10 abril, 2009

Criaturas Submarinas


São duas da manhã e ela grita alto. Muito alto. Alto o suficiente para ser ouvida quatro andares abaixo. Pego meu coração, que pulou na frente antes que eu conseguisse sair da cama e vou ver o que está acontecendo. Encontro-a com os olhos bêbados de sono, mas abertos. As mãos seguram o lençol com força, deixando apenas o rosto de fora. Pergunto o que a deixou assim, no que ela repete sem parar: “peixinho”, “peixinho, mamãe!”. O resto é ininteligível aos ouvidos, mas o coração entende que o sonho com o peixinho não fora nada bom. Tento explicar que estamos ali e que se ela precisar é só chamar, mas ela parece irredutível em não me deixar sair dali. Foi o primeiro pesadelo, e o ursinho, companheiro constante do berço sinaliza que desta vez não conseguirá segurar as pontas sozinho. Fico ali mais um tempo até que ela adormeça de novo. ‘Procurando Nemo’ só será visto de novo por estas bandas em 2010!

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