adaptadores que ao contrário de aumentar a segurança da criança que mora em casa, causarão mais um desconforto, pois eu não tenho dinheiro para trocar metade dos eletrodomésticos da casa porque a ABNT assim entendeu. Isso pra não começarmos a falar de produtos estrangeiros...

Assim, estou cogitando abandonar a profissão atual e abrir um museu de plugues e tomadas, nos moldes daqueles museus de azulejos, pois sinto que um novo nicho de mercado está prestes a ser criado...

Ass.

Uma consumidora frustrada
Um amigo meu tem razão: a escola estraga as crianças! Elas começam falando tão bonitinho... aí vão lá ensinar pra elas a linguagem dos adultos e é o começo do fim daquela graça toda.

-Quem quer tomar banho? - Ueeeeuuuu!
- Tô window!!


E quando os brinquedos estão jogados no chão, ela começa a organização e ordena, do alto da sua cadeira leonina de rainha da selva: “runta, mamãe!”

Aliás, o r está por toda parte: “Ramu passiá! Vem, mamãe. Vem, papai. Ma-ma-nhêê, ramu!!”

E quando eu menos esperava, porque já não insistia mais, vieram as pérolas: “O-bi-ga-da, mamãe!” Assim, pausadamente, como quem quer se fazer entender e “Icença!”. Pra tudo essa menina pede licença, até pros brinquedos!!

Agora já não quer mais que leiamos as histórias, pois ela mesma se encarrega de contá-las, dizendo “aíí... a me-ni-na udffhiurghva e aí... o me-ni-no hgdfiuywi... aíí..a fôzinha nu pé do Bambi.” e assim vai até o final do livro.

A paixão pelo “Pabo” e dos demais Backyardigans é irremediável. Não só descobri há algumas semanas que ela sabe o nome de t-o-d-o-s os cinco, como de ter visto as cenas um zilhão e trezentos bilhões de vezes, ainda narra as ditas pra mim: “Óia, mamãe, u Pabo vai passiá. Òia o carro do Pabo!” Ó céus...

Deu de comer sozinha e não aceita ajuda de jeito nenhum, o que acaba resultando em obras de arte moderna nos arredores do cadeirão. Bolo? Só passando o aspirador de pó em seguida! Do cabelo aos pés, e no raio de um metro ao redor. Mas come tudo e come bem, e come a nossa janta depois de terminar a dela! Antes assim!

É tanta coisa, e cada dia uma coisa nova, e cada dia uma coisa fofa que ela fazia e não faz mais e vem com outras coisas fofas no lugar. Dá vontade de deixar uma câmera ligada o tempo inteiro, porque passa tão rápido, tão rápido... que daqui dois meses ela estará de uniforme na escolinha nova e aí, lá se vai a fofurice...

06 junho, 2009

Casa Cor(reria)



Conforme bem descreveu meu marido, ir à Casa Cor esta noite com a pequena notável foi algo como passar as primeiras cinco fases do Super Mario Bros. (coisa que eu nunca consegui fazer, na minha inacreditável aptidão...) sem nem parar pra respirar.
Tinham piras artificiais e poços com carpas cobertos (em parte) por finissímas camadas de vidro. Tinham piscinas e mais piscinas, vãos de toda espécie e escadas, muitas escadas. Sem contar os lindos e irresistíveis objetos de decoração...




Ahhhh, podem dizer que não é lugar de criança, eu sei... mas às vezes ou se leva a criança ou não se vai de jeito nenhum. Azar de papai e mamãe Bros. que não conseguiram dar mais de 30 segundos de atenção consecutiva aos seus ambientes preferidos.
Sem contar a teoria já exposta abaixo de que quanto mais caro o lugar, mais bonito o escândalo. Portanto lá fomos nós de novo, com a "lady do bandejão" fazendo escândalo na Casa Cor...

Mas a raiva passa assim que ela olha como se fosse a coisa mais extraordinária do mundo uma banheira de hidro fazendo bolinhas e sai aos prantos da Casa Kids porque o quarto de brinquedos não era pra brincar de verdade. E então sair falando com brilho nos olhos até chegar no portão da "paiêde de boínhas" coloridas do chão ao teto...



Enfim, diversão garantida pra família toda e exercício aeróbico de primeira!!



Agora, pra ver os ambientes mesmo, acho que vou comprar a revista... ;-)