30 abril, 2007

O Tao

Tudo é mutação e nada existe sem ela- assim a China concebe o mundo. E nessa visão abrangente do Cosmo como um todo flutuante, um imenso Caleidoscópio, como se processa a Mutação?

Não pergunte quem sou eu; pergunte quem estou sendo.

Inexiste no Oriente o conceito de entidade, de coisa, ou a noção de substancialidade, mas sim processos do vir a ser que se desenvolvem entre nascimento e morte. O fascínio de tudo que brilha sobre a Terra realça a função de reflexo a conduzir os seres humanos para além dessas formas imperfeitas que constituem as suas moradas.

Momentos de dificuldade e de perda interagem com momentos de encontro e de ganhos. Ora nos aproximamos, ora nos afastamos, em ciclos contínuos e intermináveis. Quem descobre como sobreviver em situações limite e muito difíceis sai das perdas acrescido. Quem se insulfla de prepotência pelo sucesso conquistado sai da prosperidade diminuído.

Ao contrário do Ocidente, que pensa o Universo em termos materiais, o Oriente o pensa em termos de fluxos mutantes. Na realidade, não há quem mude; há apenas a Mutação.

(I-Ching- O livro das Mutações, Alayde Mutzenbecher)

27 abril, 2007

Um dia de cada vez

Pela estrada afora eu não vou sozinha, mas apesar de saber que há luz no fim do túnel, às vezes o túnel se afunila e faz com que as certezas que um dia tivemos passem a ser dúvidas insistentes que pairam sobre nossas cabeças.

São tempos complicados novamente, e apesar do cinza no céu lá fora, hoje foi o primeiro dia que pudemos respirar com um pouco mais de calma e retomar a caminhada pelo túnel. Ele tem fim, a gente sabe. E tudo funciona em ciclos, a gente também sabe.


Mas como diz Quintana, o pior dos problemas da gente é que ninguém tem nada com isso! Então resta caminhar, rezar, respirar... e começar tudo de novo outra vez. Até o fim do túnel, até a volta da calmaria.


18 abril, 2007

As formigas e eu

Deve ser sinal do inverno que vem chegando. Toda noite elas se alinham silenciosamente e num frenesi de folhinhas e muita disciplina vão abastecendo seu formigueiro para os dias mais frios.
Elas passam alinhadas à sarjeta, percorrendo quase o quarteirão inteiro até chegar ao seu destino.
Eu também estou estocando minhas folhinhas pro inverno, mas as minhas vêem branquinhas em formato A4. Também tento não matá-las ao entrar e sair de carro. Tento só seguir o exemplo. Mas acho que eu estou bem mais cansada que elas, que por assumir seu papel de operárias jamias terão formiguinhas-bebê.
Eu sou operária, e sou rainha do meu formigueiro, portanto trabalho em dobro e ignoro a disciplina militar que existe em mim... e nos outros.
Como sábado...
Meu contato com o exército sempre se resumiu ao fato de meu pai ter servido ainda moço, e minha mãe ter adotado a famosa disciplina como regra da casa.
Assim, estando sábado, grávida, em um evento que acontecia dentro da propriedade do exército me vi no dilema que acomete todas as grávidas eventualmente: a síndrome da bexiga curta.
Na minha ingenuidade sem tamanho perguntei pra um soldado que estava próximo se havia algum banheiro que eu pudesse utilizar e ele me indicou o batalhão mais próximo.
Caminhei novamente na direção do batalhão para, na guarita explicar que, primeiro, eu estava grávida, o que a essas alturas, é auto-explicativo, e da possibilidade de usar algum banheiro naquelas facilidades. Vejam bem, eu perguntei da possibilidade, o que sempre deixa aberto a alternativa de um "não" solene.
Mas os gentis e confusos soldados mobilizaram meio batalhão, sargento, etc pra que alguém me levasse até a porta do banheiro, revistasse o banheiro, montasse guarda enquanto eu usava e me escoltasse de volta até a guarita do batalhão.
Já roxa de vergonha mas ainda viva saí de lá com a bexiga mais leve e grata ao Exército Brasileiro pela presteza apesar da esquisitice do pedido!
Sou eu no caminho das formigas!!

13 abril, 2007

Como foi a Páscoa?




Santo Chocolate...
Ainda ganhei essa coelha "grávida" do meu marido, solidária com a minha condição. Não abri pra ver se dentro dela veio algum coelhinho, mas espero que a moça que fez tenha tido essa presença de espírito, senão seria só uma coelha obesa...


Preciso de uma creche urgente pra poder repartir as cáries e calorias!


Não tenho aparecido muito, mas tenho trabalhado de verdade.


A neném chuta todo dia pra lembrar que ela também já quer atenção!


Assim sendo, eu me organizo e volto, nem que seja com menos frequência.
Bom fim-de-semana a todos!!


03 abril, 2007

Digressões em 24 hrs de SP

* Minha mãe vai ficar feliz. Finalmente entrei na moda. Por excesso de opção, é vero.
Depois de passar pelo vexame do botão da calça aberto ainda passei pela fase dos elastiquinhos de banco e blusinhas mais compridas. Finalmente qdo o último botão de baixo já não fechava mais, me rendi e fiz uma rápida incursão à ZePa pra descobrir que a última moda do inverno são roupas de malha e sem cintura. Nada mais conveniente. Passei então de grávida desarrumada pra fashion victim em potencial. E tudo pelo preço que custaria uma única calça de grávida em uma loja de roupas de grávida, que além disso só vende coisas feias. Estoquei para os próximos dois meses.

* Vou ao cinema sozinha numa boa, pq ainda prefiro essa opção a não ir ao cinema de jeito nenhum. E me divirto com os comentários dos outros solitários de plantão. Da última vez o senhor soltou a seguinte pérola para si mesmo depois de um trailler completamente surreal: "até parece...." Quase deu vontade de responder.

* Fiquei tentada a experimetar um mochalatteccino expresso qualquer coisa na recém inaugurada e ainda brilhando de nova Starbucks. Não que qualquer café misturado com leite valha 7 reais, mas só pra matar a saudade do gosto de chafé americano. Mas a fila virando a esquina da loja me tirou o apetite....

* Não tenho desculpas pra não escrever a não ser a falta de assunto e o calor que não me deixa pensar. Digamos que da minha velocidade habitual de 140 km/h eu pareço mais uma velhinha cruzando a rua... a uns 3 m/h. Mas ainda passo por aqui e espero que essa letargia passe logo...